Não é uma ameaça, mas Lagarde garante que taxas de juro vão continuar a subir, mesmo havendo risco de recessão

2 nov 2022, 16:39
Christine Lagarde - Banco Central Europeu

Christine Lagarde reafirma que o controlo da inflação é a prioridade do Banco Central Europeu. E reconhece que os riscos de recessão aumentaram

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, defendeu esta terça-feira que as taxas de juro vão continuar a subir até a inflação voltar ao patamar dos 2%, ainda que isso implique um maior risco de recessão, disse em entrevista ao jornal letão Delfi.

“O nosso objetivo é uma taxa de juro que garanta a meta de inflação de 2% no médio prazo. O nosso destino é claro e ainda não chegamos lá”, referiu a presidente do BCE, embora sem se comprometer com o valor dos futuros aumentos. Também neste sentido, Christine Lagarde ressalvou que os futuros aumentos do BCE irão ser decididos “reunião a reunião”.

A presidente do BCE admite ainda que a probabilidade de uma recessão aumentou, mas reitera que o objetivo do banco central se prende com a estabilidade dos preços. Para este fim, Lagarde defende que devem ser usadas todas as ferramentas ao dispor da instituição e que têm sido usadas as mais eficientes e apropriadas.

As atuais projeções do BCE, divulgadas em setembro, apontam para uma queda gradual da inflação até 2024, passando dos 8,1% em 2022, para 5,5% em 2023, recuando até aos 2,3% em 2024. Por sua vez, o crescimento deverá desacelerar para 0,9% no próximo ano, e atingir os 1,9% em 2024.

Já o cenário mais pessimista prevê uma inflação “ligeiramente mais elevada” no final deste ano, e um recuo para os 2,7% em 2024. A acompanhar este cenário, o BCE prevê também uma contração na economia em 2023, seguida de um retorno ao crescimento no ano seguinte. A próxima revisão económica do BCE está prevista para dezembro.

Relacionados

Economia

Mais Economia

Patrocinados