BCE prepara-se para cortar taxas de juro já este mês por causa de Trump

CNN Portugal , DCT
7 abr, 19:40
Banco Central Europeu (AP Photo)

Analistas alertaram que o impacto da iminente guerra comercial no crescimento da zona euro superará em larga escala qualquer potencial ameaça de inflação

O Banco Central Europeu (BCE) prepara-se para cortar as taxas de juro dos empréstimos já na próxima semana e também em junho, avança o Financial Times (FT). Economistas e investidores ouvidos pelo jornal apontam a ameaça de recessão - na sequência das tarifas norte-americanas - como razão para este corte, que poderá acontecer ainda num terceiro momento durante o ano.

Em cima da mesa poderá estar um corte de um quarto de ponto nas taxas de juro já a 17 de abril, aquando da próxima reunião do BCE, tal como já tinha avançado a Bloomberg na semana passada. 

Frederik Ducrozet, da Pictet Wealth Management, considera este corte de abril e um eventual em junho como “uma decisão óbvia” face à queda na procura que a guerra comercial aberta por Donald Trump poderá causar, embora já esteja a trazer algumas consequências, como a queda pelo terceiro dia consecutivo do mercados de ações globais.

O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) já tinha alertado que as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos aumentarão a inflação a curto prazo, porque as empresas aumentarão os preços, mas apressou-se a pedir prudência nas decisões sobre as taxas de juro perante o perigo iminente para a estabilidade económica mundial devido à política tarifária norte-americana.

Analistas entrevistados pelo FT alertaram que o impacto da iminente guerra comercial no crescimento da zona euro superará em larga escala qualquer potencial ameaça de inflação, embora “a desaceleração na economia real, a queda nos preços da energia e o euro mais forte possam ajudar a acelerar a desinflação na Europa”, explica Gilles Moëc, economista-chefe do grupo Axa Investment Managers.

Já Mahmood Pradhan, da Amundi Asset Management, defende que “o crescimento tornou-se, de repente, o principal problema em todo o mundo, incluindo na Europa”, o que vai fazer com que aumentem “as preocupações com a inflação”. Como consequência, é necessária uma maior “flexibilização da política na Europa”, que tem de abandonar as expectativas mais “duras” até agora tidas sobre os cortes nas taxas de juro.

Relacionados

Economia

Mais Economia
IOL Footer MIN