BCE acelera criação de mecanismo contra futuras crises da dívida

15 jun 2022, 13:31
Christine Lagarde - Banco Central Europeu

Conselho de Governadores da entidade presidida por Christine Lagarde decidiu tomar duas medidas para travar a fragmentação nos mercados de dívida da zona euro. A mais imediata é a "flexibilidade" na compra de dívida e ainda "um novo instrumento antifragmentação” para impedir um afastamento muito grande entre as taxas de juro dos países do Norte e os do Sul

O Banco Central Europeu decidiu esta quarta-feira acelerar a criação de um mecanismo contra futuras crises da dívida. A decisão foi tomada após uma reunião de urgência devido à subida das taxas de juro das dividas soberanas dias depois de anunciado o fim da política de compra de ativos.

O Conselho de Governadores da entidade presidida por Christine Lagarde decidiu tomar duas medidas para travar a fragmentação nos mercados de dívida da zona euro. A mais imediata é a "flexibilidade" na compra de dívida e ainda "um novo instrumento antifragmentação” para impedir um afastamento muito grande entre as taxas de juro dos países do Norte e os do Sul.

"A pandemia deixou vulnerabilidades duradouras na economia da zona euro que estão de facto a contribuir para a transmissão desigual da normalização da nossa política monetária. Com base nesta avaliação, o Conselho do BCE decidiu que irá aplicar flexibilidade no reinvestimento dos resgates a vencer na carteira do PEPP, com vista a preservar o funcionamento do mecanismo de transmissão da política monetária, condição prévia para que o BCE possa cumprir o seu mandato de estabilidade de preços. Além disso, o Conselho do BCE decidiu mandatar os comités relevantes do Eurossistema, juntamente com os serviços do BCE, para acelerar a conclusão da conceção de um novo instrumento antifragmentação", adiantou o BCE, em comunicado.

A tensão nos mercados aumentou particularmente depois de o BCE ter anunciado na semana passada que vai subir as taxas de juro em julho, a primeira subida em 11 anos, depois de ter concluído as compras líquidas de dívida pública e privada, o que levou a uma subida dos juros da dívida de alguns países, com a Itália a ser apontada como particularmente afetada.

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