O marketing feito pelas empresas de sabão é o maior impulsionador da regularidade com que tomamos banho hoje em dia
É algo que todos fazemos: uns fazem-no diariamente, outros mais do que uma vez ao dia, e outros com menor regularidade. Mas afinal, quem está certo? Quantas vezes devemos tomar banho?
Esta é uma pergunta à qual Harry Enten, da CNN Internacional tentou responder no podcast Margins of Error. Mas, antes de mais, para responder à pergunta, é preciso perceber a história do banho, e como foi visto ao longo dos anos.
Hoje em dia, cerca de dois terços dos americanos toma banho todos os dias. Mas nem sempre foi assim. Os cristãos chegaram a acreditar, por exemplo, que quanto mais sujo alguém estivesse, mais sagrado seria. Também durante a peste negra não existia o hábito do banho, sendo que os médicos aconselhavam a não o fazer, afirmando que a água quente abria os poros, permitindo à doença entrar no corpo mais facilmente. Além disso, figuras conhecidas de épocas passadas, como Luís XIV, rei de França, não tomavam banho, sendo que o rei apenas tomou banho duas vezes em 76 anos. Mais recentemente, os atores Mila Kunis e Ashton Kutcher geraram polémica dizendo que apenas dão banho aos filhos quando estes estão sujos.
A verdade é que, quer queiramos quer não, tendemos a julgar aqueles que não tomam banho tão regularmente, associando-os a pessoas sujas e mal cheirosas. Mas de onde surgiu este estereótipo? Como passamos de tão poucos banhos, como no passado, para tantos, como no presente?
Uma questão de marketing
Se há algo que o marketing consegue fazer, quando bem feito, é mudar a mentalidade e as ideias da sociedade. Claro que isto leva várias dezenas de anos, mas foi o que aconteceu no caso dos banhos.
Segundo é abordado no podcast Margins of Error, tudo começou quando o sabão começou a ter preços mais acessíveis e quando as marcas começaram a querer vendê-lo. Assim, as empresas criaram a ideia de que o sabão seria um item de luxo, começando a criar a ideia na população de que o cheiro a suor era mau e que o sabão era o produto sublime que trataria do problema.
Esta ideia começou a entranhar, e começou-se a não gostar do cheiro do suor e a desejar o sabão. Passaram também a desejar ter casas de banho em casa, já que foi divulgada a ideia de que o banho teria de ser realizado numa casa de banho.
As pessoas eram, assim, pressionadas diariamente através da publicidade, que lhes dizia que estavam demasiado suadas, sujas ou mal cheirosas, sendo que sem os produtos de higiene e as casas de banho seriam menos saudáveis.
Inicialmente, apenas os mais ricos tinham tais luxos em casa, mas com o tempo o cenário mudou: em 1940, cerca de 55% das casas americanas já tinham casa de banho.
Mas afinal, quantas vezes devemos tomar banho?
Não há um número concreto de vezes que devemos tomar banho, cabe a cada indivíduo decidir quais os hábitos mais apropriados. Inclusive existem vários fatores que alteram a necessidade da toma de banho, como o local onde se habita, a profissão, o nível de atividade física, etc.
Mas uma coisa é clara, a chave é não exagerar na rotina higiénica.