Polícia tailandesa apanha motorista do autocarro escolar que fugiu após incêndio que matou 23 alunos e professores

CNN
2 out, 13:54
Autocarro escolar pega fogo no subúrbio de Bangkok no dia 1 de outubro. (Sakchai Lalit/AP)

Polícia tailandesa apanha o motorista do autocarro escolar que fugiu após incêndios que matou 23 alunos e professores

As autoridades ainda estão a tentar identificar todas as vítimas do incêndio que ocorreu a cerca de 300 quilómetros a norte de Banguecoque

A polícia tailandesa deteve o condutor de um autocarro que transportava alunos e professores e que se incendiou causando 23 mortos. Esta detenção acontece numa altura em que as famílias estão a chegar à capital para ajudar a identificar os seus familiares.

O autocarro, que transportava seis professores e 39 alunos dos ensinos básico e secundário, partia da província de Uthai Thani, a cerca de 300 quilómetros a norte de Banguecoque, para uma visita de estudo nas províncias de Ayutthaya e Nonthaburi na terça-feira.

O fogo começou quando o autocarro seguia numa autoestrada a norte da capital e alastrou tão rapidamente que muitos não conseguiram escapar.

De acordo com Trairong Phiwpan, chefe do departamento forense da polícia, 23 corpos foram recuperados do autocarro, mas o trabalho de recuperação e a confirmação do número total de mortos demoraram mais tempo do que o previsto porque o veículo incendiado, que era abastecido com gás natural, permaneceu demasiado quente durante horas, o que impossibilitou a entrada dos profissionais.

O autocarro incendiou-se quando transportava jovens estudantes acompanhados pelos professores no subúrbio de Banguecoque. Sakchai Lalit/AP

As famílias foram levadas de Uthai Thani em carrinhas para o departamento forense do Hospital Geral da Polícia em Banguecoque, na quarta-feira, para fornecerem amostras de ADN para o processo de identificação. Kornchai Klaiklung, assistente do chefe da Polícia Real Tailandesa, disse aos jornalistas que a equipa forense estava a trabalhar o mais rapidamente possível para identificar as vítimas.

O motorista, identificado pela polícia como Saman Chanput, rendeu-se na terça-feira à noite, várias horas após o incêndio. A polícia confirmou que o acusou de condução imprudente, que causou mortes e ferimentos, de não ter parado para ajudar os passageiros e de não ter comunicado o acidente.

O motorista disse aos investigadores que estava a conduzir normalmente até que o autocarro perdeu o equilíbrio no pneu dianteiro direito, bateu noutro carro e raspou uma barreira de betão da autoestrada, provocando as faíscas que causaram o incêndio, contou aos jornalistas Chayanont Meesati, chefe adjunto da polícia regional.

Uma mulher é vista a chorar após o incidente com o autocarro que transportava estudantes e professores. Peerapon Boonyakiat/SOPA Imagem/SIPAPRE/AP

O motorista contou também que ainda foi buscar o extintor de outro autocarro que fazia a mesma viagem, mas não conseguiu apagar o fogo e fugiu porque entrou em pânico, disse Chayanont.

A polícia adiantou igualmente que está a investigar se a empresa de autocarros cumpriu todas as normas de segurança.

Numa entrevista à emissora pública Thai PBS, o proprietário da empresa de autocarros, Songwit Chinnaboot, disse que o autocarro era inspecionado duas vezes por ano, conforme exigido, e que as garrafas de gás tinham passado as normas de segurança. Disse ainda que indemnizaria as famílias das vítimas da melhor forma possível.

Três estudantes estão hospitalizados, e o hospital informou que dois deles estão em estado grave. Uma menina de 7 anos sofreu queimaduras no rosto e um cirurgião disse que os médicos estavam a fazer o seu melhor para tentar salvar a sua vista.

A primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra apresentou as condolências numa mensagem publicada na rede social X, prometendo que o governo cobriria as despesas médicas e ajudaria as famílias das vítimas. Mais tarde, visitou os feridos no hospital.

Quando os jornalistas lhe perguntaram sobre o incêndio, Paetongtarn ficou emocionada e desatou a chorar. Tornou-se primeira-ministra em agosto e é mãe de dois filhos.

O acidente suscitou críticas sobre a segurança das crianças que viajam longas horas através das províncias em estradas conhecidas pelas suas elevadas taxas de acidentes de viação e de mortes.

A Organização Mundial de Saúde estima que, todos os anos, 20.000 pessoas morrem e um milhão fica ferido em acidentes rodoviários na Tailândia.

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