Bancos têm cada vez menos agências e trabalhadores, mas os custos para os clientes não diminuem

4 jul, 17:40
BPI (Reuters)

Os cinco principais bancos do país perderam 12 mil trabalhadores, 32% do total, entre 2014 e 2024, e encerraram 48% das suas agências no mesmo período

Os cinco principais bancos a operar em Portugal têm cada vez menos agências e trabalhadores, mas o preço cobrado aos clientes pelos serviços prestados não baixou.

Esta é a conclusão de um estudo da Deco Proteste publicado este mês.

Entre 2014 e 2024, os big 5 (BPI, Caixa Geral de Depósitos, Millennium BCP, Novo Banco e Santander), que representam mais de 80% do mercado nacional, encerraram cerca de 1700 agências, ou 48% do total. No cômputo geral, o número de agências destes bancos desceu de 3527 em 2014 para 1830 no final do ano passado.

O BPI foi o banco que mais sucursais encerrou, com 532, ou cerca de 64% das que tinha em 2014. Também o Novo Banco encerrou mais de metade dos espaços (54%). Do outro lado da estatística, a Caixa foi o banco que encerrou menos agências (35%).

Com menos agências, o número de trabalhadores diminuiu. Os cinco principais bancos perderam 12 mil trabalhadores entre 2014 e 2024, cerca de 32% da força de trabalho. Mais uma vez, o BPI lidera os cortes, com 4272 trabalhadores a saírem, cerca de metade da sua força de trabalho.

Apesar de as despesas com pessoal e manutenção de espaços terem diminuído, o preço cobrado pelos serviços básicos prestados não tem diminuído.

Um levantamento ao balcão custa, em média, 7,04 euros nestes cinco bancos. O banco que cobra mais por um levantamento é o Novo Banco – 12,48 euros. Isto quer dizer que, caso um cliente realize um levantamento por mês acaba por gastar, ao fim de um ano, 149,76 euros. Em sentido contrário, a Caixa é quem cobra menos pelos levantamentos (5,15 euros).

As transferências interbancárias ao balcão também pesam na carteira dos clientes. BPI, Millennium BCP e Santander cobram 6,76 euros por cada um destes movimentos. A Deco Proteste fez as contas e, caso um cliente faça três transferências interbancárias por mês, gasta 243,36 euros ao fim de 12 meses. O custo destas operações ao balcão é seis vezes maior do que através do homebanking, com um custo médio de 1,18 euros.

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