Crédito à habitação. Banco de Portugal prevê aumento de 14% das prestações com taxa variável - em média, são mais 798 euros

ECO - Parceiro CNN Portugal , Luís Leitão
16 dez 2022, 16:30
Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno

Entre os mais penalizados pela subida das taxas de juro estarão as famílias com menos rendimentos, que auferem menos de 23 mil euros por ano e que têm crédito à habitação indexado à taxa variável

O Banco de Portugal estima que as famílias com créditos à habitação com taxa variável vejam a despesa com os seus empréstimos bancários (incluindo o crédito à habitação) aumentar, em média, 798 euros no próximo ano (cerca de 67 euros por mês).

A confirmar-se, trata-se de uma subida de 14% face aos valores estimados pela instituição liderada por Mário Centeno para este ano e 25% superior aos valores verificados em 2021.

Entre os mais penalizados pela subida das taxas de juro estarão as famílias com menos rendimentos, que auferem menos de 23 mil euros por ano e que têm crédito à habitação indexado à taxa variável.

De acordo com cálculos do Banco de Portugal, no próximo, estas famílias terão de acomodar no seu orçamento uma prestação global média de todos os seus créditos bancários de 444 euros, mais 14,1% face aos 389 euros deste ano e 25% acima dos 356 euros registados em 2021.

No caso das famílias com mais rendimentos, que auferem mais de 78 mil euros por ano, a subida da fatura com créditos bancários passará para 718 euros no próximo ano, mais 12,5% face a 2022 e 21,8% superior aos valores alcançados em 2021.

Subida do custo dos créditos no orçamento da famílias

Fonte: Banco de Portugal. Boletim Económico de Dezembro de 2022.

Os cálculos foram realizados pelos técnicos do Banco de Portugal e publicados esta sexta-feira no Boletim Económico de dezembro. Tiveram como base um montante em dívida associado a contratos de taxa variável de 57 mil euros para as famílias com um rendimento disponível (excluindo os juros) inferior a 23 mil euros, e 83 mil euros para as famílias com rendimentos acima dos 78 mil euros.

Segundo cálculos do Banco de Portugal, o serviço da dívida total para as famílias com os rendimentos mais baixos era de 4.269 em 2021 e de 7.072 euros para as famílias com os rendimentos mais elevados.

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