Há mais de uma década que não acontecia: BCE vai aumentar as taxas de juro

CNN Portugal , FMC/Lusa
9 jun 2022, 14:59
Christine Lagarde - Banco Central Europeu

"A inflação está indesejavelmente alta", justifica Christine Lagarde. BCE reviu em alta as projeções de inflação para 6,8%

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira que vai aumentar as taxas de juro em julho, o que acontece pela primeira vez em mais de uma década.

Após uma reunião extraordinária, em Frankfurt, sede do BCE, os governadores decidiram "aumentar as principais taxas de juros em 25 pontos base", subida que se vai verificar a partir de 21 de julho, segundo o comunicado divulgado.

O BCE anunciou, igualmente, que vai aumentar as taxas novamente em setembro, em 50 pontos base, caso a taxa de inflação continuar a acelerar.

"A flexibilidade irá continuar a ser um elemento da política monetária", disse a responsável do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, 

A última vez que o Banco Central Europeu subiu as taxas de juro foi em 2011.

O BCE também revelou que o programa de compra de dívida pública termina a 1 de julho.

A presidente do Banco Central Europeu afirmou esta quinta-feira que a inflação está “indesejavelmente alta”, admitindo que deverá continuar acima da meta durante algum tempo, pelo que a instituição decidiu dar os primeiros passos na normalização da política monetária.

“A inflação está indesejavelmente alta e deverá permanecer acima da nossa meta durante algum tempo. Garantiremos que a inflação retorne à meta de 2% no médio prazo”, disse esta quinta-feira a presidente do BCE, Christine Lagarde, durante uma conferência de imprensa após a reunião de política monetária do conselho de governadores da zona euro.

A responsável do banco central realçou que as pressões inflacionistas se ampliaram e se intensificaram, com os preços de muitos bens e serviços a aumentarem fortemente, destacando que as projeções divulgadas esta quinta-feira pelo BCE indicam que a inflação irá continuar indesejavelmente elevada durante algum tempo.

O BCE reviu em alta as projeções de inflação para 6,8% este ano, antes de cair para 3,5% em 2023, acima dos 5,1% em 2022 e 2,1% em 2023 previstos em março.

Lagarde explicou que desta forma a instituição decidiu “dar novos passos na normalização de política monetária”, reforçando que a calibração da política monetária irá continuar dependente de dados e irá refletir a avaliação das perspetivas em evolução.

“Estamos prontos para ajustar todos os nossos instrumentos dentro de nosso mandato, incorporando flexibilidade, se necessário, para garantir que a inflação se estabilize na nossa meta de 2% no médio prazo”, disse.

“A agressão injustificada da Rússia à Ucrânia está a afetar gravemente a economia da zona euro e as perspetivas ainda são rodeadas por alta incerteza. Mas estão reunidas as condições para que a economia continue a crescer e a recuperar ainda mais no médio prazo”, disse.

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