BCE repete receita e sobe taxa de juro em 50 pontos base para 2,5%. Em março haverá novo aumento

ECO - Parceiro CNN Portugal , Luís Leitão
2 fev 2023, 13:25

As taxas diretoras do BCE voltaram a subir 50 pontos base pela segunda vez consecutiva e o BCE anunciou ainda novo aumento de 50 pontos base para março

O Banco Central Europeu (BCE) não tirou o pé do acelerador e voltou a subir as taxas diretoras em 50 pontos base, colocando a taxa de juro dos depósitos nos 2,5% e as taxas de juro aplicáveis às operaçãoes de refinanciamento e de cedência de liquidez de 3% e 3,25%, respetivamente.

A entidade liderada por Christine Lagarde anunciou também um novo aumento de 50 pontos base para a próxima reunião que será realizada em março. “Atendendo às pressões sobre a inflação subjacente, o Conselho do BCE tenciona aumentar as taxas de juro em mais 50 pontos base na próxima reunião dedicada à política monetária, em março, e avaliará então a trajetória subsequente da política monetária.”

Fonte: Banco Central Europeu. Valores em percentagem 

O anúncio desta quinta-feira pela entidade monetária da Zona Euro foi a quinta subida consecutiva do preço do euro desde que o BCE iniciou o atual ciclo de agravamento da política monetária, em julho do ano passado, e foi ao encontro do esperado pelos investidores.

Com esta subida, as taxas diretoras do BCE estão ao nível mais elevado desde 2008 e e surge após ontem a Reserva Federal norte-americana (Fed) ter subido a taxa de juro do dólar em 25 pontos base para o intervalo 4,5%-4,75% e já esta quinta-feira o Banco de Inglaterra ter aumentado o preço da libra em 50 pontos base para 3%.

O BCE justifica a sua decisão por acreditar que “manter as taxas de juro em níveis restritivos reduzirá, com o tempo, a inflação [que cifrou-se em 9,2% em 2022], ao refrear a procura, e protegerá também contra o risco de uma persistente deslocação, em sentido ascendente, das expectativas de inflação”, refere a autoridade monetária em comunicado.

Foi também nesse sentido que Lagarde lembrou a importância dos governos da União Europeia deverem ter alguma prudência na sua política, sublinhando a necessidade de “começar a haver uma redução do apoio fiscal”, lembrando que “as políticas orçamentais podem exacerbar as pressões inflacionistas, exigindo uma maior reação do BCE.”

Além de subir o preço do euro, o Conselho de Política Monetária do BCE decidiu também sobre as modalidades de redução das posições do Eurosistema em títulos adquiridos ao abrigo do programa de compra de ativos (asset purchase programme – APP).

“Como comunicado em dezembro, a carteira do APP diminuirá, em média, 15 mil milhões de euros por mês, a partir do princípio de março até ao final de junho de 2023, e o subsequente ritmo de redução da carteira será determinado com o tempo”, refere a autoridade monetária em comunicado.

O Conselho do BCE revela que pretende continuar a reinvestir, na totalidade, os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos no contexto do APP até ao final de fevereiro de 2023. “Subsequentemente, a carteira do APP diminuirá a um ritmo comedido e previsível, dado que o Eurosistema não reinvestirá todos os pagamentos de capital de títulos vincendos. A diminuição ascenderá, em média, a 15 mil milhões de euros por mês até ao final de junho de 2023 e o seu ritmo subsequente será determinado com o tempo.

Em relação ao programa de compra de ativos devido a emergência pandémica (pandemic emergency purchase programme – PEPP), o Conselho do BCE tenciona reinvestir os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos no contexto do PEPP até, pelo menos, ao final de 2024 e “a futura descontinuação gradual da carteira do PEPP será gerida de modo a evitar interferências com a orientação de política monetária apropriada.”

Relacionados

Economia

Mais Economia

Patrocinados