Lucro do grupo Montepio sobe 30% para 91 milhões em 2022

ECO - Parceiro CNN Portugal , Alberto Teixeira
1 jun 2023, 10:02
Montepio (Horacio Villalobos/ Getty)

Maior mutualista do país teve lucros de 91 milhões no ano passado, uma subida de quase 30% em comparação com 2021. "Foi o segundo ano em que todas as empresas tiveram lucros", sublinhou Virgílio Lima

A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) registou lucros consolidados de 90,8 milhões de euros em 2022, uma subida de 26,9% em relação ao ano transato, “com o contributo positivo da globalidade das empresas do grupo”.

“É o segundo ano em que todas as empresas têm um resultado positivo”, salientou Virgílio Lima, presidente do grupo, na apresentação dos resultados.

O Banco Montepio, o principal ativo da maior mutualista do país, com mais de 600 mil associados, teve um lucro de 33,6 milhões de euros, enquanto as duas seguradoras, apesar da turbulência nas bolsas no ano passado, registaram lucros de 7,5 milhões (na Lusitania Vida, como aqui revelámos) e 5,1 milhões (na Lusitania).

Certificados pressionam em 2023

Praticamente metade do resultado veio da própria associação em termos individuais, totalizando os 50,2 milhões de euros, à boleia do aumento da margem associativa, que corresponde à diferença entre entradas e saídas das poupanças dos associados e que atingiu os 85,8 milhões ano passado.

Mas, tal como o setor da banca, também a AMMG está a sentir a pressão dos Certificados de Aforro na captação de poupanças este ano. A margem financeira está a zeros, depois de ter captado 350 milhões e ter registado saídas de 358 milhões nos primeiros cinco meses do ano, revelou Virgílio Lima.

“Não houve perda [de poupanças], mas [a AMMG] não foi imune à maior remuneração oferecida” pelos Certificados de Aforro, reconheceu o presidente, sublinhando, porém, que a mutualista também foi atualizando os juros dos seus produtos financeiros e está a conter a pressão dos certificados.

Já a margem financeira do grupo subiu para 296,9 milhões de euros, “beneficiando do aumento das taxas de juro de mercado”, com o contributo relevante dos juros dos empréstimos concedidos pelo Banco Montepio, indica a instituição em comunicado.

Auditor mantém reserva por desacordo

O ativo líquido consolidado caiu 700 milhões de euros, passando de 22,9 mil milhões para 22,2 mil milhões, devido sobretudo à desvalorização dos ativos financeiros detidos pelas seguradoras, em resultado das turbulência nos mercados, mas também pela venda de alguns ativos não produtivos da parte do banco, explicou Lima.

Quanto ao passivo, baixou para os 22 mil milhões, com a estrutura a manter-se estável. Os capitais próprios aumentaram 35,5% para 201,9 milhões.

Na certificação legal de contas, o auditor retirou a nota quanto à incerteza material de continuidade, dada a melhoria da atividade. Mas manteve a reserva por desacordo em relação aos ativos por impostos diferidos (DTA), que superam os 800 milhões de euros. A PwC, com quem a administração mantém um braço de ferro em relação a este tema, vai continuar a ser o auditor da mutualista no próximo mandato — como viu o seu mandato renovado no banco.

“Não retiramos um auditor por discordância, embora tenhamos dado nota publicamente da nossa discordância”, apontou Virgílio Lima.

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