Famílias correram em força ao crédito à habitação antes das novas regras (e conseguiram um novo recorde)

6 mai 2022, 18:00
Imobiliário em Portugal (Getty Images)

Bancos concederam 1691 milhões de euros em março para compra de casa. Desde abril que as maturidades dos empréstimos estão mais apertadas para quem pede crédito acima dos 30 anos

Desde dezembro de 2007 que as famílias portuguesas não pediam aos bancos tanto dinheiro para o crédito à habitação, com o novo recorde a registar-se em março, o mês anterior à entrada em vigor de novas restrições.

Em março, os bancos concederam 1691 milhões de euros para a compra de casa. O valor representa um aumento de 33% face a fevereiro, segundo os dados divulgados pelo Banco de Portugal.

Mas, para aceder a estes créditos, as famílias estão também a pagar taxas de juro maiores. Em março, a taxa média dos novos empréstimos situou-se nos 1,03%, ultrapassando pela primeira vez em 20 meses a fasquia de 1%.

Este cenário em março poderá ser justificado pelo facto de ser o último mês antes de entrarem em vigor restrições na maturidade do crédito. Desde abril que, acima dos 30 anos de idade, os clientes têm novos prazos para os empréstimos.

O limite passa para 37 anos de empréstimo para quem tem 30 a 35 anos; e para os 35 anos de empréstimo máximo para todos os que têm mais de 35 anos de idade.

Depois de estabilizar no período da pandemia, a procura por crédito à habitação acelerou em 2021. Os receios quanto à subida da inflação e o seu impacto nas taxas de juro, que ganharam recentemente escala com a guerra na Ucrânia, têm ajudado a alimentar este cenário.

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