EUA recuperaram destroços "significativos" de balão espião da China

CNN Portugal , MJC
14 fev 2023, 20:00
Recuperação dos destroços do balão chinês (GettyImages)

Os destroços são do primeiro objeto voador abatido a 4 de fevereiro e que pertencem a um balão de vigilância da China

O Exército dos EUA recuperou "destroços significativos" de um suposto balão de vigilância chinês abatido este mês, disse o Pentágono, depois de a Casa Branca ter admitido que a China tem há anos um programa de balões de alta altitude com o objetivo de espiar os EUA e os seus aliados.

Entre os destroços recuperados incluem-se "todos os sensores prioritários e peças eletrónicas identificadas, bem como grandes seções da estrutura”.

O balão, abatido na costa da Carolina do Sul a 4 de fevereiro, foi o primeiro de uma série de objetos misteriosos abatidos pelos militares dos EUA durante um período de oito dias no espaço aéreo norte-americano. Tinha 60 metros de altura e uma base do tamanho de três autocarros. O FBI já está a examinar as peças e os sensores recuperados. O Pentágono acredita que este balão estava a ser usado para espiar instalações militares sensívei nos EUA.

De acordo com John Kirby, porta-voz do conselho de segurança nacional dos EUA, o programa de vigilância da China remonta pelo menos ao governo de Donald Trump: “Já estava operacional durante o governo anterior, mas eles não o detetaram”, disse Kirby. “Detetámos, rastreámos. E temos estudado cuidadosamente para aprender o máximo que pudermos. Sabemos que esses balões de vigilância da RPC [República Popular da China] cruzaram dezenas de países em vários continentes à volta do mundo, incluindo alguns dos nossos aliados e parceiros mais próximos”.

Depois desse primeiro balão abatido, o Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte abateu outros três "objetos não identificados" - um sobre o Alasca, outro sobre o território canadiano do Yukon e um terceiro sobre o Lago Huron, no estado norte-americano do Michigan, região dos Grandes Lagos, junto à fronteira com o Canadá.

Kirby foi incapaz de oferecer novos detalhes sobre os três objetos mais recentes, mas garantiu que não se tratava de balões de espionagem. São muito menores e estavam numa altitude menor do que o balão-espião chinês, mas a sua origem, composição e propósito permanecem desconhecidos.

“Avaliámos se eles representavam alguma ameaça cinética para as pessoas no solo. Isso não acontecia. Avaliámos se estavam a enivar sinais de comunicação. Não detetámos nenhum. Observámos para ver se estavam a manobrar ou tinham alguma capacidade de propulsão. Não vimos sinais disso”, esclareceu. “[Mas] embora não tenhamos nenhuma razão específica para suspeitar de que eles estavam a realizar qualquer tipo de vigilância, também não podemos descartar isso.”

O governo chinês disse entretanto que detetou mais de dez balões de elevada altitude dos EUA a sobrevoar o seu espaço aéreo sem autorização desde o início de 2022. A Casa Branca negou as acusações de Pequim.

O secretário de Estado de Biden, Antony Blinken, está a avaliar a possibilidade de realizar uma reunião com o  seu homólogo no governo da China, Wang Yi, numa conferência de segurança de três dias em Munique, programada para começar a 17 de fevereiro, segundo a Bloomberg. 

Relacionados

E.U.A.

Mais E.U.A.

Patrocinados