Líder do Grupo Wagner ridiculariza ministro da defesa russo: "Não o encontrei em Bakhmut"

CNN , Tim Lister
8 mar 2023, 08:30
Yevgeny Prigozhin, fundador da força mercenária russa Wagner, fala em Paraskoviivka, Ucrânia, nesta imagem estática a partir de um vídeo não datado lançado a 3 de março (Concord Press Service/Reuters)

O líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, criticou, uma vez mais, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, quando respondia a perguntas sobre o progresso dos seus combatentes em Bakhmut e arredores.

Prigozhin foi questionado sobre a afirmação de Shoigu de que as forças russas mataram 11.000 soldados ucranianos em Bakhmut em fevereiro.

Ele concordou com a avaliação mas foi rápido a reclamar o crédito, dizendo na sua conta do Telegram: "Penso que o ministro da Defesa avaliou corretamente os números. O Grupo Wagner matou cerca de 11.000 pessoas em fevereiro."

Não é possível verificar os números fornecidos por Shoigu ou Prigozhin. E os serviços secretos da NATO estimam que por cada soldado ucraniano morto a defender Bakhmut as forças russas perderam pelo menos cinco, disse um funcionário da NATO à CNN na segunda-feira.

Numa frase cáustica aparentemente criticando Shoigu por não visitar Bakhmut, Prigozhin disse ainda: "Não posso de forma alguma comentar as palavras de Shoigu. Não o encontrei em Artemovsk [o nome russo para Bakhmut]."

Prigozhin foi visto em várias ocasiões na área de Bakhmut. Shoigu visitou partes da Ucrânia ocupada pela Rússia durante o fim de semana, mas parece ter-se mantido longe das linhas da frente.

Respondendo às perguntas dos jornalistas no Telegram, Prigozhin estimou que havia algures entre 12.000 e 20.000 tropas ucranianas ainda na área de Bakhmut. 

"Para que Bakhmut seja libertado, então eles têm de ser destruídos - mortos", argumentou.

"Deixem-nos matar, calmamente, este urso. Acreditem, estamos a fazer tudo para isso, embora ainda não tenhamos munições, equipamento militar, armas e veículos. A propósito, ao fim de quase um mês, foram-nos dadas pás de sapadores", indicou.

Prigozhin atacou repetidamente o ministério da defesa por não fornecer munições e mantimentos à Wagner, culpando o ministério pela morte dos seus combatentes.

No Telegram, Prigozhin também repetiu o seu respeito pelas forças ucranianas, e disse que "o mesmo sangue flui nelas". 

"As batalhas mais duras decorrem de dia e de noite, mas os ucranianos não fogem para lado nenhum. Os ucranianos não estão a fugir. Eles morrem em massa por Bakhmut e rendem-se apenas como último recurso. Parem de chamá-los de cobardes. Eles são iguais a nós, e o mesmo sangue flui neles", defendeu.

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