"Fiquei chocado, parecia que estava a ver um massacre escolar": o ataque à faca na escola da Azambuja

CNN Portugal , Helena Lins
17 set, 17:47

Pai de aluno que presenciou o ataque critica a falta de segurança na escola

Leonardo Paraíso nunca pensou em assistir a “um cenário caótico” como o desta terça-feira, “ainda por mais numa vila tão pacata como esta”. O alerta chegou por um grupo de WhatsApp pelas 14:00, mas o pânico já estava instalado. Assim que chegou à Escola Básica da Azambuja, “cinco minutos” depois de ter recebido a mensagem, deparou-se com um “cenário caótico, sirenes, crianças a chorar por todo o lado, traumatizadas, estava um cenário terrível”.

Um aluno do sétimo ano, que usava um colete à prova de bala, esfaqueou outros seis estudantes desta escola, entre os quais uma menina em estado grave no Hospital Santa Maria, para onde foi transferida. E Cauã, filho de Leonardo, presenciou tudo, aquilo que diz que mais parecia um “cenário de massacre”.

“Eu estava a sair da sala e vi um miúdo com uma faca da mão a espetar nas costas de uma miúda, mas pensei que fosse de brincar. Mas quando vi sangue nas costas da miúda percebemos que era uma faca de verdade”, contou Cauã Paraíso, de 11 anos. “Fiquei em choque, fiquei parado”, continua.

A criança relata que “houve um miúdo que conseguiu travar” o agressor, tendo as auxiliares chegado de imediato. “Quando me deparo o chão estava cheio de pingas de sangue no corredor”, lembra.

Cauã Paraíso confirma que o aluno agressor vestia um colete, embora não consiga precisar se era à prova de bala, mas não crê que “seja verdade” que tenha atacado os colegas com uma faca do refeitório, “porque as facas não cortam nem carne”, dizendo que poderá ter trazido de casa, pois foi lá almoçar. Cauã diz que o agressor é filho de uma professora do agrupamento de escolas, mas não do estabelecimento onde decorreu o ataque, mas que nunca tinha tido um comportamento semelhante, recordando apenas um dia em que “pensava que era um ninja e andava a esconder-se de toda a gente na escola”.

Depois do ataque, Cauã reuniu os amigos e saiu do interior da escola, tendo conseguido contactar logo os pais para dizer que estava bem. Mas foi o pânico que mais reinou. “Fiquei chocado, parecia que estava a ver um massacre escolar, muita gente a chorar, era sirenes, era polícias, as crianças não se conseguiam acalmar”.

O pai diz-se “preocupado” com a falta de segurança e pede “mais policiamento” na escola, que “ontem foi vandalizada”. Mas este é também um receio que o filho diz ter. “Depois disto não me vou sentir seguro na escola, acho isto um bocado mau”, lamenta Cauã.

Para já não são conhecidas as motivações do ataque, mas a Polícia Judiciária já interrogou a criança agressora.

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