Verstappen e português abandonam corrida: «É bizarro e complicado de entender»

16 jan 2023, 18:02
Diogo Pinto, piloto de SimRacing (twitter/Diogo Pinto)

Diogo Pinto integra a Team Redline e participou no 24 Horas de Le Mans Virtual com o neerlandês. Após várias falhas nos servidores da organização, decidiram desistir da prova, apesar dos prejuízos financeiros e toda a preparação envolvida. Ao Maisfutebol, o jogador luso revela que estão frustrados

O campeão mundial de Fórmula 1, Max Verstappen, apaixonado também pelos simuladores do automobilismo, participou no último fim de semana no 24 Horas de Le Mans Virtual, mas acabou por desistir devido a uma falha nos servidores.

O piloto neerlandês, que esteve na liderança durante um largo período da prova, não escondeu a frustração e atirou culpas para a organização do evento.

Verstappen dividiu o carro #1 da Team Redline, juntamente com Jeffrey Rietveld, Luke Browning e o português Diogo Pinto. No começo da corrida, o neerlandês colocou-se na frente e os companheiros aguentaram a posição até às 17 horas de evento.

Com cerca de mais sete horas para competir e mais de um minuto de vantagem sobre o segundo lugar, Verstappen e os colegas enfrentaram um problema com os servidores do jogo e, quando recuperaram a ligação, já tinham caído para a 17.ª posição.

O campeão do Mundo de F1 ainda prosseguiu no evento mas, ao fim de uma hora e meia, voltou a ter problemas com os servidores e decidiu mesmo abandonar a prova, tecendo duras críticas aos organizadores.

«Eles não conseguem nem controlar o próprio jogo. Esta já é a terceira vez que isso acontece comigo, sou expulso do jogo durante esta corrida», criticou, na Twitch, durante o evento.

«Preparas-te durante cinco meses para tentar vencer, estás a liderar a corrida para a qual te preparaste tanto, e eles lidam com isto assim. Honestamente, é uma piada. Não podes chamar a isto de evento. [É] um show de palhaços. Por isso, é melhor retirar o carro.»

Ao Maisfutebol, o português Diogo Pinto explicou o que sucedeu para que o carro #1 da Team Redline abandonasse a prova.

«Tivemos problemas no servidor durante a corrida. Tivemos duas bandeiras vermelhas que interromperam a corrida devido a isso mesmo. Não fomos só nós a ter estes problemas, foram várias equipas, mas a diferença é que muitas delas conseguiram ter as voltas perdidas de volta. No nosso caso, foi especialmente penalizador, porque perdemos a corrida e o campeonato devido a este problema. Na altura, estávamos com uma liderança muito significativa, cerca de um minuto, o que é bastante para uma corrida de 24 horas», contou o jovem piloto de 20 anos.

A decisão de desistir da corrida foi tomada em conjunto pelos quatro participantes e a justificação da organização não convenceu nenhum deles.

«Na altura em que ocorreram os problemas estávamos frustrados, mas à espera que os comissários nos dessem as voltas perdidas. É uma regra que temos dificuldades em compreender. Só quando quatro ou mais equipas perdem a conexão do servidor, ou seja, devido a uma falha do servidor deles [n.d.r. organizadores], é que podem dar as voltas perdidas. No nosso caso, foram só duas ou três equipas que ficaram desconectadas e, por isso, não nos deram as voltas perdidas. É bizarro e muito complicado de entender. Acabou por nos custar muito dinheiro e toda a preparação envolvida», sublinhou.

Nesta prova, note-se, foi utilizada a plataforma R Factor, que «já tem fama de ser bastante problemática».

«A maioria das equipas da comunidade de Sim Racing e todos os envolvidos preferiam usar outra plataforma. É desapontante, mas não estamos surpreendidos que tenha acontecido, já aconteceu no passado. Normalmente, fazemos a maioria dos nossos eventos no IRacing, onde a equipa e eu temos tido mais sucesso. Não estamos surpreendidos que o R Factor tenha dado estes problemas e esperamos que no futuro este campeonato seja realizado noutra plataforma», frisou.

Diogo Pinto ganhou paixão pelo automobilismo nos karts, mas dedica-se agora em exclusivo aos simuladores de corridas

Diogo Pinto, de 20 anos, faz parte da equipa de Sim Racing de Verstappen e destaca que o neerlandês «está bastante envolvido» e faz deste jogo o principal hobby.

O jovem luso até começou nos karts, onde se sagrou campeão nacional, mas enveredou depois pelo Sim Racing, onde já se sagrou campeão do mundo, tendo até colocado em pausa o curso de Biotecnologia para se dedicar a cem por cento às competições de simuladores de corridas.

«Levamos estes eventos muito a sério, nós e os pilotos do [mundo] real, e são muitos os envolvidos. Para nós é muito desapontante. Para o Max, que passa várias horas por dia a preparar o carro e ajudar a equipa é muito frustrante», notou.

Em causa estava um prémio de 250 mil euros, dos quais 30 a 40 mil euros seriam distribuídos pelos pilotos vencedores. Apesar do prejuízo, Diogo Pinto faz uma avaliação positiva da prestação, embora reforce as críticas à má organização.

«No lado desportivo, foi perfeito. Estávamos a liderar por um minuto. Fizemos uma prestação perfeita, íamos ganhar a corrida, mas este problema, que não foi por falha nossa, custou-nos a corrida. É um desastre, não há outra palavra. Fizemos um trabalho perfeito e o Max está muito contente nesse aspeto. O nosso segundo carro até acabou por ganhar a corrida devido à nossa desistência. Só é pena que, devido a esta plataforma e alguma incompetência dos organizadores, perdemos o campeonato», concluiu.

O carro #2 da team Redline acabou, então, por vencer o 24 Horas de Le Mans Virtual, com Felipe Drugovich (campeão de F2 e piloto reserva da Aston Martin em 2023), Felix Rosenqvist, Luke Bennett e Chris Lulham ao volante.

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