Maria Dores Meira ajudou a manter a hegemonia do PCP durante vários anos em Setúbal
Desde 1997 que a CDU não perdia a Câmara de Setúbal, um dos seus bastiões históricos, que Maria Dores Meira ajudou a conservar nas eleições de 2009, 2013 e 2017. Agora, tudo indica que Dores Meira regressará à presidência do município, desta vez apoiada pelo PSD, segundo a projeção da Pitagórica, ICS, Iscte e GfK. O atual autarca comunista, André Martins, nem sequer está no top 3 da corrida.
De acordo com a projeção feita para a CNN Portugal, Maria das Dores Meira deverá conseguir vencer a Câmara Municipal de Setúbal, assegurando entre 27,4% e 32,2% dos votos. André Martins, da CDU, não conseguirá ir além dos 12,6%, o que na melhor das hipóteses garante ao partido de Paulo Raimundo dois mandatos.
A concretizar-se, será uma hecatombe histórica para a CDU, que nas eleições autárquicas de 2021 conseguiu obter 34.40% dos votos, elegendo cinco mandatos, incluindo o de Maria das Dores Meira, que foi vereadora do Executivo de André Martins até abril de 2024, altura em que se desfiliou do partido.
A cisão entre Dores Meira e o PCP ocorreu principalmente devido ao apoio dos comunistas a Nicolás Maduro na sequência da sua polémica reeleição como presidente da Venezuela. “Apoiar a Venezuela? Uma ditadura? Se o próprio partido comunista da Venezuela critica Maduro? Alguém minimamente inteligente diz: ‘Mas para onde é que está a ir o PCP?”, atirou na altura a antiga militante.
Agora, Dores Meira, que foi acusada por Paulo Raimundo durante a campanha eleitoral de ser "troca-tintas", está bem posicionada para tirar à CDU uma das maiores câmaras sob o seu controlo. A candidata independente apoiada pelo PSD deverá eleger entre 3 a 5 mandatos, mantendo-se em empate técnico com o candidato do PS, Fernando José, que deverá obter entre 25,8% e 30,6%, igualando o possível número de mandatos de Dores Meira.