Acredita-se que a valiosa pintura remonta ao século XVII da Idade de Ouro holandesa
Um quadro holandês com cerca de 400 anos foi descoberto numa arrecadação na Austrália e os especialistas acreditam que pode valer milhões de euros.
A obra de arte nomeada "Still Life" (Natureza morta) foi mantida durante vários anos no que é hoje um museu conhecido como Woodford Academy nas Montanhas Azuis, em Nova Gales do Sul na Austrália. A valiosa pintura remonta ao século XVII da Idade de Ouro holandesa foi descoberta entre uma coleção de 60.000 peças após o edifício e o seu conteúdo ter sido presenteado ao National Trust of Australia (NSW).
“É um acontecimento raro e extremamente entusiasmante", disse Julian Bickersteth, coordenador do projeto e CEO da International Conservation Services, a empresa que está a realizar o trabalho de restauro, num comunicado de imprensa no domingo.
A pintura é composta por uma mesa coberta por uma toalha branca e por vários alimentos, tal como uma empada de carne picada, nozes e uma carcaça, e uma taça de prata e copos de vidro.
Pensa-se que a obra seja de Gerrit Willemsz. Heda, filho do famoso pintor holandês Willem Claesz, do século XVII. Heda é reconhecido como um dos grandes mestres da Idade de Ouro holandesa.
No entanto, os especialistas ainda estão a investigar as origens da obra “Still Life”.
De acordo com o comunicado de imprensa, a assinatura de Gerrit Willemsz. Heda é muito semelhante à do seu pai e, portanto, muitos dos seus quadros foram atribuídos ao seu pai até 1945. Está a ser investigada a possibilidade de que esta possa ser uma colaboração entre pai e filho.
Uma porta-voz do National Trust of Australia informou que o valor da obra de arte ainda está a ser avaliado, mas os especialistas acreditam que pode valer milhões de dólares australianos. Caracteristicamente, as obras de Willem Claesz Heda são avaliadas em cerca de 4 a 5 milhões de dólares australianos, acrescentou a porta-voz.
“Encontrar um quadro autêntico do século XVII no meu armazém do National Trust foi para lá de entusiasmante, deixou-me estupefacta”, disse a gerente de coleções do National Trust, Rebecca Pinchin, no comunicado de imprensa. “Encontrar a assinatura do artista foi uma oportunidade única. Esta é uma história marcante de descoberta, que nos levou numa viagem ao longo de vários anos, compondo e validando o trabalho através de aconselhamento especializado e tecnologia”.
É possível que a obra de arte tenha sido introduzida à casa em Woodford por Alfred Fairfax, sobrinho de James Fairfax, o fundador do Sydney Morning Herald, de acordo com o comunicado de imprensa. Ele comprou o edifício em 1868, uma época em que as obras holandesas e os leilões que incluíam “velhos mestres” eram particularmente populares, acrescentou o National Trust of Australia.
No dia 14 de maio, o quadro estará em exposição no âmbito do Festival do Património Australiano de 2022 na Woodford Academy, nas Montanhas Azuis.