Uma “abominável catástrofe que nos deve fazer parar para pensar”. Mulher morta por caçadora de 17 anos em França

CNN Portugal , HCL
22 fev 2022, 09:59
Acidente mortal de Caça em Aurillac

Vítima de 25 anos foi atingida por uma bala perdida durante uma caçada. Candidatos presidenciais pedem mais restrições para a atividade

Uma mulher de 25 anos foi morta acidentalmente por uma adolescente que caçava javalis na região francesa de Aurillac. A vítima estava a percorrer um trilho com uma amiga quando foi atingida por uma bala este sábado, tendo morrido instantaneamente.

A jovem de 17 anos que puxou o gatilho fazia parte de uma caçada organizada na floresta e recebeu a sua licença de caça aos 16 anos. Depois do incidente, foi levada para o hospital em estado de choque e foi interrogada pela polícia durante a manhã de segunda-feira. Testes feitos no hospital não revelaram nenhum vestígio de drogas ou álcool no corpo da menor.

A meses das eleições presidenciais em França, este é o incidente mais recente de uma série de mortes acidentais associadas à caça desportiva. Um facto que está a provocar a multiplicação de pedidos por uma regulamentação mais firme. Todos os anos, cerca de 20 pessoas são mortas por caçadores em França. Embora a maior parte das vítimas sejam os próprios caçadores, muitas vezes peões, ciclistas e passeadores de cães são atingidos acidentalmente.

França é o único país que permite a prática durante todos os dias da temporada de caça aberta - ao contrário de outros países que têm a mesma tradição, mas que definem um calendário específico para que caçadores e peões não se cruzem.

A morte da mulher de 25 anos levou a que alguns candidatos presidenciais recentrassem as suas prioridades à volta dos temas da posse de armas e da liberdade de caça. Yannick Jadot, candidato pelo partido verde francês, o EELV, pediu “mais regras urgentemente para a atividade”. Jadot indicou também que uma sondagem recente revelou que 61% dos franceses querem que a caça seja banida aos fins de semana e durante as férias escolares.

Na mesma linha, Jean-Luc Mélenchon, que lidera as sondagens entre os candidatos de esquerda, referiu-se ao incidente na região de Aurillac como uma “abominável catástrofe que nos deve fazer parar para pensar”. No entanto, Mélenchon já veio afirmar que, se for eleito nas eleições de abril, não tem intenção de proibir inteiramente a caça no país, caso seja eleito. “Isso causaria o caos na França”.

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