Pensões vão subir até 1% em janeiro. Milhares de pensionistas perderão poder de compra

15 dez 2021, 10:28
Idosos

Portaria do Governo garante aumento mínimo de 2,75 euros em 2022. Só um aumento extraordinário do próximo governo poderá minorar perda de poder de compra. Consulte a tabela de atualizações

As pensões vão subir até 1% em 2022, de acordo com a portaria do Governo publicada esta quarta-feira.

Este aumento, o maior previsto em termos percentuais, está previsto para as pensões abaixo dos 886,4 euros. Para as pensões entre 886,41 euros e 2659,60, o aumento será de 0,49%. Para as pensões superiores a este último montante, o aumento será de 0,24%.

De acordo com o mesmo documento, o aumento das pensões do escalão mais baixo não poderá ser inferior a 2,75 euros. Para o escalão intermédio, a subida terá de ser igual ou superior a 8,86 euros. Para as pensões mais elevadas, o aumento nunca será inferior a 13,03 euros.

As pensões superiores a 5318,4 euros não serão atualizadas, segundo informação constante na portaria.

“As pensões e outras prestações atribuídas pelo sistema de segurança social e as pensões de aposentação, reforma e invalidez atribuídas pela CGA de montante igual ou inferior a duas vezes o valor do indexante dos apoios sociais (IAS) são atualizadas em 2022 em 1%, as de valor compreendido entre duas vezes e seis vezes o valor do IAS são atualizadas em 0,49 %, enquanto as de montante superior a seis vezes o valor do IAS são atualizadas em 0,24 %”, explica o Governo.

A portaria será assinada esta quinta-feira, segundo revelou a ministra do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e entrará em vigor a 1 de janeiro de 2022.

Aumentos das pensões para 2022
Valores das pensões Aumento percentual Aumento mínimo (em euros)
< 886,40 euros 1% 2,75 
886,41 - 2659,60 euros 0,49% 8,86 
2659,61 - 5318,39 euros 0,24% 13,03 

 

Perda de poder de compra

Estas atualizações de pensões significam que todos os pensionistas que recebam mais de 886,4 euros perderão poder de compra em 2022, uma vez que as atualizações previstas acima desse patamar são inferiores à taxa de inflação prevista, de 0,9%. 

Mas poderão não ser apenas estes - poderão ser todos. Isto porque a previsão oficial do governo, de inflação de 0,9% de inflação (que consta no Orçamento do Estado), foi estimada em outubro e está desatualizada, face a aumentos de preços das últimas semanas, em resultado do aumento do preços das matérias-primas e da eletricidade.

Segundo as previsões mais recentes da OCDE, as últimas estimativas internacionais publicadas, a inflação em Portugal em 2022 será de 1,7%. Confirmando-se esta previsão, todos os aumentos de pensões previstos ficarão abaixo da inflação real. Ou seja, todos os pensionistas em Portugal perderão poder de compra.

Este deverá ser um tema de campanha eleitoral para as legislativas de 30 de janeiro. Para que não haja perda de poder de compra, uma hipótese será o próximo governo avançar com um aumento extraordinário de pensões com retroativos a janeiro, à semelhança do que aconteceu nos últimos anos. Aliás, António Costa, primeiro-ministro e candidato do PS, já anunciou que, se ganhar, fará esse aumento no valor de 10 euros. Essa era aliás a proposta que constava no Orçamento do Estado, que foi chumbado no Parlamento.

 

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