EUA, Reino Unido e Austrália estão a desenvolver mísseis hipersónicos em conjunto

Agência Lusa , BCE
5 abr 2022, 22:57
MiG-31K da Força Aérea Russa equipado com um míssil Kinzhal (AP)

Mísseis hipersónicos, que podem atingir cinco vezes ou mais a velocidade do som, são mais rápidos e manobráveis que os mísseis padrão, tornando-os mais difíceis de intercetar

Os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália estão a desenvolver em conjunto mísseis hipersónicos, difíceis de detetar pelas defesas antiaéreas, no âmbito da aliança militar contra a crescente influência da China no Indo-Pacífico.

“Comprometemo-nos (…) hoje [terça-feira] a iniciar uma nova cooperação trilateral em meios de guerra hipersónicos, antihipersónicos e eletrónicos”, afirmam num comunicado conjunto os líderes dos EUA, Joe Biden, do Reino Unido, Boris Johnson, e da Austrália, Scott Morrison.

Estes mísseis hipersónicos, que podem atingir cinco vezes ou mais a velocidade do som, são mais rápidos e manobráveis que os mísseis padrão, tornando-os mais difíceis de intercetar.

O Pentágono revelou esta terça-feira que testou um míssil hipersónico no início de março, logo após a Rússia ter iniciado a invasão da Ucrânia.

Depois de ser lançado do avião, o projétil foi impulsionado por um turbojato e acelerou a mais de cinco vezes a velocidade do som por "um longo período de tempo", de acordo com o comunicado da agência norte-americana.

Em março, a Rússia alegou ter utilizado mísseis hipersónicos na Ucrânia, que, a confirmar-se, foi o primeiro uso conhecido em condições reais de combate deste sistema, testado pela primeira vez em 2018.

EUA, Reino Unido e Austrália também divulgaram que acordaram “expandir a partilha de informações e aprofundar a cooperação em inovação de defesa”.

Os três países anunciaram em setembro de 2021 a parceria estratégica AUKUS para a região do Indo-Pacífico, visando combater a influência da China, embora sem citar explicitamente Pequim.

Esta aliança tem já planeada a entrega de submarinos movidos a energia nuclear para a Austrália e os três países adiantaram hoje que estão “satisfeitos” com o progresso feito nesta área de defesa militar.

No entanto, este pacto causou desagrado em Paris, levando à rescisão de um grande contrato de armamento entre França e a Austrália.

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