Por outro lado: critica o PS e anseia por um candidato a PR que seja "independente". Sampaio da Nóvoa? Não diz
O socialista Augusto Santos Silva anunciou esta quarta-feira de tarde, em entrevista à RTP, que não é candidato à Presidência da República. O antigo presidente da Assembleia da República assegura que teve “muitos apoios e incentivos”, mas que decidiu não avançar porque a sua candidatura “seria divisiva”.
A meio ano das eleições, o socialista critica o facto de alguns partidos, incluindo o Partido Socialista, esperarem pelas autárquicas para avançar com um nome ou anunciar que não apoiam ninguém quando há “candidaturas no terreno”. No entanto, o antigo presidente da AR defende que uma “candidatura independente é a melhor opção” para o país.
“É preciso uma nova candidatura. Na minha modesta opinião, as candidaturas no terreno não bastam, nenhuma delas. É preciso, é necessária uma candidatura forte, agregadora, independente”, diz, atirando: “Abro espaço para uma candidatura forte e independente”, mas rejeita avançar. “Espero que nos próximos dias possa haver uma candidatura mais abrangente, forte e agregadora”, diz, sem apontar nomes e sem responder a questões sobre Sampaio da Nóvoa nestes moldes.
Para Santos Silva, “o PS não está obrigado a apoiar um militante” e “as candidaturas não têm de se formar a partir dos partidos”.
Quando questionado sobre se está fora de questão apoiar António José Seguro, Santos Silva diz que “não está fora de hipótese nada”, lembrando que há sempre a possibilidade de haver uma segunda volta nas eleições presidenciais.
O antigo presidente da Assembleia da República já tinha revelado numa publicação de Facebook que iria anunciar a sua decisão esta quarta-feira, depois de considerar que “as três candidaturas até agora formalmente apresentadas não esgotam nem o espaço político nem as propostas e perfis que devem estar representados nas eleições presidenciais do próximo mês de janeiro”.
Augusto Santos Silva refere-se a António José Seguro - a quem tem tecido várias críticas e sobre o qual diz mesmo que "se fica pelas banalidades" - a Luís Marques Mendes e ao almirante Henrique Gouveia e Melo.
Quem está na corrida por Belém?
Para já, foram apenas formalizadas três candidaturas à Presidência da República, mas são vários os nomes na calha para a corrida a Belém, já com algumas desistências pelo meio.
Luís Marques Mendes anunciou a sua candidatura como independente logo em fevereiro, mas conta com o apoio do PSD, seguindo-se o almirante Henrique Gouveia e Melo, que em maio oficializou a sua corrida a Belém, após meses de especulações e sondagens a colocá-lo como favorito para substituir Marcelo Rebelo de Sousa. Em junho, o socialista António José Seguro formalizou a sua candidatura, mas avança como independente e sem o apoio unânime do Partido Socialista.
Na semana passada, António Filipe anunciou que é candidato a Presidente da República e já conta com o apoio do PCP. O major-general Isidro de Morais Pereira também revelou há dias que está a ponderar candidatar-se a Presidente da República, tendo dito que o apoio do Chega é "bem-vindo", apesar de o partido ainda não ter confirmado qualquer relação.
Após o resultado histórico obtido nas eleições legislativas de maio, o presidente do Chega André Ventura admitiu retirar a sua candidatura à Presidência da República, cargo ao qual disse que iria concorrer logo nos primeiros dias de janeiro. O mesmo fez Mariana Leitão, da Iniciativa Liberal, que decidiu retirar a candidatura após a saída de Rui Rocha da liderança do partido.
Também ainda sem formalizar mas já com intenções de candidatura anunciadas estão Tim Vieira, que fez o anúncio ainda no ano passado e avança como independente, e o coordenador do ST.OP André Pestana, que também revelou vontade de concorrer ainda em 2024. Joana Amaral Dias avança com uma candidatura com o apoio do ADN.