Os cenários reais dos filmes nomeados para os Óscares

26 fev 2022, 10:00

Em muitos filmes, as paisagens servem apenas de inspiração, mas noutros tornam-se parte integrante dos mesmos, com muitas viagens e imaginação à mistura

Auckland, Belfast, Portofino e Otago. Quatro das várias cidades que fazem parte dos filmes nomeados para os Óscares deste ano, cuja cerimónia acontece a 27 de março no Teatro Dolby, Los Angeles, Califórnia, nos EUA.

Se no caso de Luca, o filme de animação da Disney, a cidade costeira de Portofino serviu apenas de inspiração, assim como os cafezais da Colômbia no filme "Encanto", quando se fala de filmes como "Dune" ou "Belfast" o caso muda de figura.

Nestas longas metragens, os cenários são reais: em Dune, a equipa gravou em quatro locais diferentes e apenas um deles foi estúdio em Budapeste, na Hungria. De resto, o filme realizado por Denis Villeneuve (e nomeado em dez categorias dos Óscares) rumou ao deserto de Wadi Rum, na Jordânia, o deserto perto de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, e a costa noroeste da Noruega.

Farol de Kråkenes, Noruega (Wikicommons)

O filme, que acompanha a história de Paul Atreides (Timothée Chalamet), cuja família passa a controlar o planeta Arrakis, fonte de uma especiaria rara e importante para a história, é forte em conspirações, profecias e destruição no meio de cenários desérticos.

Em entrevista para a Condé Nast Traveler, Patrice Vermette, responsável pela produção do filme, procurou um deserto que não fosse romântico, mas que fosse um pouco assustador e por isso escolheu os desertos de Wadi Rum e Wadi Araba, na Jordânia. No entanto, a necessidade de um deserto com grandes dunas levou a equipa até Abu Dhabi.

"Belfast" filmado em... Londres

O filme do realizador Kenneth Branagh remete para a capital da Irlanda do Norte mas foi, segundo a CNN Brasil, gravado na sua maioria nos arredores de Londres, na Inglaterra. Uma das localizações utilizadas no filme foi o aeroporto de Farnborough, no condado de Hampshire. 

Aeroporto de Farnborough, em Hampshire

As restrições impostas pela covid-19 foram uma das razões para que o elenco tivesse de permanecer na capital do Reino Unido. No entanto, algumas das cenas também chegaram a ser gravadas na cidade que dá o nome ao filme.

Com sete nomeações para os Óscares, o filme conta com Judi Dench, Jamie Dornan, Caitriona Balfe e Jude Hill no elenco, e conta a história de um rapaz de nove anos que vê a sua vida mudar com a agitação civil na capital da Irlanda do Norte no final dos anos 1960.

"A filha perdida"

O local é paradisíaco: a ilha grega de Spetses, em Ática, na Grécia, já serviu de cenário para um casamento real, mas agora foi a localização escolhida para o drama da Netflix.

Maggie Gyllenhaal, Olivia Colman, Jessie Buckley e Dakota Johnson estiveram na pequena ilha a filmar as cenas que deveriam ter sido rodadas numa praia calma dos EUA mas que, por causa das restrições da covid-19, tiveram de ser deslocadas.

Ilha grega de Spetses (Getty Images)

O filme conta a história de uma mãe de férias que vê a pacatez terminar quando a sua obsessão por uma jovem mãe hospedada nas proximidades traz à tona antigas lembranças.

"O Poder do Cão"

O filme de Jane Campion tem 12 nomeações aos Óscares e conta com Benedict Cumberbatch, Jesse Plemons, Kirsten Dunst e Kodi Smit-McPhee para contar a história de um irmão dono de um rancho que trava uma guerra de ameaças contra a mulher do irmão e seu filho adolescente, até que antigos segredos são revelados.

No ecrã, o filme é passado em Montana. Na realidade, o filme foi gravado em Maniototo, Otago, na Nova Zelândia, uma zona pouco povoada, onde o clima é seco e as temperaturas podem atingir os -15º C no inverno.

Otago, na Nova Zelândia (Wikicommons)

A imprensa local revela que Jane Campion, que é natural da Nova Zelândia, se mostrou feliz de levar a equipa até Otago e que, durante as filmagens, os residentes chegaram a alugar as próprias casas. Durante a rodagem do filme, cerca de 200 pessoas estiveram na localidade.

"007"

Da Noruega a Cuba, vai um salto de distância, ou não estivéssemos a falar de James Bond. O 25.º filme da saga 007 estreou no final do ano, com Daniel Craig no papel de James Bond, e arrecadou três nomeações para os Óscares.

Desta vez, o filme passou por Itália - Matera e Gravina -, Noruega, Escócia, Inglaterra, Jamaica e Cuba. Mas, se no caso da Europa, Daniel Craig pode visitar uma das cidades mais antigas do mundo, no caso de Cuba, o agente especial ficou mesmo no Pinewood Studios, a cerca de 30 quilómetros de Londres.

Matera (Foto: Getty Images)

Em entrevista à Condé Nast Traveler, o produtor Cary Fukunaga revelou que filmar em Itália foi um sonho, uma vez que Matera tem construções esculpidas em rochas e ruínas de uma vila do período neolítico.

“Filmamos em Matera, em Gravina, em Puglia, e naquela pequena faixa de costa que Basilicata tem entre Campânia e Calábria, em Sapri. Foi muito bonito”, afirmou.

Na Jamaica, perto de Port Antonio, a produção do filme construiu a casa em que James Bond se estabeleceu depois de sair do MI6. Já na Escócia, um lago foi usado para dar vida na ficção a um fiorde e o Windsor Great Park, no sul da cidade de Windsor, na Inglaterra, foi usado para uma filmagem cheia de bosques.

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