Nelson Évora desafiado a denunciar «cunhas» na obtenção de nacionalidade portuguesa

17 mar 2023, 13:32
Nélson Évora e Pedro Pichardo (foto AP)

Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e do Notariado fala em «declarações manifestamente infelizes e infundadas»

O Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e do Notariado desafiou Nelson Évora a denunciar «cunhas» na obtenção de nacionalidade portuguesa, considerando, esta sexta-feira, que as suas declarações sobre a naturalização de Pedro Pichardo lançam suspeição sobre toda a classe profissional.

«As declarações são manifestamente infelizes e infundadas, na medida em que lançam um manto de suspeição sobre toda uma classe profissional, que não é permeável a cunhas, favores ou quaisquer outros tipos de situações de duvidosa legalidade», refere o STRN, em comunicado.

A estrutura sindical esclarece «que a concessão da nacionalidade portuguesa pode ser atribuída por via de diferentes fundamentos legais (correspondendo a diferente factualidade que tem de ser documentalmente comprovada)», e acrescenta: «Tanto quanto sabemos, a tramitação dos processos dos dois atletas é completamente distinta, porquanto se baseiam em situações diferentes».

O sindicato deixa, por isso, um apelo a Nelson Évora, campeão olímpico do triplo salto nos Jogos Pequim2008. «Caso conheça algum caso que não se enquadre na atuação citada deve denunciá-lo às entidades competentes, uma vez que uma situação dessas, a ser verdadeira, seria totalmente inaceitável caso fosse praticada por quem tem a seu cargo a essencial e fundamental tarefa de garantir a certeza e a segurança jurídicas», apontam.

Nelson Évora referiu no domingo, em entrevista à rádio Observador, que Pichardo tinha sido comprado para «ter resultados a curto prazo», contestando ainda a rapidez no seu processo de naturalização, em contraponto com o seu. Na sequência, Pichardo, acusou-o, através da sua página oficial no Instagram, de lhe faltar ao respeito. Entretanto, Nelson Évora recorreu às redes sociais para dizer que foi «mal interpretado».

O STRN aproveita as críticas às declarações de Nélson Évora para considerar que os «atrasos com que os cidadãos que pretendem obter a nacionalidade portuguesa se deparam, são inaceitáveis» e garantir que estes se «devem principalmente à falta de recursos humanos». «Relembramos que estão em falta 234 Conservadores e 1522 Oficiais, e que nos próximos cinco anos se aposentará 70 por cento do efetivo», referem, instando Governo a abrir rapidamente concursos de recrutamento externo de Conservadores de Registo e de Oficiais de Registo.

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