Jovens ativistas pelo clima condenados a multa de 295 euros por desobediência

Agência Lusa , MJC
16 dez 2022, 15:59
Manifestação de solidariedade para com os estudantes do Movimento pelo Clima “Ocupa FLUL” detidos no dia 11 novembro junto à Faculdade Letras da Universidade de Lisboa, 15 de novembro de 2022. (Manuel de Almeida/Lusa)

Os quatro ativistas consideraram que as suas detenções pela PSP no dia 11 de novembro, na Faculdade de Letras de Lisboa, resultaram de uma "decisão arbitrária" da direção daquela universidade

Os quatro jovens ativistas pelo clima que ocuparam a Faculdade de Letras de Lisboa há cerca de um mês foram hoje condenados a uma pena de multa de 295 euros por um crime de desobediência.

"Independentemente das causas que cada um abraça, tem que o fazer de acordo com as regras da sociedade", disse o juiz António Calado na leitura da sentença no Campos da Justiça, em Lisboa.

Os quatro ativistas consideraram que as suas detenções pela PSP no dia 11 de novembro, na Faculdade de Letras de Lisboa, resultaram de uma "decisão arbitrária" da direção daquela universidade.

Na altura, os jovens - conhecidos no meio estudantil por "Ana", "Nemo", "Artur" e "Mateus" - alegaram que não estavam a incomodar ninguém com o "protesto pacífico" em defesa do clima.

Na segunda semana de novembro deste ano, seis escolas secundárias e faculdades em Lisboa foram ocupadas por grupos de estudantes que protestavam pelo fim da exploração dos combustíveis fósseis até 2023.

Líder do PAN solidária com jovens ativistas

A porta-voz do PAN manifestou-se solidária com os jovens ativistas pelo clima condenados a uma multa de quase 300 euros e considerou que há “um retrocesso na interpretação quanto ao exercício do direito constitucional de manifestação”.

Numa mensagem divulgada através das suas páginas nas redes sociais Facebook e Twitter, a líder do partido Pessoas-Animais-Natureza referiu que “em 10 anos, apenas 6% dos crimes ambientais cometidos foram julgados em Portugal”.

“Já os jovens estudantes que lutam pelo direito a um clima estável e as graves consequências da inação dos decisores políticos foram condenados em pena de multa (que pode ser substituída por trabalho comunitário ou paga em prestações)”, lamentou.

Inês de Sousa Real considerou que se assiste “a um retrocesso na interpretação quanto ao exercício do direito constitucional de manifestação e reunião”.

“Se isto não é o mundo contrário, não sei o que seja! A minha solidariedade para com estes jovens”, salientou.

A deputada única do PAN defendeu ainda que “a crise climática não só não desapareceu, como a fatura é cada vez mais pesada e vai bater precisamente à porta das gerações mais novas”.

Relacionados

Crime e Justiça

Mais Crime e Justiça

Patrocinados