Pais benfiquistas, mas pelo Desp. Aves vale tudo: até tatuar o símbolo

9 mai 2019, 00:42

O pai de Joana Coelho bem tentou que ela fosse benfiquista, mas a própria diz que quando cresceu virou avense. Sócia há 10 anos, acompanha o clube há 13 e tem inclusive tatuado o emblema do clube no braço. Um amor que não se explica e que muito menos se esconde

«Até ao fim» é uma rubrica do Maisfutebol que visita adeptos que tenham uma paixão incondicional por um clube e uma história para contar. Críticas e sugestões para mgandrade@mediacapital.pt

Joana Coelho tem 31 anos e é apaixonada pelo Desp. Aves. Quem a conhece sabe disso e quem a vir na rua, sobretudo no verão, confirma. É que o amor ao clube avense é tanto que a avense tem inclusive uma tatuagem com o emblema.

«Fiz há dois anos, faz agora no dia 18 de maio dois anos», começou por contar ao Maisfutebol, justificando: «Fiz porque é um amor que não se explica. Troca-se de tudo, mas de clube não se troca e o Desp. Aves é para a vida toda.»

Sócia há 10 anos, Joana Coelho acompanha o Desp. Aves há 13 e já correu Portugal continental e foi até às ilhas pelo clube. «Faço parte da claque e sempre que posso vou aos jogos. Desde que seja possível ir, vou, não importa quantos quilómetros são», referiu, acrescentando: «Em casa vou sempre.»

Apoio ao Desp. Aves no feminino

Funcionária numa loja, a avense tem disponibilidade horária, porque trabalha de segunda-feira até sábado de manhã, mas mesmo que não fosse assim tinha o aval dos patrões: «É uma empresa familiar, são todos sócios do Desp. Aves e já fizeram parte da direção, por isso cedem (risos).»

«Na II Liga era mais difícil de ir aos jogos, porque muitos eram durante a semana, mas na Liga fica tudo mais fácil», acrescentou, dizendo que, por isso, também não pode ir a todos os jogos da equipa de sub-23: «É difícil, mas vou quando posso e agora também fui a Fão.»

Foi nesse jogo, diante do Sp. Braga, que Joana Coelho viu o clube ganhar a Liga Revelação, «um título importante para o clube», mas na memória está outro jogo, embora tenha sido há mais tempo: a final da Taça de Portugal a 20 de maio de 2018, diante do Sporting.

«Foi o jogo mais enervante, stressante e emocionante de todos. Passem os anos que passarem nunca me vou esquecer desse dia. Só quem vai ao Jamor e vive todo aquele ambiente, o convívio, percebe o que digo e, mais ainda, se o clube do coração ganhar o troféu», disse.

«Não é fácil explicar o que se sente ao ver o nosso clube, e sobretudo um clube como o Desp. Aves, a ganhar a Taça de Portugal. Eu não consigo, e mais ainda a um grande», sublinhou visivelmente emocionada.

Joana Coelho na final da Taça de Portugal no Jamor

É assim que vive e fala sobre o clube que aprendeu a gostar, tal como a irmã, mesmo que seja filha de pais benfiquistas.

«Não vou negar que quando era pequena, e ainda não tinha bem noção das coisas, torcia pelo Benfica e era fã do Nuno Gomes, mas quando cresci fiquei avense e serei para sempre avense», disse, recordando que a única coisa que a une a esse passado é o número 21.

«Por causa do Nuno Gomes fiquei a gostar desse número e sempre que há um jogador do Desp. Aves com o 21, peço a camisola», comentou a sorrir: «É a única ligação que tenho ao Benfica, porque sou apenas do Desp. Aves. Para mim não há dois clubes.»

Joana Coelho sofre pelo Desp. Aves, mas está com o clube «nos bons e nos maus momentos» e alertou: «Não somos só futebol, também temos voleibol feminino e este fim de semana subimos à I Divisão.»

Domingo foi, portanto, um dia feliz porque o Desp. Aves também garantiu a permanência na Liga: «Andava há semanas a fazer contas no final de cada jornada para ver quantos pontos ainda precisávamos, mas felizmente já garantimos a permanência. Só que como foi com o resultado do V. Guimarães-Nacional (2-2), e não após um jogo nosso não festejei efusivamente, mas obviamente que fiquei muito feliz.»

Com as cores do Desp. Aves onde quer que seja

A respirar «tranquilamente», porque o Desp. Aves continuará entre os grandes na próxima temporada, Joana Coelho está agora à espera do terceiro troféu em apenas 12 meses - a Taça Revelação, que o emblema avense disputará com o Rio Ave - e continua a alimentar um sonho que já quase se concretizou.

«Ver o Desp. Aves na Liga Europa. Esteve perto de acontecer, com a conquista da Taça de Portugal, mas não fomos. É uma pena. Mas vou ter sempre esse desejo: ver um jogo do Desp. Aves no estrangeiro», finalizou.

Artigo original: 07/05; 23h50

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