Irão lançou 180 mísseis contra Israel: o que se passou (e como se passou)

1 out, 19:44

Ameaça concretizou-se ao final da tarde. Terão sido lançados 180 mísseis. Israel apelou à população que se protegesse. E garante que a investida não vai ficar sem resposta

O Irão atacou Israel na tarde desta terça-feira. As sirenes de alerta soaram por todo o país, deixando a população apreensiva sobre os possíveis efeitos desta investida. Daniel Hagari, porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), já confirmou que não há vítimas a registar e prometeu que haverá “consequências” depois do ataque que Teerão justificou como resposta às mortes dos líderes do Hamas e do Hezbollah.

O ataque, com recurso ao envio de mísseis dirigidos a todo o território israelita, teve lugar por volta das 19:30 locais, menos duas horas em Lisboa.

O Irão confirmou a ameaça de que iria atacar Israel, levando as Forças de Defesa de Israel a instar os israelitas a procurarem abrigo. O exército israelita procurou ainda garantir que as explosões ouvidas no país foram provenientes da interceção dos mísseis, cujos fragmentos acabaram por cair no território. Houve impacto direto no centro e no sul de Israel, informou o porta-voz militar.

Segundo o jornal israelita Haaretz, foram efetuados cerca de 100 lançamentos de mísseis a partir do Irão. Contudo, fontes militares israelitas admitiriam depois que foram 180 os projécteis iranianos. Vários vídeos divulgados nas redes sociais mostram os mísseis a cair no solo em Israel.

Segundo a Reuters, os mísseis iranianos que tinham Jerusalém como alvo acabaram por ser intercetados ainda no espaço aéreo da Jordânia, país que decidiu suspender o tráfego aéreo por cima do seu território.

A televisão estatal do Irão indicou que um dos alvos do ataque foi uma unidade de tanques que se posicionava no Corredor Netzarim, na Faixa de Gaza.

Israel também chegou a anunciar que todas as descolagens e aterragens no principal aeroporto do país foram canceladas. Contudo, cerca de duas horas depois do início do ataque, Israel dava o ataque por terminado e acabou por reabrir o seu espaço aéreo.

Imagens mostram mísseis iranianos intercetados no céu de Telavive (Jacak Guez/AFP via Getty Images)

Irão avisa: se Israel retaliar, haverá novo ataque. Telavive não quer ficar parada

A Guarda Revolucionária do Irão (IRGC) confirmou também, em comunicado, que lançou “dezenas" de mísseis contra Israel. E avisou que, se Israel “retaliar”, será novamente atacado. Outra das garantias é de que o líder supremo do Irão, o aiatola Ali Khamenei, continua numa “localização segura”.

Trata-se de uma resposta do Irão pela morte dos antigos líderes do Hamas, Ismail Haniyeh, e do Hezbollah, Hassan Nasrallah, admitiu a IRGC. Foram ambos mortos este ano em ataques israelitas. O Hamas já veio "louvar" a ação levada a cabo por Teerão para "vingar" estas mortes.

A equipa da CNN na capital do Líbano testemunhou uma série de celebrações no centro de Beirute, enquanto decorria o ataque a Israel.

Por sua vez, Israel já prometeu que vai reagir a esta investida. As IDF prometeram que o ataque “vai ter consequências”. “Temos planos e atuaremos no momento e no local que escolhermos”, informaram. Foi anunciado o encerramento de três cidades no norte do país para fins militares. E prometidos "ataques poderosos" durante a noite pela Força Aérea israelita.

Minutos depois do ataque do Irão, as IDF anunciaram a morte de al-Faqar Hanawi, comandante da divisão Hamam Hossein, do Hezbollah.

Esta terça-feira fica também marcada em Israel por um tiroteio em Jaffa, perto de Telavive. O ataque terrorista fez pelo menos seis mortos e nove feridos.

Várias pessoas procuram abrigo no meio de uma autoestrada durante ataque do Irão (Jack Guez/AFP via Getty Images)

Biden e Kamala reúnem-se de emergência

O atual presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, reuniu-se de emergência, entretanto, com a sua vice-presidente Kamala Harris e os principais responsáveis pela área da segurança no país. Na rede social X, Biden garantiu estar pronto para a ajudar Israel na sua defesa.

Um alto funcionário do governo iraniano afirmou que Teerão avisou os EUA do ataque pelos canais diplomáticos "um pouco antes" de o realizar.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, já condenou os ataques, falando em "escalada após escalada" no Médio Oriente. "Isto tem de parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo", apelou.

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