Cinco mortos, centenas de polícias agredidos e a responsabilidade apontada a Trump: um ano do ataque ao Capitólio

Agência Lusa , Com Beatriz Madaleno de Assunção
6 jan 2022, 09:56

Discursos políticos, orações e um minuto de silêncio vão marcar cerimónia durante toda esta quinta-feira

O ataque à sede do poder legislativo norte-americano que aconteceu a 6 de janeiro de 2021 ficou marcado pela morte de cinco pessoas e mais de uma centena de polícias agredidos por uma multidão composta por apoiantes do ex-Presidente norte-americano Donald Trump.

Cerca de 10 mil pessoas cercaram e várias centenas forçaram a entrada no Capitólio, quando os congressistas estavam a certificar o resultado das eleições presidenciais de novembro de 2020 e a vitória do atual Presidente, o democrata Joe Biden.

A invasão da sede do Congresso norte-americano aconteceu algumas horas depois de Trump se ter dirigido a uma multidão composta por milhares de apoiantes, durante um comício realizado nas imediações da Casa Branca, e de ter defendido que estes nunca deveriam aceitar uma derrota, numa referência aos resultados das presidenciais de novembro de 2020.

No final de dezembro passado, a presidente da Câmara de Representantes (‘speaker’), a democrata Nancy Pelosi, anunciou um conjunto de iniciativas que esta quinta-feira vão assinalar a efeméride: um momento de oração nas escadas do Capitólio, a observação de um minuto de silêncio e um espaço de debate dedicado aos acontecimentos daquele dia.

“Estas iniciativas pretendem ser uma observância de reflexão, recordação e compromisso, num espírito de unidade, patriotismo e oração", disse Pelosi.

O espaço de debate previsto terá a participação de historiadores para, segundo frisou Pelosi, "estabelecer e preservar a narrativa do 6 de janeiro", mas também de congressistas que estavam no interior do edifício no dia do assalto e que irão partilhar a sua experiência.

Cerca de 700 pessoas já foram alvo de acusações criminais e mais de 50 foram condenadas, mas, um ano depois do ataque, as autoridades norte-americanas ainda continuam na busca de muitos outros suspeitos pelos crimes associados à invasão do Capitólio.

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tinha uma conferência de imprensa programada para esta quinta-feira, mas cancelou a iniciativa, tendo anunciado que vai abordar o tema do assalto ao Capitólio num comício dia 15 de janeiro.

Discursos políticos, orações e um minuto de silêncio

Discursos políticos, em particular do Presidente Joe Biden, orações e a observação de um minuto de silêncio no edifício do Capitólio vão assinalar esta quinta-feira o 1.º aniversário do ataque à sede do Congresso norte-americano.

Na véspera da efeméride, caracterizada a nível mundial como “um ataque à democracia”, a porta-voz da Casa Branca (Presidência dos Estados Unidos), Jen Psaki, assegurou que Joe Biden vai denunciar no discurso desta quinta-feira “a responsabilidade (do antigo) Presidente Trump" no "caos".

Joe Biden "vê o dia 6 de janeiro [de 2021] como o culminar trágico do que quatro anos da Presidência Trump fizeram a este país", afirmou a porta-voz, numa declaração interpretada como um endurecimento das palavras da Casa Branca em relação ao ex-Presidente republicano.

No mesmo discurso, que será realizado no próprio recinto do Capitólio, em Washington, e que será acompanhado por uma intervenção da vice-Presidente norte-americana, Kamala Harris, o chefe de Estado vai igualmente lembrar que a democracia nos Estados Unidos continua frágil.

“Irá falar sobre o trabalho que falta fazer para assegurar e fortalecer a nossa democracia e as nossas instituições, para rejeitar o ódio e as mentiras que vimos no 6 de janeiro, para unir o país", afirmou a mesma porta-voz, mas em declarações feitas na terça-feira.

"O dia 6 de janeiro não foi uma ação irrefletida e espontânea de uma multidão violenta. Foi uma tentativa de derrubar violentamente o resultado de uma eleição livre e justa. O dia 6 de janeiro ainda existe", disse, por sua vez, na quarta-feira, o líder democrata do Senado (câmara alta do Congresso), Chuck Schumer.

E.U.A.

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