Felizmente para nós, a maioria das pessoas entendeu a piada e sabe que não estamos envolvidos no roubo, e estamos muito satisfeitos com a reação até agora”, afirma Böcker, diretor-geral da empresa
Enquanto a polícia francesa, funcionários do governo e altos executivos do Museu do Louvre continuam a dar voltas à cabeça para entender como um grupo de assaltantes conseguiu furtar joias de valor inestimável em plena luz do dia, uma empresa alemã aproveitou o momento com os seus 15 minutos de fama.
A Böcker, empresa que fabricou o elevador de móveis aparentemente usado no audacioso furto, recorreu às redes sociais para mostrar que não existe publicidade negativa.
Numa publicação irónica no Instagram, a empresa, sediada em Werne, no noroeste da Alemanha, publicou uma imagem do local após o incidente, com a seguinte descrição: “Da próxima vez que precisar que as coisas sejam feitas rapidamente. O Agilo da Böcker transporta os seus tesouros com peso até 400 kg a 42 metros por minuto – tão silencioso como um sussurro, graças ao motor elétrico de 230 V.”
Os ladrões, que ainda não foram identificados, que continuam a monte, fugiram com joias históricas no valor de mais de 100 milhões de dólares após invadirem o museu parisiense em plena luz do dia, no domingo de manhã, quando já estava aberto ao público. Imagens de videovigilância mostram que os assaltantes entraram pela varanda do segundo andar, depois de subir com um camião equipado com um elevador.
Alexander Böcker, diretor-geral e proprietário de terceira geração da empresa alemã, adiantou à CNN, em comunicado, que ficou “chocado” quando viu a notícia no domingo e percebeu que “o elevador tinha sido usado indevidamente para o assalto”.
Quando ficou claro que ninguém tinha ficado ferido, o espírito empreendedor do empresário entrou em ação.
“Depois do choque inicial, o humor negro tomou conta”, explica Böcker, no comunicado. “Brincámos um pouco, divertimo-nos e criámos alguns slogans iniciais.”
A empresa tem recebido feedback “impressionante” e, na sua maioria, positivo, diz Böcker. “Felizmente para nós, a maioria das pessoas entendeu a piada e sabe que não estamos envolvidos no roubo, e estamos muito satisfeitos com a reação até agora”, afirma Böcker, em declarações à Reuters.
Na quarta-feira, a diretora do Louvre, Laurence des Cars, afirmou, numa audiência do Senado francês, que o sistema de câmaras antigo do museu não cobria a varanda leste da Galeria de Apolo, onde os ladrões usaram uma pequena motosserra para invadir o local.
Laurence lamentou a “infraestrutura técnica absolutamente obsoleta, até mesmo inexistente” usada para monitorizar os tesouros mais valiosos do país. A diretora do museu ofereceu a sua demissão à ministra da Cultura, Rachida Dati, após o roubo, que acabou por ser rejeitada.
De acordo com Böcker, o Agilo é usado principalmente na construção civil e para transportar mercadorias pesadas durante mudanças, não sendo destinado ao transporte de pessoas.
O modelo específico usado no furto foi vendido a um cliente na região da Grande Paris, adiantou Böcker. Mas, aparentemente, foi roubado do proprietário durante uma demonstração para um potencial cliente.
“Parece que a inscrição da empresa foi removida e as matrículas substituídas”, acrescentou o diretor-geral da empresa.