Golos incríveis, falhanços inacreditáveis, polémicas... Do melhor ao pior, houve um pouco de tudo no Catar
Foram 64 jogos, entre 32 seleções, compostas por 830 jogadores e, no final, ganhou a Argentina. Estes são os 10 momentos que escolhemos:
1. Messi fez o que quis de Gvardiol, uma das revelações do Mundial
Ao golo do século seguiu-se o famoso golo com a mão, estávamos em 1986 e Diego Armando Maradona carregou a Argentina até ao título. Agora, no Catar e em 2022 - o primeiro mundial desde a morte do eterno 10 argentino - foi Messi o messias da albiceleste. Apesar do mau início frente à Arábia Saudita (derrota por 2-1), o pequeno astro brilhou, encantou e o croata Gvardiol ainda deve estar a tentar perceber o que se passou naquele lance do terceiro golo da meia-final.
Genial, simplesmente Lionel Messi 🔟
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Já na épica final, Messi bisou e ainda teve a ajuda do velho amigo Di María. Depois do 3-3, o jogo foi para penáltis e a Argentina prevaleceu. O "extraterrestre do futebol" levantou o caneco e um ciclo fechou-se com os deuses do futebol a ser justos com um dos melhores de sempre. Acabou, claro, como o melhor jogador do Mundial 2022.
2. Cristiano Ronaldo no banco e em lágrimas
Ainda não tinha arrancado a competição e já só se falava de Cristiano Ronaldo. A primeira metade da época não correu de feição ao capitão português no Man. United, o que o levou a dar uma polémica entrevista a Piers Morgan. Depois seguiu-se a receção de CR7 a Bruno Fernandes, no balneário da Cidade do Futebol, com um barco à mistura, e o golo discutido por um cabelo. Também houve palavras pouco simpáticas para Fernando Santos, aquando da substituição frente à Coreia do Sul. Após tudo isto, o impensável aconteceu: o melhor jogador português, e um dos melhores da história do futebol, ficou no banco, na vitória portuguesa sobre a Suíça dos oitavos de final. A família reagiu com críticas nas redes sociais, mas em vão, já que CR7 voltou a sentar-se ao lado de João Mário no jogo com Marrocos.
O fim foi em lágrimas, como nenhum português quereria, mas foi. A imagens são marcantes e ninguém as esquecerá: aquela que era a última oportunidade de Cristiano Ronaldo acabou nos quartos de final, sem taça, sem clube e sozinho. Este foi o adeus de Ronaldo aos Mundiais e quer o craque como Portugal gostariam que tivesse sido bem diferente.
3. O hat-trick de Mbappé na final
Desde que brilhou no Monaco de Leonardo Jardim que se percebeu que Mbappé estava destinado a grandes feitos. Saiu do Catar como melhor marcador do Mundial 2022, com oito golos, mas sem troféu. A final foi particularmente dura para o extremo do PSG, que só apareceu por Lusail ao minuto 80. Todavia, chegou a tempo.
Ao minuto 80, marcou de penálti, dois minutos depois bisou com um tento de belo efeito e, já no prolongamento, voltou a converter um novo castigo máximo. O hat-trick de Mbappé manteve a esperança francesa viva, assim como o presidente Macron entusiasmado na bancada, mas acabou nos penáltis. Aí, o craque marcou a sua terceira grande penalidade da noite, mas os companheiros vacilaram e a França caiu.
INACREDITÁVEL! MBAPPÉ BISA EM POUCOS MINUTOS E FINAL EMPATADA!
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4. Marrocos chegou onde nenhuma outra seleção africana havia chegado
Marrocos conseguiu uma entrada direta para o "hall of fame". À partida, Hakimi era o nome mais sonante do conjunto africano, mas afinal tinha companhia. Amrabat, Ounahi, Ziyech, Boufal e En-Nesyri estiveram em destaque e levaram esta seleção onde nunca tinha chegado: às meias-finais. Eliminaram Espanha e Portugal e, depois de conquistarem a Península Ibérica, não foram além dos Pirenéus e acabaram por perder frente à França. No jogo do terceiro e quarto lugar, perderam com a Croácia. Marrocos tornou-se assim a seleção africana a chegar mais longe numa fase final de um campeonato do mundo.
Marrocos celebra 🤩 De um lado a festa, do outro a desilusão. ⁰
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5. A obra de arte de Richarlison
Longe vão os tempos em que Ronaldinho, Ronaldo - o fenómeno -, Rivaldo e Kaká eram o pior pesadelo de qualquer defesa. Hoje, o Brasil é diferente, mas há algo que nunca muda: o talento e a irreverência. Richarlison é sinónimo disso mesmo e mostrou-o no jogo frente à Sérvia. Foi o homem do jogo, bisou e um dos golos foi uma autêntica obra de arte, à espera de ser distinguido como o melhor golo alguma vez marcado no Catar.
MAS O QUE É ISTO RICHARLISON? Golaço do BRASIL! 🤯
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6. Lukaku e o dia em que não devia ter saído de casa
Pelas piores razões, a História também vai falar de Lukaku. A Bélgica caiu nas fase de grupos e muito graças ao empate a zero frente à Croácia. O poderoso avançado de 30 anos, habitualmente letal na cara do golo, entrou em campo ao intervalo para aquilo que viria a ser uma das piores exibições da sua carreira. Falhou de cabeça, falhou com o pé, falhou por quatro ocasiões e, nesse primeiro de dezembro, as crónicas não falaram de outro tema. Sem dúvida, para esquecer.
INACREDITÁVEL, RETA FINAL IMPRÓPRIA PARA CARDIACOS!
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7. Aquele Camarões-Sérvia
Foi numa segunda-feira normal, dia 28 de novembro, e foi o último jogo deste Mundial disputado às 10:00 (hora de Portugal continental). Não parecia ser grande cartaz, mas foi das partidas mais emocionantes da competição.
Os Camarões maracaram primeiro, a Sérvia deu a volta em dois minutos no fim da primeira parte e chegou mesmo a marcar o terceiro na segunda, mas Aboubakar entrou e mudou o jogo: primeiro com um chapéu ao guarda-redes, depois com a assistência para o golo do empate. Chapeau.
8. Aqueles minutos em que Japão e Costa Rica iam eliminando Espanha e Alemanha
O grupo E sempre prometeu muito: tinha duas seleções campeãs do mundo e sempre favoritas à conquista do troféu. Só que também teve um super-Japão, que começou logo por derrotar a Alemanha (2-1), mas depois se viu aflito contra a Costa Rica (0-1).
Na terceira e última jornada da fase de grupos. os japoneses voltaram a surpreender, vencendo a Espanha (2-1) e, ao mesmo tempo, Costa Rica e Alemanha iam marcando muitos golos (2-4). A emoção foi tanta que, durante três minutos, os apurados deste grupo E eram Japão e Costa Rica. Imaginem só: Espanha e Alemanha eliminadas logo ali!
Bem, os alemães por ali ficaram mesmo. E quanto aos espanhóis, ficaram-se pelos oitavos de final. É que apareceu Marrocos...
9. O discurso de Infantino
Na véspera do arranque do Mundial do Catar, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, veio a público defender o país organizador com um discurso que gerou polémica. As frases falam por si só:
"Depois do que fizemos nos últimos 3.000 anos, nós europeus devíamos pedir desculpa pelos próximos 3.000 anos, antes de começar a dar lições de moral a alguém", disse Infantino que classificava as críticas como "lições de moral" do Ocidente e "pura hipocrisia".
"Hoje sinto-me catari. Sinto-me árabe. Sinto-me africano. Sinto-me gay. Sinto-me deficiente. Hoje, sinto-me como um trabalhador migrante. Claro que não sou catari, não sou árabe, africano, não sou gay nem deficiente. Mas sinto-me como se fosse. Porque eu sei o que é ser discriminado e vítima de bullying por ser estrangeiro noutro país. Em criança também fui gozado por ser ruivo e ter sardas. E era italiano, por isso imaginem".
O absurdo das declarações acabou por fazer a delícia de vários humoristas em todo o planeta.
🗣 “Today I feel Qatari. Today I feel Arab. Today I feel African. Today I feel gay. Today I feel disabled. Today I feel a migrant worker.”
President of FIFA, Gianni Infantino with a strange speech on the eve of the 2022 World Cup pic.twitter.com/f1xIfWAjom
10. Os ativistas nas bancadas... e no campo
O Mundial 2022 acabou ainda por se transformar num palco de causas. Perante os ataques aos direitos humanos, o mundo quis responder. A Dinamarca quis entrar em campo com uma camisola toda negra, mas acabou proibida pela FIFA. Vários capitães de equipas quiseram entrar em campo com uma braçadeira com as cores LGBTQI+ e foram ameaçados com cartões amarelos, pela FIFA. Restavam os adeptos.
Tivemos bandeiras em prol dos direitos das mulheres a serem retiradas a adeptos do Irão, um adepto dos EUA a ser retirado do estádio por ter uma braçadeira com as cores do arco-íris e houve ainda o corajoso que invadiu o Portugal-Uruguai. Na t-shirt, pedia que se "salvasse a Ucrânia" e que os direitos das mulheres iranianas fossem respeitados, enquanto correu pelo campo com uma bandeira com as cores LGBTQI+. Chama-se Mario Ferri, tem 35 anos e é um ativista italiano, depois do episódio disse: "Escolhi o melhor cenário para transmitir as mensagens. Quando me prenderam, o Infantino (presidente da FIFA) desceu e perguntou-me - 'Porquê? Porquê? Porquê?". Ele lembrava-se de mim dos outros Mundiais. Eu disse-lhe: porque jogámos ao polícia e ladrão. Eu contra 5 mil".