Ataques aéreos da coligação árabe fazem pelo menos 12 mortos no Iémen

Agência Lusa , NM
18 jan 2022, 08:46
Exército feminimo defende o movimento Houthis

Bombardeamentos visaram a habitação do general Abdullah Qassim al Junaid. As equipas de resgate continuam as buscas por duas pessoas desaparecidas sob os escombros do prédio de dois andares

Pelo menos 12 pessoas morreram e 11 ficaram feridas em dois ataques aéreos pela coligação liderada pela Arábia Saudita na capital do Iémen, Sana, noticiou esta terça-feira a agência de notícias oficial do país, a Saba.

Os bombardeamentos lançados na segunda-feira à noite destruíram por completo a casa do general Abdullah Qassim al Junaid, numa das ações mais sangrentas contra a capital nos últimos anos, a Saba, controlada pelo grupo rebelde houthi.

O ex-diretor da Academia da Força Aérea do Iémen e familiares, incluindo mulheres e crianças, morreram na sequência dos ataques.

Segundo a agência Efe, as equipas de resgate continuam as buscas por duas pessoas desaparecidas sob os escombros do prédio de dois andares, situado num bairro nobre da capital, onde outras cinco casas também foram danificadas.

Esta manhã, a coligação confirmou "ataques aéreos separados contra redutos e campos houthis em Sana", segundo a agência oficial de notícias saudita SPA, mas não comentou a morte do general e de outras 11 pessoas.

A nova campanha de bombardeamentos da capital iemenita acontece após dois ataques na segunda-feira contra o aeroporto internacional e uma área industrial em Abu Dhabi, que provocaram pelo menos três mortos e seis feridos.

Emirados Árabes Unidos condenam ataque 

Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos condenou a ação e destacou que o país "reserva o direito de responder a esses ataques terroristas e a essa sinistra escalada criminosa" cometida "fora do Direito Internacional e Humanitário".

Na semana passada, os rebeldes houthis tinham ameaçado os Emirados com uma retaliação por apoiarem as forças governamentais iemenitas que nas últimas semanas têm conquistado posições do grupo rebelde em províncias-chave do Sul e Centro do país.

A guerra matou 130.000 pessoas no Iémen - tanto civis como combatentes - e exacerbou a fome e a miséria em todo o país.

O conflito no Iémen é considerado pela ONU como a maior tragédia humanitária do planeta, atualmente, com 80% da população do país a necessitar de algum tipo de assistência para colmatar as necessidades básicas.

Localizado no Médio Oriente, junto ao Mar Arábico, Golfo de Aden e Mar Vermelho, e com fronteiras com Omã e a Arábia Saudita, o Iémen tem uma população de cerca de 33 milhões de pessoas.

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