Governo espanhol já descobriu três desequilíbrios na rede no dia 28 de abril. A causa continua por apurar, mas até o ciberataque é ainda um cenário em cima da mesa
A comissão espanhola de análise que está a investigar o apagão que deixou a Península Ibérica às escuras há exatamente uma semana detetou um terceiro incidente no sistema elétrico, que ocorreu 19 segundos antes do apagão efetivo.
A ministra espanhola da Transição Ecológica e Desafio Demográfico, Sara Aagesen, revelou, esta segunda-feira, numa entrevista ao canal de televisão estatal TVE, que a falha se juntou aos outros dois desequilíbrios na rede que ocorreram nos cinco segundos anteriores ao apagão originado no sudoeste de Espanha.
De acordo com a ministra, as empresas de eletricidade, como as espanholas Endesa ou Naturgy, mas também a EDP, "nunca advertiram" o governo de que "algo assim podia acontecer". "Não estávamos conscientes", garantiu Sara Aegesen.
No entanto, a ministra garantiu que a comissão de análise continua a trabalhar para “identificar a causa, isolá-la e tomar todas as medidas necessárias para que não volte a acontecer”, não descartando a possibilidade de "ciberataque e sistemas digitais".
Sara Aagesen, vicepresidenta tercera y ministra de Transición Ecológica, sobre el apagón: "Actualmente no tenemos evidencias de que fallara una instalación en sí misma"#LaHora5M
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— La Hora de La 1 (@LaHoraTVE) May 5, 2025
De acordo com a ferramenta de monitorização elétrica Gridradar, citada pela Bloomberg, a frequência da rede em Espanha começou a afastar-se dos habituais 50 hertz (Hz) às 12:00 locais (11:00 em Portugal). Às 12:19, as oscilações começaram a intensificar-se. Às 12:33, a frequência da rede caiu drasticamente e começou o apagão.
A essa hora, o país estava a utilizar uma grande quantidade de energia solar e eólica, o que, segundo os críticos, torna as redes mais vulneráveis a perturbações. Sara Aagesen considera "errado" culpar as energias renováveis pelo apagão.