Montenegro não vê razão para as escolas não reabrirem normalmente

CNN Portugal , MJC
28 abr, 22:01
Luís Montenegro (Lusa)

O primeiro-ministro diz que é "expectável o restabelecimento integral do abastecimento nas próximas horas". A situação continua ainda difícil na Beira Baixa, no Alentejo e em Setúbal

O primeiro-ministro afirmou esta segunda-feira que as escolas poderão reabrir na terça-feira “se não houver nenhuma perturbação no processo de reabastecimento” de energia, depois do apagão de hoje.

“Não vemos razão para que não possam abrir amanhã numa situação de normalidade se não houver nenhuma perturbação neste processo de reabastecimento”, afirmou Luís Montenegro, numa conferencia de imprensa na residência oficial em São Bento.

O primeiro-ministro diz também esperar que na terça-feira seja retomada a normalidade na distribuição de bens essenciais, medicamentos ou combustível. "Estamos confiantes que o restabelecimento do abastecimento [elétrico] poderá dar às pessoas uma situação de normalidade no dia de amanhã", afirma Luís Montenegro, que acredita que não haverá dificuldades no abastecimento de bens. "Não estamos a prever que haja nenhum constrangimento".

Montenegro diz que é "expectável o restabelecimento integral do abastecimento nas próximas horas". "Já estamos com a região de Lisboa com a situação praticamente reposta", diz. A situação continua ainda difícil na Beira Baixa, no Alentejo e em Setúbal.

Até à completa normalização, o primeiro-ministro apela à serenidade e à ordem. "Apelo também a que tenhamos moderação nos consumos que estejam relacionados com a eletricidade".

O apagão desta segunda-feira foi uma "situação grave, inédita e inesperada", afirma.  "A prioridade foi responder às situações mais críticas e urgentes", explica, sublinhando que foram imediatamente acionados todos os mecanismos de emergência e foram feitos todos os esforços para resolver a situação quanto antes. O Conselho de Ministros está reunido desde as 14:00, em gestão de crise, "e assim continuará".

O Conselho de Ministros decretou a situação de crise energética, o que permitiu que fossem tomadas medidas para responder aos setores essenciais. As áreas da saúde, os órgãos de soberania, as forças de segurança, as telecomunicações, os transportes, a justiça, os órgãos de comunicação social, a grande distribuição alimentar, entidades do sistema científico e tecnológico e o sistema de pagamentos eletrónicos foram considerados críticos e essenciais.

Os distribuidores de combustível foram instruídos para garantir o abastecimento destes serviços. O Governo também indicou à REN quais os destinatários prioritários para o reabastecimento de energia.

Apesar da situação inédita, "os serviços essenciais mantiveram-se a funcionar e o Estado revelou capacidade de resposta", congratula-se o primeiro-ministro.

Montenegro diz que haverá reforço na prevenção e insiste na importância de interligações com UE

Luís Montenegro sublinha que ainda não há uma "explicação cabal" para o que aconteceu. Sabe-se que "essa origem não está relacionada com a rede elétrica portuguesa, e tendo nós a ligação à rede elétrica espanhola, presume-se que foi nessa que teve origem e que estará relacionada com o aumento abrupto na tensão da rede espanhola, cuja origem ainda não sabemos explicar."

O primeiro-ministro garante que o Governo já está a trabalhar, nomeadamente com a REN, para "aumentar a capacidade de prevenção e resiliência de forma a evitar a repetição de ocorrências como esta".

Montenegro explica que Portugal está exclusivamente ligado à Espanha, não podendo por isso contar com a ajuda externa, por exemplo de Marrocos. E diz que há uma reflexão a fazer: "Ao contrário de Espanha, que pode contar da ajuda das redes de França e Marrocos, nós estamos completamente dependentes da rede espanhola. A verdade é que a circunstância de Espanha ter, nomeadamente com a Europa, limitações de interligação, também afeta a capacidade de fornecimento a Portugal. Há muito tempo que vimos lutando na União Europeia pelo reforço das interligações na Europa para podermos ter maior autonomia quer para receber quer para vender energia".

Governo

Mais Governo
IOL Footer MIN