Repsol já tinha alertado há cinco dias para "paragem inesperada" no fornecimento de energia em Espanha

CNN Portugal , DCT
29 abr, 09:34
Repsol

A multinacional espanhola de energia e petroquímica teve de parar a atividade da sua refinaria em Cartagena. No mesmo dia, Espanha registou um "excesso de tensão" que causou interferências em duas estações de comboio na linha de alta velocidade

A Repsol enviou no dia 24 de abril uma carta aos clientes a dar conta de uma “paragem inesperada devido a problemas técnicos com o fornecimento de eletricidade”, que levou, no dia 22 de abril, à suspensão da atividade da sua refinaria em Cartagena, na região de Múrcia, no sudeste da Espanha.

No dia em que se deu a falha de energia reportada pela Repsol, o ministro espanhol dos Transportes, Óscar Puente, deu conta da existência de um “excesso de tensão na rede (elétrica)” que estaria a interferir com duas estações de comboio na linha de alta velocidade espanhola entre Chamartín e Pajares, que separa Castela e Leão das Astúrias. A declaração foi feita na rede social X e vinha acompanhada de uma imagem do sistema elétrico nacional que, diz o jornal, é “muito semelhante” à registada esta segunda-feira, quando um colapso energético deixou Portugal e Espanha sem energia durante horas.

Segundo a missiva, à qual o El Mundo teve acesso, a multinacional espanhola de energia e petroquímica diz que em causa esteve uma “grave falha elétrica alheia à instalação” de Cartagena, mas não se sabe se esta falha esteve ou não relacionada com o apagão desta segunda-feira. Mas o jornal espanhol dá conta de que na última semana foi registado em Espanha um excesso de geração fotovoltaica que supera a procura. Esse excesso aconteceu sempre nos mesmos horários. 

Ainda assim, a falha de 22 de abril foi suficiente para levar a Repsol a ativar uma cláusula de “força maior” para justificar a suspensão dos trabalhos nesta refinaria na região de Múrcia, no sudeste da Espanha.

Ao El Mundo, fontes de uma das principais empresas internacionais de trading (compra e venda de ativos financeiros) de petróleo e gás dizem que a ativação da cláusula de “força maior” nas entregas de produto é um acontecimento absolutamente “anómalo” “Acontece uma vez a cada 20 anos, quando ocorrem fenómenos extremos, como uma depressão isolada de altos níveis (DANA) ou uma explosão”, dizem.

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