A reunião acontece à margem da comissão de inquérito às causas do apagão convocada pelo primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, que contará com a presença do Ministério para a Transição Ecológica
A Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência (CNMC) de Espanha vai analisar o primeiro relatório sobre o apagão que afetou Espanha e Portugal esta segunda-feira. O foco, conta o El Mundo, é avaliar a gestão feita pela Red Eléctrica, a empresa espanhola que se dedica ao transporte de energia elétrica.
“Se se comprovar que houve negligência na programação dos serviços de ajuste [por parte da Red Eléctrica], poderá haver uma infração à Lei do Setor Elétrico classificada como muito grave”, explicam ao jornal fontes familiarizadas com esta reunião, que dizem ainda que um dos principais objetivos é perceber se a empresa ordenou ou não uma operação suficiente de centrais a gás, nucleares ou hidroelétricas para travar o apagão que deixou Espanha e Portugal às escuras.
A reunião acontece à margem da comissão de inquérito às causas do apagão convocada pelo primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, que contará com a presença do Ministério para a Transição Ecológica. A CNMC foi convocada para esta comissão, mas não estará presente devido a questões de agenda, no entanto, já teve um primeiro contacto com o executivo espanhol esta quinta-feira, numa altura em que ainda não foram reunidos todos os dados que o governo exigiu às empresas elétricas para tentar reconstruir os segundos do grande apagão. A Red Eléctrica, por seu turno, diz já ter remetido todas as informações solicitadas.
O apagão atingiu Portugal e Espanha no mesmo preciso momento - 11:33 de segunda-feira em Lisboa, 12:33 no país vizinho. Mas duas horas antes, pelas 10:00 espanholas, a rede elétrica já apresentava uma situação de instabilidade constante, relata o jornal, explicando que na meia hora que antecedeu o apagão, essas perturbações atingiram o nível de anomalias críticas.
Em Portugal, o Ministério das Infraestruturas e Habitação determinou que a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) e o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) realizem auditorias ao 'apagão' elétrico com conclusões em 20 dias.