AO MINUTO | Manifestações em Lisboa terminam sem incidentes ou confrontos
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PSP de Lisboa pede tranquilidade e atenção para grupos perturbadores em manifestações
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PSP vai marcar presença de "forma discreta" no funeral de Odair
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Treze carros e cinco motas incendiados em distúrbios na última noite na zona de Lisboa
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Duas manifestações em Lisboa à mesma hora com PSP a alertar para "algum risco"
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Caixotes de lixo e viaturas incendiadas em vários bairros de Lisboa
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Carlos Moedas visitou a freguesia de Benfica, a mais afetada na última madrugada
Duas centenas protestam no Porto em solidariedade com Odair Moniz
Cerca de duas centenas de pessoas solidárias com Odair Moniz, o homem baleado por um agente policial na segunda-feira concentraram-se hoje à frente do Comando Metropolitano do Porto da PSP, onde foi colocado um perímetro de segurança com grades.
Perto das 18:30, cerca de uma centena de pessoas começaram a concentrar-se na Praça Primeiro de Dezembro, com algumas bandeiras da Palestina – outra das causas da iniciativa - e com cartazes em que se lia "Sinto insegurança perto de fascistas e racistas", "Justiça por Odair Moniz", "Fim da violência policial" ou "Matar e bater para ter o que comer".
Desde a morte do cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, que se têm registado tumultos na Área Metropolitana de Lisboa. Hoje, a capital foi palco de uma manifestação que reuniu milhares de pessoas de diferentes culturas e etnias contra a violência policial.
"Justiça para Odair", "fascistas, racistas, não passarão" e "violência policial é herança colonial" foram frases entoadas pelos manifestantes do Porto, entre assobios e palmas.
Os participantes, de várias etnias, traziam também lenços da Palestina.
Viaturas incendiadas e casas evacuadas em Benfica durante noite de desacatos
Houve registo de novos atos de vandalismo em Lisboa, mas também noutros concelhos da região da Grande Lisboa. O mais grave aconteceu no bairro de Benfica, onde o fogo ateado a caixotes do lixo se propagou a carros e lojas. Várias pessoas tiveram de ser retiradas de casa.
"A toda a bandidagem deste país, o vosso pais acabou, o vosso país morreu": Ventura diz não ter medo de processo do Ministério Público
Da Praça do Município à Assembleia da República, o Chega conseguiu cumprir o trajeto que tinha previsto para a manifestação deste sábado. Naquilo que acabou por se transformar num comício, André Ventura disse que não tem medo dos inquéritos-crime que lhe estão a ser movidos, e acabou mesmo por os tentar usar a seu favor, acusando as entidades envolvidas de estarem a tentar travar o partido e a limitar a sua liberdade de expressão.
Centenas saíram à rua debaixo da chuva e pediram "justiça por Odair Moniz"
Centenas de pessoas encheram a Avenida da Liberdade numa manifestação não contra a polícia, mas que exige justiça pela morte de Odair Moniz. O protesto foi organizado pelo movimento Vida Justa. Decorreu de forma pacífica, do Marquês de Pombal aos Restauradores, com gritos de "sem justiça não há paz".
"Ventura insiste em confundir liberdade de expressão com crimes de discurso de ódio"
Em análise à queixa-crime contra André Ventura e Pedro Pinto, na sequência das declarações face aos desacatos em vários bairros sociais de Lisboa, o ex-ministro da Educação afirma que já foi atingido "há muito" o limite do que não é aceitável naquilo que não considera ser um debate político, mas sim "um conjunto de crimes que estão a ser cometidos, associados a afirmações" do líder do Chega e do seu líder parlamentar.
"Não existe treino absolutamente nenhum para que fosse utilizada a arma de fogo como recurso"
A propósito da morte de Odair Moniz depois de ter sido alvejado por um agente da PSP na Cova da Moura, Francisco Rodrigues diz ter a certeza de que "não existe treino absolutamente nenhum, não existe formação, não existe determinação, não existe orientação para que um agente de uma força de segurança, perante uma situação operacional com aquelas características, utilizasse a arma de fogo como recurso". O especialista em Segurança conclui, com esta análise, "que algo correu menos bem".
Morte de Odair: "Temos de perceber que o povo é só um e temos mais primos no norte de África do que na Noruega"
O advogado Paulo Saragoça da Matta considera que o caso da morte de Odair Moniz é um dos casos em que o segredo de Justiça nunca deveria ter sido violado. Saragoça da Matta lembra é preciso que se perceba que “o povo é só e é o que cá está”: “Não há nenhum de nós que não tenha sangue de todas as proveniências possíveis à volta da Europa”
"Discurso securitário do Governo tem sido extremamente negligente"
Eduardo Cabrita, ex-ministro da Administração Interna, defende que, face aos desacatos que têm vindo a ocorrer em vários bairros sociais e Lisboa, é necessário fazer um trabalho com as comunidades, as autarquias locais e as associações "que têm um papel muito positivo". "É decisivo para que não haja aqui uma visão de promoção do homicídio e da violência", afirma, referindo-se às declarações do partido Chega.
"Que se aproveite a infeliz morte de Odair Moniz para vermos onde podemos trabalhar"
Na sequência das manifestações que decorreram, este sábado, em Lisboa, após a morte de Odair Moniz e dos desacatos em vários bairros de Lisboa, Gustavo Silva, ex-investigador da Polícia Judiciária, entende que o Estado "naturalmente tem de fazer mais".
O convidado da CNN Portugal sugere que se aproveite a situação para "de uma vez por todas vermos onde podemos trabalhar, para melhorar tudo o que se passa nestas zonas urbanas mais sensíveis".
"A polícia tem de existir num modelo de intervenção e proximidade, não num modelo de ataque"
Henrique Chaves, porta-voz da frente Antirracista, observa que há dois lados da barricada na sequência da morte de Odair Moniz, sendo que um lado está contra a polícia e o outro está a favor. "Não defendemos isso, defendemos que a polícia tem de existir nesse modelo de intervenção e proximidade e não num modelo de ataque como temos visto", afirma o convidado da CNN Portugal.
"Quando o Estado se mostra apenas por via da polícia obviamente há algo que corre mal"
Paulo Santos, da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, explica a necessidade de "distinguir alguns patamares" no que concerne aos desacatos em vários bairros de Lisboa, após a morte de Odair Moniz. "Nós temos de distinguir aquilo que é o crime da liberdade de manifestação, e quando à liberdade de manifestação não há nada a opor", afirma o convidado da CNN Portugal. Por outro lado, critica os "atos criminosos e vandalismo" que "devem ser combatidos.
Ventura alega que o querem prender e afirma que o Chega fará "a revolução"
O presidente do Chega, André Ventura, alegou este sábado que o querem prender e afirmou que, aconteça o que acontecer, o seu partido fará "a revolução" para pôr fim ao "sistema dos últimos 50 anos".
André Ventura discursava num palco montado em frente à Assembleia da República, no fim de uma manifestação de apoio às forças de segurança convocada pelo Chega, que juntou entre duas e três centenas de pessoas e levou cerca de 45 minutos a percorrer um trajeto desde a Praça do Município, em Lisboa.
"É a revolução, a verdadeira revolução que nós queremos fazer em Portugal. Não há prisão que pare essa revolução, porque para prender a um eles terão de nos prender a todos e terão de nos pôr a todos na cadeia, a todos, a todos na cadeia", exclamou o presidente do Chega.
“O que se pede serenidade e responsabilidade” porque “o alarme social está elevado e a ordem pública não está reestabelecida”
A especialista em assuntos de Segurança Ana Miguel dos Santos considera que, num Estado de Direito, “uma morte seja ela qual for é sempre de lamentar”, lembrando que neste momento “serenidade e responsabilidade” são essenciais.
"Sem justiça não há paz": manifestação do movimento Vida Justa chega aos Restauradores
Manifestação chega aos Restauradores. pic.twitter.com/Jt3KqlmeAI
— Andreia Miranda (@mirandandreia) October 26, 2024
“Polícias sim, bandidos não”: André Ventura discursa em frente à escadaria da Assembleia da República
André Ventura encerrou a manifestação “em defesa da polícia” com um discurso em frente à escadaria da Assembleia da República.
Manifestação do Chega termina com hino nacional junto à Assembleia
No seguimento do discurso de André Ventura em frente à Assembleia da República, esta sábado, em Lisboa, o Chega remata a manifestação em defesa das forças policiais cantando o hino nacional.
As imagens da manifestação do Chega "em defesa da polícia"
Sindicato defende salvaguarda de trabalhadores dos autocarros após ataques em Lisboa
A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) defendeu hoje a necessidade de conciliar o direito dos utentes ao transporte com a salvaguarda dos trabalhadores dos transportes rodoviários, na sequência de ataques a autocarros na zona de Lisboa.
A Fectrans/STRUP participou, na sexta-feira, numa reunião com a Área Metropolitana de Lisboa (AML) e um representante da PSP para abordar a “defesa dos trabalhadores no quadro dos acontecimentos anómalos” dos últimos dias, com ataques a autocarros, que inclusive provocaram ferimentos graves num motorista.
Numa nota enviada à Lusa, Anabela Carvalheira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), que faz parte da Fectrans, indicou que o sindicato defendeu ser necessário “conciliar o direito ao transporte dos utentes com a salvaguarda e defesa dos trabalhadores e é neste quadro que se têm que encontrar as soluções, que se possam enquadrar na resolução dos problemas existentes”.
“Da parte da AML e da PSP foram dadas informações sobre as medidas mais visíveis e as mais discretas para irem ao encontro das preocupações que colocámos e defenderam que a solução não passa por medidas avulsas das administrações de empresas de supressão de serviços, porque em vez de uma solução pode contribuir para acentuar os problemas”, afirmou.
As palavras de ordem na Avenida da Liberdade: "Nu sta junto, nu sta forte"
Manifestação pacífica já desce a Avenida da Liberdade pic.twitter.com/DTBEttNLZm
— Andreia Miranda (@mirandandreia) October 26, 2024
“Nós estamos juntos, nós estamos fortes” a descer a avenida. pic.twitter.com/y9kaRpPRnC
— Andreia Miranda (@mirandandreia) October 26, 2024
Manifestação do movimento Vida Justa já desce a Avenida da Liberdade. PSP acompanha protesto nas laterais