AO MINUTO | Montenegro não conta com o "cata-vento" Chega, Pedro Nuno não tem medo de eleições, Ventura faz "revelações" em entrevista à CNN Portugal
Castro Almeida: "O país sabe quanto vale a palavra do primeiro-ministro e quanto vale a do líder do Chega"
Manuel Castro Almeida, ministro Adjunto e da Coesão Territorial, foi entrevistado esta quinta-feira no CNN Prime Time, minutos após André Ventura ter acusado Luís Montenegro de "mentir" aos portugueses e de o primeiro-ministro ter reagido com um "é mentira".
André Ventura: a entrevista na íntegra
Em entrevista à CNN Portugal, nesta quinta-feira, o presidente do Chega garantiu que Luís Montenegro mentiu quando disse que nunca quis negociar com o Chega. E que inclusive propôs a André Ventura integrar o Governo.
Ventura destaca Gouveia e Melo e Passos Coelho para as presidenciais
André Ventura disse que "está mesmo focado em ser primeiro-ministro" e que "nunca" iria apoiar Luís Marques Mendes para a Presidência da República, por ser um político que representa o "centrão dos interesses" e estar mais próximo do PS.
Por oposição, o almirante Gouveia e Melo e Pedro Passos Coelho têm perfis que agradam a Ventura.
"Vamos trazer essa bandeira [imigração] para a luta autárquica"
André Ventura manifestou a ambição de "ganhar câmaras" nas próximas autárquicas e disse ser "provável" que venha a ter ex-autarcas de outros partidos nas suas listas.
O líder do Chega diz ainda que o partido pode "facilmente chegar aos 20 ou aos 25%".
Ventura cita Passos Coelho para criticar aumento da imigração. "É prejudicial para a segurança portuguesa"
"Quando eu ou o Chega colocam nas redes sociais que pessoas de etnia cigana, brasileiros ou nepaleses cometem crimes, isso é um facto que está lá, eu não estou a dizer que só eles é que cometem crimes", afirma Ventura. "Como disse Pedro Passos Coelho (...), 'é evidente que hoje há uma perceção pública que está exaltada e perturbada com este aumento de imigração em relação à segurança'".
"Que se lixem as eleições"
Questionado sobre se está disposto a ir a eleições, André Ventura disse que "nunca" na sua vida vai tomar uma decisão política importante para si, "para o partido e para Portugal a pensar nas eleições".
"Que se lixem as eleições", afirmou, admitindo que a bancada parlamentar do Chega se dividiu quanto à viabilização do Orçamento.
Primeiro-ministro rejeita afirmações de André Ventura de negociações com o Governo. "É simplesmente mentira"
Nunca o Governo propôs um acordo ao Chega.
— Luís Montenegro (@LMontenegropm) October 10, 2024
O que acaba de ser dito pelo Presidente desse partido é simplesmente MENTIRA.
É grave mas não passa de Mentira e Desespero.
"O Chega fez tudo [para viabilizar o Orçamento]"
"Quem é que disse 'não é não' ao Chega? Luís Montenegro. Quem é que disse 'não é não' a um acordo de legislatura? Luís Montenegro. Quem é que disse 'não é não' às propostas orçamentais do Chega? Luís Montenegro", atira André Ventura. "E depois disto tudo, o Chega tem de viabilizar o Orçamento. Acha que isto faz sentido?".
"Que se lixem as eleições": Ventura garante que não tem medo de ir às urnas
André Ventura diz estar pronto para novas eleições, mesmo que esta seja uma questão que dividiu opiniões entre os deputados do Chega.
"Nunca dissémos que o referendo à imigração é uma condição para [aprovar] o Orçamento"
"Então o Chega iria dar o seu voto, de 1.200.000 pessoas, a um Governo que diz 'não é não', que o espezinha e que mente ao povo português sobre isso, e não exigia nada?", interroga André Ventura.
"Cabe na cabeça de alguém um Governo dito de direita aumentar o preço dos combustíveis?"
André Ventura voltou a criticar o "Governo dito de direita" de Montenegro. O líder do Chega considera que é difícil de compreender que um partido de direita aumento o preço dos combustíveis.
Ventura confirma que Chega vai votar contra o Orçamento
O líder do Chega afirma que o Orçamento é "fraco na luta contra a imigração" e "traz mais impostos aos portugueses", dando o exemplo dos combustíveis.
André Ventura garante irredutibilidade do Chega face ao OE2025: "Não daremos o nosso aval a este Orçamento"
André Ventura garante que o Chega não vai aprovar o Orçamento do Estado apresentado pelo Governo, esta quinta-feira.
"Governo escolheu dois parceiros. Escolheu o preferencial público e o preferencial privado"
Ventura afirma que o que Montenegro fez é "negativo" e "não deve acontecer em democracia".
"Ainda assim, com tudo isto, dissemos ao Governo 'mudem este Orçamento e nós tudo faremos para evitar uma crise política' (...) Andámos oito anos a lutar para varrer o socialismo do poder, e vamos pôr-nos nas mãos de um Orçamento socialista? Isto cabe na cabeça de alguém?".
"Se o Chega fosse tão fora da caixa, não teria reunido comigo. Teria reunido com o Bloco de Esquerda (...) É uma fraude ao povo português"
O presidente do Chega diz mais uma vez que não aceita o Luís Montenegro o "espezinhe" desta forma.
"Se o primeiro-ministro tivesse dito desde o primeiro dia 'olhem, nós não contamos convosco para nada', não tinha havido esta novela toda. O Chega tinha dito 'pronto, então muito bem. Se 'não é não', negoceiem com os outros. Porque é que vieram negociar connosco se 'não era não'"?
Ventura diz que Montenegro mentiu aos eleitores na entrevista: "Quis negociar com o Chega"
André Ventura acusou Luís Montenegro de "mentir" aos eleitores portugueses na entrevista que deu, na terça-feira, à SIC. Ventura garante que o primeiro-ministro "quis negociar com o Chega", em privado.
"O Governo sabia que, connosco, as suas prioridades orçamentais iriam ter de ser invertidas, e optou por fazer jogo duplo"
André Ventura refere que recusou o acordo para integrar o executivo mais tarde porque "tem palavra" e "sempre disse que ou havia um acordo a quatro anos ou não havia acordo".
"O primeiro-ministro queria um acordo pontual que depois fosse evoluindo. Em vez de dar estabilidade ao país, queria enganar o país ou enganar o Chega. Como é que eu interpreto isso? Com imensa fragilidade política e uma imensa vontade de espezinhar os adversários".
"Estou farto e o Chega está farto de ser espezinhado"
O líder do Chega diz que entrou em diálogo com Governo "de boa-fé", mas que o primeiro-ministro optou por "esconder" o seu partido ao mesmo tempo que esperava pela viabilização do Chega
"A nós diziam que nunca queriam contar com o PS. Foi-nos dito a nós e a mim. Mas em público estava a dizer que queria contar com o PS. Isto tem um nome: é mentira e fraude".
"O primeiro-ministro mentiu ao povo português"
Ventura reiterou que Luís Montenegro propôs a integração do Chega no Governo como parte de um acordo para viabilizar o Orçamento do Estado para este ano.
"Eu não aceito que Portugal tenha um primeiro-ministro que venha dizer uma coisa para espezinhar o partido que eu represento (...) e, ao mesmo tempo, tente fazer o jogo duplo com o PS e com o Chega para viabilizar um Governo que ele, em 2025, sabe que não pode cair por causa das eleições presidenciais. Isto é grave".
Montenegro propôs ao Chega integrar o Governo
O líder do Chega afirmou que Luís Montenegro estava disposto a integrar o Chega no Governo no futuro como parte de um acordo para o Orçamento do Estado.
"Sabe porque é que esse acordo não foi aceite? Porque nós temos palavra. Eu disse desde o início que ou havia um acordo a quatro anos (...) ou nós não aceitaríamos. O mesmo primeiro-ministro que estava disposto a que, mais para a frente, o Chega viesse a integrar o Governo".
