António Costa sobre a sua demissão: "Sem o parágrafo da PGR, eu teria aguardado pela avaliação do juiz de instrução". E ainda: "O Presidente da República fez uma avaliação errada do que se passou"
Momentos-chave
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"Sem o parágrafo da PGR teria aguardado pelo juiz de instrução"
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"O Presidente da República fez uma avaliação errada do que se passou"
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"A única esperança que tenho é que a Justiça trate este caso com a diligência possível. Estou conformado, aguardo serenamente. Mas estou magoado"
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"Se a Justiça tem alguma coisa contra João Galamba, então que prove"
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"Qualquer um dos candidatos à liderança do PS é melhor que o líder da oposição"
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"Conseguimos o equilíbrio orçamental a subir salários, a aumentar pensões e a baixar impostos"
Presidente da República "fez uma avaliação errada" da crise política
O primeiro-ministro considera que a população está "nitidamente saturada da quizília política" e, nesse sentido, António Costa defende que devia ter sido feito tudo para evitar a crise política.
"Nós vivemos num mundo de enorme turbulência. A guerra na Ucrânia teve um fortíssimo impacto na inflação", recorda António Costa, que acrescenta que o Presidente da República "fez uma avaliação errada" da crise política.
"Perdeu-se uma boa oportunidade de gerir a estabilidade", reforça. Costa defende ainda que o PS tinha uma “alternativa credível” à solução encontrada por Marcelo. “Nem sequer o Conselho de Estado apoiou a ideia de dissolução”, acrescenta.
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"Estou convencido de que o Presidente da República ainda irá dissolver a Assembleia mais uma vez no seu mandato"
Na análise de Luís Paixão Martins, António Costa "colocou um desafio ao Presidente da República maior do que o que colocou ao Partido Socialista", na sequência da sua entrevista na CNN Portugal.
Ao PS, o de "fazer o payback do 9 de novembro no dia 10 de março com uma vitória eleitoral", e a Marcelo, o de "conseguir que no dia 10 de março saia uma solução de estabilidade melhor do que aquela que tinha".
O comentador afirma estar, contudo, "convencido" de que Marcelo Rebelo de Sousa "ainda irá dissolver a Assembleia mais uma vez no seu mandato", pelo facto de "não ter estabilidade no 10 de março".
Oposição em peso critica Costa por falta de soluções e "apagar os problemas do país"
Nas reações à entrevista da CNN Portugal a António Costa, os partidos acusaram o ex-primeiro-ministro de arrogância e de não apresentar soluções para os problemas.
O líder da oposição, Luís Montenegro, chega mesmo a afirmar que Costa tinha tudo e não foi capaz de aproveitar a oportunidade para governar bem o país.
"A questão do aeroporto é um grande teste à credibilidade do PPD/PSD" - e Costa começa a contar uma história sobre Cavaco, Sócrates e Passos
A propósito da construção do novo aeroporto de Lisboa, António Costa afirma que este tema trata-se de "um grande teste à credibilidade do PPD/PSD", relembrando o momento em que aceitou manter a decisão do executivo anterior, de Pedro Passos Coelho, quando se tornou primeiro-ministro.
"Foi muito difícil, porque a maior parte do PS queria avançar com Alcochete", conta ao jornalista Nuno Santos.
"A Comissão Técnica não tem uma única pessoa nomeada pelo Governo e PPD/PSD. Tenho esperança que o PSD não me desiluda", reforça.
Marcelo faz anos amanhã: "Ainda bem que me lembra. Vou ligar o mais cedo possível", diz Costa na mesma entrevista em que culpou Marcelo pela crise
A breves instantes do aniversário de Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa garante na entrevista da CNN Portugal que vai contactar o Presidente da República para lhe dar os parabéns.
"Só uma vez é que lhe liguei praticamente à meia-noite e ele sinalizou que as boas felicitações são as que são dadas ao princípio da manhã, e não ao final da noite", conta o ex-primeiro-ministro.
"Ninguém duvida que há uma rutura política e institucional entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa"
Na sequência da entrevista da CNN Portugal a António Costa, esta segunda-feira, Adalberto Campos Fernandes destaca que o primeiro-ministro demissionário assumiu definitivamente "uma rutura relacional com o Presidente da República".
"Se olharmos para os últimos sete anos, vimos que partimos de um ponto de cumplicidade, de grande proximidade. A atmosfera de Paris desvaneceu-se e desvaneceu-se de forma absoluta", observa o comentador.
"Entrevista de Costa dá a sensação estranha de que não parece estar de saída"
A comentadora da CNN Portugal Anabela Neves analisou para a entrevista de António Costa à TVI, onde considera que o Presidente da República errou ao dissolver o Parlamento.
Rangel: "António Costa e os seus dois estagiários"
"António Costa quer abafar os seus dois sucessores, e por um lado não quer que eles percam", observa Paulo Rangel, a propósito da entrevista ao primeiro-ministro demissionário na CNN Portugal.
O comentador considera que foi feito "uma espécie de Triângulo das Bermudas", entre Costa, Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro, chamando-os inclusivamente de "estagiários": "Até precisa de vir pôr a mão por baixo dos dois candidatos, ver se os leva ao colo e se eles cumprem bem a missão".
"Qualquer que seja a solução - Carneiro, Pedro Nuno ou Montenegro - em termos políticos, Costa está a anos de luz do que vem a seguir"
"Ainda é cedo para ele meter os papéis para a reforma", diz Rui Calafate, em análise à entrevista a António Costa na CNN Portugal, usando como referência uma frase proferida no Congresso da Batalha em 2018.
O comentador observa que o primeiro-ministro demissionário está em "excelente forma e deu uma grande entrevista", o que para os seus sucessores no PS, bem como para Luís Montenegro, "é o prior sinal".
"É que qualquer que seja a solução, seja ganhar eleições de Luís Montenegro, seja um dos dois do PS, goste ou não, em termos políticos, António Costa está a anos de luz do que vem a seguir", conclui.
Terminou a entrevista de António Costa à TVI/ CNN Portugal. Numa conversa conduzida pelo jornalista Nuno Santos, onde o primeiro-ministro em gestão recordou os pontos altos e os pontos mais baixos dos seus anos à frente do executivo, mas onde também admite que "sem o parágrafo da PGR teria aguardado pelo juiz de instrução".
“Assim que saiu o comunicado, falei com a minha mulher", revelou.
O primeiro-ministro afirmou que o Presidente da República "fez uma avaliação errada" da crise política e esteve mal ao dissolver o parlamento.
Líder socialista evitou escolher lados no que toca à corrida pela liderança do Partido socialista, sublinhando que qualquer um dos candidatos à liderança socialista oferece condições e tem "muito mais competências e qualidades" do que o líder de oposição.
Dos oito anos de primeiro-ministro, António Costa não hesita ao recordar o dia 17 de junho de 2017, com o incêndio de Pedrógão Grande, como o pior momento pelo qual passou. "Pedrógão foi o pior dia de todos. Pior que a covid", destaca.
Sobre a construção do novo aeroporto de Lisboa, António Costa defende que este é um "é um grande teste à credibilidade do PPD/PSD" e relembra o momento em que se tornou primeiro-ministro e aceitou manter a decisão tomada pelo executivo anterior, de Pedro Passos Coelho.
"A Comissão Técnica não tem uma única pessoa nomeada pelo Governo e PPD/PSD. Tenho esperança de que o PSD não me desiluda", reforça.
Costa defendeu que "não há uma solução mais estável do que uma maioria absoluta" e "responsabiliza Marcelo pela situação"
Em análise à entrevista da CNN Portugal a António Costa, Mafalda Anjos observa que o primeiro-ministro demissionário "partiu claramente ao ataque", e o primeiro foi destinado ao Presidente da República.
A comentadora destaca a frase que, para si, foi "verdadeiramente forte e nunca o ouvimos dizer isto": "O Presidente da República fez uma avaliação errada da situação".
"Não há uma solução mais estável do que uma maioria absoluta e, portanto, responsabiliza o Presidente da República pela situação que venha a ser mais instável adiante, e que não há uma alma em Portugal que acredite que possa vir a ser mais estável do que aquela que tínhamos até hoje", continua.
"Extraordinariamente sereno", com "alguns tons da campanha" e "fortes ataques" a Montenegro. A análise de Margarida Davim à entrevista a António Costa
Margarida Davim concorda que haja "alguma má memória" no que concerne às maiorias absolutas, devido à "arrogância que muitas vezes acontece nestes períodos governativos".
Em análise à entrevista da CNN Portugal a António Costa, esta segunda-feira, a comentadora explica que "em vez de serem momentos em que, de facto, o Governo aproveita a maioria para concretizar coisas, muitas vezes acontece comprar guerras porque tem margem de manobra para o fazer".
Em relação à postura do primeiro-ministro demissionário, considera este "extraordinariamente sereno para alguém que está sob investigação.
"Fiasco e a barafunda que a direita organizou nos Açores foi uma das grandes mensagens de Costa"
A comentadora da CNN Portugal Mafalda Anjos considera que António Costa já mostrou estar em campanha ao sublinhar o que considera ser "um fiasco e uma barafunda" do governo de oposição nos Açores.
"António Costa procurou não lançar tantas farpas a Marcelo quanto se esperaria"
A comentadora da CNN Portugal Margarida Davim admitiu-se surpreendida com o facto de António Costa não ter lançado tantos ataques ao Presidente da República quanto seria de esperar.
António Costa antevê o futuro: "É uma boa questão. Mas acho que não devo ser comentador"
Sobre o futuro, António Costa admite que não é fácil voltar a exercer o direito depois de tantos anos de vida política ativa, mas fecha a porta a tornar-se comentador.
"A vida política não é só exercer cargos políticos. Quem está sobre uma suspeição oficial, tem o dever de proteger as instituições e não exercer cargos públicos. Tenciono ter opiniões", explica o primeiro-ministro, embora refira que "não devo ser comentador".
"Falei ao telefone com Lacerda Machado. E sim, é meu amigo"
Questionado sobre se já se encontrou com o amigo Lacerda Machado, depois dos acontecimentos que levaram à sua demissão, António Costa diz que não, mas revela que os dois já falaram ao telefone.
"Falei ao telefone com Lacerda Machado. E sim, é meu amigo", admite.
"Pedrógão foi o pior dia de todos. Pior que a covid"
Dos oito anos de primeiro-ministro, António Costa não hesita ao eleger o dia 17 de junho de 2017, como o pior momento pelo qual passou.
"Foi um momento de grande impotência. Cheguei a Pedrógão no dia a seguir e os cadávares ainda estavam nas viaturas. Nunca me esquecerei do que vi. Foi o pior dia enquanto primeiro-ministro. Foi pior que a covid", revelou.
Durante a pandemia, Costa admite que sabia que havia coisas que podia fazer, algo que não foi possível durante o incêndio de Pedrógão.
Sabe se Lacerda Sales se encontrou com o filho de Marcelo: "Não"
Sobre o caso das gémeas luso-brasileiras, António Costa diz desconhecer o encontro entre António Lacerda Sales e o filho do presidente da República.
"Não. Só tenho tomado conhecimento pelas notícias que vêm a público todos os dias na TVI", afirma Costa.
"A questão do aeroporto é um grande teste à credibilidade do PPD/PSD"
Sobre a construção do novo aeroporto de Lisboa, António Costa defende que este é um "é um grande teste à credibilidade do PPD/PSD" e relembra o momento em que se tornou primeiro-ministro e aceitou manter a decisão tomada pelo executivo anterior, de Pedro Passos Coelho.
"Eu tive a humildade de aceitar a decisão que tinha sido tomada pelo Governo anterior. Foi muito difícil, porque a maior parte do PS queria avançar com Alcochete", recorda.
Quando tinha maioria absoluta, Costa diz ter entendido que a decisão sobre o aeroporto tinha de ser tomada em conjunto com o PPD/PSD, porque era algo "para os próximos 50 anos".
"A Comissão Técnica não tem uma única pessoa nomeada pelo Governo e PPD/PSD. Tenho esperança que o PSD não me desiluda", reforça.
"Nós conseguimos fazer o que a direita sonhava: pôr as finanças públicas na ordem mas sem cortar salários"
O primeiro-ministro em gestão diz que "entrega hoje um país" onde os portugueses têm muito mais liberdade de escolha por ter excedente orçamental.
"É a maior derrota que a direita teve. Nós conseguimos fazer o que a direita sonhava fazer: pôr as finanças públicas na ordem mas sem cortar salários e aumentando salários", afirma Costa.
"O que é que não tem aumentado em Portugal? Não são os impostos, são as contribuições para a Segurança Social", acrescenta.
Costa não tem candidato favorito à liderança do PS mas diz que qualquer um é “mais competente do que o líder da oposição”
António Costa não esclarece qual dos candidatos à liderança do PS apoia. Apesar de garantir não ter um “favorito”, o primeiro-ministro reitera que tanto José Luís Carneiro como Pedro Nuno Santos têm “muito mais competências e qualidades" do que o líder de oposição, Luís Montenegro.
O primeiro-ministro explica que este é um ciclo que se fecha e que é normal que o partido faça um balanço e possa vir a defender ideias diferentes das de António Costa.