A Defesa Civil em Gaza recuperou hoje nove cadáveres na cidade de Zeitun, na sequência de um ataque do exército israelita contra um miniautocarro, no qual viajava uma família de 11 pessoas.
Apesar de inicialmente a Defesa Civil ter indicado que os 11 ocupantes do veículo tinham morrido no ataque, hoje um dos seus porta-vozes disse à agência de notícias espanhola Efe que um deles, que ficou ferido, foi atendido no hospital na sexta-feira.
Quanto ao outro corpo, a Defesa Civil disse que “não foi encontrado nenhum vestígio”, acreditando que “tenha sido volatilizado pelos foguetes”.
Os socorristas só chegaram ao local quase um dia depois do ataque devido ao perigo que representa a presença do exército israelita na zona, pelo que não acederam à área até se coordenarem com o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
No local do ataque, os socorristas encontraram o cadáver de uma criança.
Segundo a Defesa Civil, as vítimas do ataque são 11 membros da família Shaban, entre as quais sete crianças e duas mulheres. A família dirigia-se para Zeitun, ao sul da capital de Gaza, para ver a sua casa, que foi forçada a abandonar devido à ofensiva israelita.
Fontes militares disseram à EFE que “as tropas abriram fogo para eliminar a ameaça", garantindo que o fizeram "em conformidade com as disposições do acordo de cessar-fogo" entre Israel e o Hamas, que entrou em vigor a 10 de outubro.
Segundo o exército, depois de dispararem "tiros de aviso" contra este "veículo suspeito" os seus soldados alvejaram-no, continuando este a aproximar-se "de uma forma que representava uma ameaça iminente".
O veículo cruzou a chamada "linha amarela", que marca o ponto de retirada das tropas dentro de Gaza na primeira fase do acordo de cessar-fogo, acrescentaram as forças armadas israelitas.