MÉDIO ORIENTE AO MINUTO | Israel condena veementemente cancelamento de compra de armamento por Espanha
O que está a acontecer
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Israel diz que míssil foi disparado do Iémen
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Al Qaeda afirma ter matado 70 soldados no Benim
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ONU vai rever trabalho da agência para os refugiados palestinianos
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Hamas acusa aviação israelita pela morte de 25 palestinianos em Gaza
Netanyahu diz que ataque em Rafah foi "incidente trágico" e promete "investigar o que aconteceu"
Benjamin Netanyahu classificou como “um incidente trágico” o ataque aéreo contra um campo de deslocados em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
“Em Rafah, retirámos um milhão de habitantes que não estavam envolvidos e, apesar de todos os nossos esforços, ontem [domingo] ocorreu um incidente trágico. Estamos a investigar o que aconteceu e vamos tirar conclusões", disse Netanyahu ao parlamento israelita.
No domingo, um ataque aéreo israelita provocou um incêndio num campo de deslocados no sul da Faixa de Gaza, provocando, segundo as autoridades palestinianas, pelo menos cerca de 50 mortos – perto de metade dos quais mulheres, crianças e idosos - e 249 feridos.
Siga ao minuto:
Israel condena veementemente cancelamento de compra de armamento por Espanha
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel condenou hoje "veementemente" o cancelamento de um contrato de compra de armamento por Espanha a uma empresa israelita.
"Israel condena veementemente a decisão do governo espanhol de rescindir unilateralmente um contrato assinado com a empresa de defesa IMI Systems, bem como o seu anúncio de que se absterá de concluir acordos de defesa com empresas israelitas no futuro", disse um porta-voz ministerial à AFP.
O governo espanhol garantiu hoje que vai anular a compra de 15,3 milhões de balas a Israel, que provocou uma crise na coligação governamental.
Fontes oficiais do governo espanhol, uma coligação formada pelo Partido Socialista (PSOE) e a plataforma de esquerda Somar, disseram à agência Lusa que o contrato com uma empresa israelita para comprar munições, no valor de 6,6 milhões de euros, vai ser rescindido "de forma unilateral".
Segundo as mesmas fontes, esta decisão foi tomada pelo chefe do governo, o socialista Pedro Sánchez, e pela vice-presidente Yolanda Díaz, do Somar, assim como pelos ministérios envolvidos.
"Os partidos do governo de coligação progressista estão firmemente comprometidos com a causa da Palestina e a paz no Médio Oriente. Por isso, Espanha não compra nem vende armamento a empresas israelitas desde 7 de outubro de 2023", disseram as mesmas fontes, numa referência ao ataque a Israel do grupo islamita palestiniano Hamas, que desencadeou uma resposta militar de Telavive e a guerra no território palestiniano de Gaza, onde já morreram mais de 50 mil pessoas.
Israel condena veementemente cancelamento de compra de armamento por Espanha
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel condenou "veementemente" o cancelamento de um contrato de compra de armamento por Espanha a uma empresa israelita.
"Israel condena veementemente a decisão do governo espanhol de rescindir unilateralmente um contrato assinado com a empresa de defesa IMI Systems, bem como o seu anúncio de que se absterá de concluir acordos de defesa com empresas israelitas no futuro", disse um porta-voz ministerial à AFP.
O Governo espanhol garantiu hoje que vai anular a compra de 15,3 milhões de balas a Israel, que provocou uma crise na coligação governamental.
Fontes oficiais do Governo espanhol, uma coligação formada pelo Partido Socialista (PSOE) e a plataforma de esquerda Somar, disseram à agência Lusa que o contrato com uma empresa israelita para comprar munições, no valor de 6,6 milhões de euros, vai ser rescindido "de forma unilateral".
Segundo as mesmas fontes, esta decisão foi tomada pelo chefe do Governo, o socialista Pedro Sánchez, e pela vice-presidente Yolanda Díaz, do Somar, assim como pelos ministérios envolvidos.
"Os partidos do Governo de coligação progressista estão firmemente comprometidos com a causa da Palestina e a paz no Médio Oriente. Por isso, Espanha não compra nem vende armamento a empresas israelitas desde 07 de outubro de 2023", disseram as mesmas fontes, numa referência ao ataque a Israel do grupo islamita palestiniano Hamas, que desencadeou uma resposta militar de Telavive e a guerra no território palestiniano de Gaza, onde já morreram mais de 50 mil pessoas.
O Governo espanhol garantiu que "os processos de compra que continuam abertos" com empresas israelitas foram iniciados antes de 07 de outubro de 2023 e todos os que estiverem relacionados com armamento "não se vão executar".
A notícia de que Espanha avançou com a compra de 15,3 milhões de balas a uma empresa de Israel abriu, na quarta-feira, "a maior crise" da legislatura no Governo de Pedro Sánchez, segundo um dos partidos da plataforma Somar.
"A Esquerda Unida não vai tolerar que nenhuma verba financie um Estado genocida. Não é suficiente pedir explicações. (...) O PSOE abriu a maior crise desde que formámos o Governo em 2023", disse o líder da Esquerda Unida (IU, na sigla em espanhola), Antonio Maíllo.
O líder parlamentar da IU, Enrique Santiago, admitiu mesmo a possibilidade de o Somar sair total ou parcialmente do Governo e defendeu a demissão de dois ministros socialistas, a da Defesa, Margarita Robles, e o da Administração Interna, Fernando Grande-Marlaska, que autorizou o contrato de compra de balas a Israel, destinadas a serem usadas pela força policial Guarda Civil.
O Somar tem cinco ministros no Governo liderado pelo socialista Pedro Sánchez. A IU, em concreto, tem uma ministra, Sira Rego, que tem a pasta da Juventude e Infância e é filha de pai palestiniano.
A dirigente do Somar com maior protagonismo e peso no Governo é Yolanda Díaz, ministra do Trabalho e uma das vice-presidentes de Pedro Sánchez, que na quarta-feira não falou em crise na coligação ou na possibilidade de abandonar o cargo, mas considerou estar em causa uma "violação flagrante dos acordos" assumidos no seio do Governo e pediu explicações ao colega da Administração Interna, assim como um recuo na compra das balas a Israel.
O Ministério da Administração Interna confirmou na quarta-feira que tinha avançado com a aquisição de 15,3 milhões de balas a uma empresa de Israel, apesar do embargo de compra de armas a este país anunciado pelo Governo espanhol e de em outubro de 2024 o executivo ter garantido que ia cancelar este contrato em concreto, depois de ter sido noticiado que a Guarda Civil tinha adjudicado a aquisição a uma empresa israelita.
O ministério justificou que tinha seguido um parecer da Advocacia Geral do Estado, que recomendou que não fosse rescindido o contrato atendendo ao custo que teria por causa da "fase adiantada" de operacionalização em que já estava.
Hamas acusa Israel de ter matado 58 palestinianos nas últimas horas
O exército israelita matou 58 palestinianos na Faixa de Gaza desde quarta-feira até esta manhã, informou o Ministério da Saúde do Governo liderado pelo Hamas, incluindo uma família com quatro crianças.
Na quarta-feira, morreram 45 pessoas, 10 das quais no bombardeamento israelita de madrugada contra uma escola na cidade de Gaza, no norte do país, onde se abrigavam pessoas deslocadas.
Hoje, 13 palestinianos foram mortos em ataques aéreos israelitas contra várias zonas da Faixa de Gaza, incluindo uma família de seis pessoas (pais e quatro filhos).
Segundo fontes médicas, mais de 17 mil crianças morreram desde o início da agressão israelita a Gaza.
A guerra foi desencadeada pelos ataques do Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fizeram cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e 250 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 51 mil mortos, segundo as autoridades locais, na maioria mulheres e crianças, e deixou o território destruído e a quase totalidade da população deslocada.
Deste total, mais de 1.800 perderam a vida desde que Israel retomou os combates, em 18 de março, quebrando unilateralmente a trégua em vigor desde meados de janeiro.
As partes mantêm canais de negociação com os mediadores internacionais – Egito, Qatar e Estados Unidos – para uma nova suspensão das hostilidades e libertação dos reféns ainda em posse do Hamas, mas não chegaram a acordo.
Houthis reivindicam ataque contra Israel
Os rebeldes Houthis do Iémen anunciam que lançaram um míssil contra o território de Israel, avança a Reuters.
Presidente da Autoridade da Palestina diz que Hamas tem de entregar as armas e tornar-se num partido político
Mahmoud Abbas diz que o Hama tem de entregar todas as responsabilidades e armas à Autoridade da Palestina e que se deveria transformar exclusivamente num partido político, avança a Reuters.
Hamas acusa Israel de matar 17 pessoas em bombardeamentos contra Gaza
A Defesa Civil palestiniana disse hoje que pelo menos 17 pessoas morreram na sequência dos bombardeamentos israelitas contra a Faixa de Gaza efetuados nas últimas horas.
Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil, organismo controlado pelo Hamas, disse à Agência France Presse que o ataque mais grave foi contra o edifício de uma escola onde se encontravam grupos de deslocados do norte da cidade de Gaza.
Na escola morreram 11 pessoas e 17 ficaram feridas, incluindo mulheres e crianças, disse Bassal.
A mesma fonte adiantou que o bombardeamento contra o edifício escolar provocou um incêndio de grandes dimensões e que, por isso, vários corpos ficaram carbonizados.
Alemanha, França e Reino Unido pedem a Israel que deixe entrar ajuda humanitária em Gaza
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, França e Reino Unido fizeram um apelo conjunto para que Israel permita a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e cumpra as leis do Direito Internacional.
"A ajuda humanitária nunca deve ser utilizada como instrumento político e o território palestiniano não deve ser subjugado a nenhuma alteração demográfica", pode ler-se no comunicado conjunto, cita a Reuters.
Ministro israelita diz que Governo não tem direito a existir se não ocupar Gaza
O ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, disse hoje que o Governo "não tem direito a existir" se Israel não ocupar a Faixa de Gaza e estabelecer autoridade militar no enclave.
“O primeiro-ministro tem a responsabilidade final: lançar uma campanha para derrotar o Hamas, ocupar Gaza e implementar um governo militar temporário até que outra solução seja encontrada, recuperar as pessoas sequestradas e implementar o plano de [Donald] Trump, ou este Governo não tem o direito de existir”, disse Smotrich em comunicado.
Os comentários surgem depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter reunido na terça-feira à noite o gabinete de segurança do Governo para discutir o curso da guerra em Gaza e as negociações para um cessar-fogo com o Hamas.
De acordo com o diário israelita Israel Hayom, que cita fonte próxima das conversações, os ministros do partido Sionista Religioso, que Smotrich dirige e que é fundamental para a coligação governamental, apelaram para um aumento da intensidade dos ataques a Gaza.
No entanto, tanto Netanyahu como o ministro da Defesa, Israel Katz, e o chefe do exército, Eyal Zamir, são favoráveis à manutenção da atual estratégia para tentar garantir a libertação de, pelo menos, alguns reféns.
Smotrich, que sempre foi contra as negociações com o Hamas, disse, após a assinatura da trégua de janeiro, que só manteria o apoio ao Governo para garantir que Israel retomasse a guerra, o que aconteceu a 18 de março, quando o exército israelita rompeu unilateralmente o cessar-fogo.
Na segunda-feira, o ministro deixou claro numa entrevista que a recuperação dos 59 reféns, ainda nas mãos do Hamas ou aliados em Gaza, “não é o mais importante”.
Na declaração de quarta-feira, Smotrich também insistiu que deve ser Israel a controlar o fluxo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, uma ideia que o secretário-geral da ONU, António Guterres, rejeitou no início de abril, dizendo que ameaça “limitar cruelmente até à última caloria e grão de farinha”.
Israel diz que míssil foi disparado do Iémen
O exército israelita anunciou hoje que um míssil foi disparado do Iémen em direção a Israel e "muito provavelmente intercetado com sucesso".
O lançamento do míssil fez disparar as sirenes de alerta aéreo em Haifa e outras cidades do norte de Israel.
“Foi lançado um intercetor na direção do míssil, que foi muito provavelmente intercetado com sucesso”, declarou o exército, na plataforma de mensagens Telegram.
Após o início da guerra na Faixa de Gaza, os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão no Iémen, realizaram dezenas de ataques com mísseis e 'drones' contra Israel.
No mar Vermelho, uma zona essencial para o comércio mundial, também atacaram navios com alegadas ligações a Israel.
Estes ataques cessaram com a trégua entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, que entrou em vigor a 19 de janeiro, mas os Huthis lançaram novos ataques depois de Israel ter retomado a ofensiva em Gaza, a 18 de março.
Em 15 de março, os Estados Unidos lançaram uma campanha de bombardeamento contra os Huthis, que controlam vastas áreas do Iémen, incluindo a capital Sanaa, para os tentar obrigar a cessar os ataques.
A guerra entre o Hamas e Israel foi desencadeada pelos ataques do grupo palestiniano em 07 de outubro de 2023 no sul do território israelita, onde fizeram cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e 250 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 51 mil mortos, segundo as autoridades locais, e deixou o território destruído e a quase totalidade da população deslocada.
Deste total, mais de 1.800 perderam a vida em Gaza desde que Israel retomou os combates, em 18 de março, quebrando unilateralmente a trégua.
As partes mantêm canais de negociação com os mediadores internacionais – Egito, Qatar e Estados Unidos – para uma nova suspensão das hostilidades e libertação dos reféns ainda em posse do Hamas, mas não chegaram até ao momento a acordo.
ONU vai rever trabalho da agência para os refugiados palestinianos
A ONU vai realizar uma "avaliação estratégica" do trabalho da sua agência para os refugiados palestinianos (UNRWA) e analisar como "servir melhor" estas populações, anunciou hoje o porta-voz da organização.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, nomeou hoje o britânico Ian Martin para realizar esta avaliação do mandato da agência no atual contexto de "restrições políticas, financeiras, de segurança e outras", disse Stéphane Dujarric, numa alusão às limitações impostas por Israel, que acusa a UNRWA de falta de parcialidade no conflito na Faixa de Gaza.
Até meados de junho, este trabalho terá de "identificar opções de ação para os Estados-membros e/ou as Nações Unidas".
A revisão está a ser realizada no âmbito da iniciativa UN80, lançada em março para tornar as Nações Unidas "mais eficientes", num contexto de dificuldades financeiras crónicas, agravadas pelos cortes dos Estados Unidos nos programas de ajuda internacional.
Nem todas as agências da ONU devem estar sujeitas a esta avaliação estratégica individualmente, mas "a UNRWA opera num ambiente único", particularmente na Faixa de Gaza, comentou Stéphane Dujarric.
"Queremos ver como a UNRWA pode trabalhar melhor e servir melhor as comunidades que dela dependem", acrescentou, ressalvando que o mandato da agência não será questionado.
Trump vai visitar Arábia Saudita, Catar e EAU em maio
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, anunciou que o presidente Donald Trump vai viajar para Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos entre os dias 13 e 16 de maio.
Trump falou com Netanyahu sobre comércio e o Irão
Numa publicação na Truth Social, Donald Trump informou que falou esta terça-feira com Benjamin Netanyahu, tendo a chamada corrido "muito bem".
Os dois líderes falaram de vários temas, como o comércio e o Irão, explicou o presidente dos EUA.
"Estamos do mesmo lado em todos os assuntos", escreveu Trump.
Putin e o sultão de Omã falaram sobre o programa nuclear iraniano
O presidente russo, Vladimir Putin, e o sultão de Omã, Haitham bin Tarek Al Said, falaram esta terça-feira sobre o programa nuclear iraniano, confirmou Yuri Ushakov, conselheiro do líder do Kremlin para a política externa.
Omã tem sido palco de encontros entre delegações americanas e iranianas acerca do programa nuclear de Teerão.
Hamas acusa aviação israelita pela morte de 25 palestinianos em Gaza
A Defesa Civil palestiniana em Gaza acusou Israel de ter matado esta terça-feira pelo menos 25 pessoas em vários pontos do enclave, em vários ataques.
Mohammed Al-Moughair, responsável pela Defesa Civil em Gaza, organismo controlado pelo Hamas, disse à Agência France Presse que nove pessoas foram mortas e seis outras estão desaparecidas após um bombardeamento israelita que atingiu uma casa no centro de Khan Yuhnis , no sul do território palestiniano.
Os ataques aéreos também mataram cinco pessoas no campo de refugiados de Al-Chati, a oeste da cidade de Gaza.
Segundo a mesma fonte, cinco pessoas morreram também na sequência de bombardeamentos que atingiram tendas que abrigavam deslocados a nordeste de Jabalia, norte de Gaza.
Um ataque aéreo também matou quatro pessoas a oeste do campo de Jabalia, enquanto duas outras pessoas foram mortas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Rompendo uma trégua de quase dois meses, Israel retomou a 18 de março a ofensiva aérea e terrestre contra o Hamas em Gaza.
De acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, 1.864 palestinianos foram mortos desde 18 de março, elevando para 51.240 o número de mortos em Gaza desde o início da retaliação militar israelita no final de 2023.
A guerra foi desencadeada pelo ataque do Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023, que causou a morte de 1.218 pessoas.
O balanço do Exército israelita indica que 251 pessoas foram raptadas pelo Hamas a 7 de outubro de 2023, sendo que 58 continuam em Gaza, 34 das quais morreram.
No sábado, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou estar determinado a continuar a guerra.
Trump vai falar com Netanyahu sobre o acordo de reféns e o Irão
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeou falar com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, esta segunda-feira, para discutir o cessar-fogo em Gaza e o acordo sobre os reféns, bem como as negociações nucleares com o Irão, informou a Axios, citando duas fontes.
Os dois líderes encontraram-se na Casa Branca há duas semanas. O telefonema surge três dias depois de o Hamas ter rejeitado um cessar-fogo israelita e dois dias depois de o Irão e os Estados Unidos terem iniciado uma nova ronda de negociações nucleares em Roma.
Ministro israelita defende guerra em detrimento da libertação dos reféns
O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, disse hoje que recuperar os 59 reféns que se encontram em Gaza não é o mais importante defendendo a luta contra o Hamas como o principal objetivo.
As declarações do ministro já foram criticadas pelas famílias dos reféns que se distanciaram das posições defendidas por Smotrich.
O ministro das Finanças, da coligação governamental de direita israelita, considera a luta contra o Hamas, que controla o enclave palestiniano, como prioridade para Israel.
"Temos de dizer a verdade, recuperar os reféns não é o mais importante", afirmou Smotrich numa entrevista à Galey Israel Radio e citada pelos principais meios de comunicação social israelitas.
O ministro de direita disse que a libertação dos reféns é um objetivo importante, mas acrescentou que o Hamas não pode permanecer em Gaza, para que seja evitado outro ataque como o ocorrido a 07 de outubro de 2023.
O Fórum das Famílias dos Reféns e Desaparecidos, a organização que reúne a maioria dos familiares dos reféns, emitiu um comunicado considerando vergonhosas as palavras do ministro das Finanças.
"Pelo menos o ministro está a revelar a dura realidade ao público. Este governo decidiu conscientemente abandonar os reféns", refere a declaração dos familiares publicada hoje no portal do jornal israelita Haaretz.
O Hamas e milícias como a Jihad Islâmica Palestiniana mantêm ainda 59 reféns em Gaza (58 dos quais foram capturados no ataque de 07 de outubro de 2023.
O corpo de um soldado israelita morto anteriormente também é mantido em Gaza, pelo Hamas.
As autoridades israelitas acreditam que 24 dos reféns estão vivos.
Nos últimos dias, o Hamas e Israel têm mantido negociações, através de mediadores, de um eventual alargamento de 45 dias da primeira fase do cessar-fogo.
Israel rompeu o cessar-fogo a 18 de março, depois de não ter permitido que a trégua passasse à segunda fase, o que permitiria uma nova troca de reféns por prisioneiros palestinianos.
Israel acusa o Hamas de ter rejeitado a última proposta, enquanto o movimento que controla Gaza exige a retirada das tropas israelitas do enclave e o fim da guerra.
Houthis atacam porta-aviões americanos Harry Truman e Carl Vinson
Os houthis do Iémen atacaram os porta-aviões americanos Harry Truman e Carl Vinson, bem como os navios de guerra que os acompanhavam, segundo declara Yahya Saria, representante das forças armadas formadas deste grupo rebelde, à Al Masirah TV.
Hamas acusa Israel de execuções sumárias na morte de socorristas
As autoridades controladas pelo Hamas acusaram hoje o Exército israelita de execução sumária, em março, durante confrontos em que morreram 15 socorristas palestinianos no sul da Faixa de Gaza.
No dia 23 de março, alguns dias após o reinício da ofensiva na Faixa de Gaza, as tropas israelitas dispararam contra as equipas de socorro da Defesa Civil e do Crescente Vermelho em Rafah, no sul do enclave palestiniano.
Israel alega que seis membros do Hamas estavam no interior das ambulâncias que foram alvo dos disparos.
A Defesa Civil palestiniana, organismo controlado pelo Hamas, concluiu hoje o inquérito sobre os factos que contradiz as conclusões da investigação publicada no domingo pelo Exército israelita.
Mohammed Al-Moughair, responsável pela defesa civil em Gaza, disse à Agência France Presse que as imagens captadas por um dos condutores de ambulância demonstram que Israel procedeu a "execuções sumárias".
Um inquérito militar, cujas conclusões foram publicadas pelo Exército israelita no domingo, refere que se verificou má conduta profissional, desobediência e "mal-entendidos" entre os soldados israelitas presentes no local mas rejeita as alegações de crime.
Apesar de o Exército ter anunciado a demissão de um oficial que comandava as tropas no terreno nesse dia, investigação concluiu que os soldados não dispararam indiscriminadamente e não foi descoberta qualquer prova que apoiasse as alegações de execução.
As vítimas eram oito membros do Crescente Vermelho, seis membros da Defesa Civil de Gaza e um membro da Unrwa, a agência da ONU para os refugiados palestinianos.
Os corpos foram encontrados vários dias após o tiroteio, enterrados na areia, naquilo que o Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA) descreveu como uma vala comum.
O Crescente Vermelho Palestiniano já rejeitou as conclusões do inquérito israelita.
"(...) O relatório está cheio de mentiras, é nulo porque justifica as mortes e atribui a responsabilidade do incidente a um erro pessoal dos comandantes no terreno, quando a verdade é bem diferente", disse à France Presse o porta-voz da organização em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, Nebal Farsakh.
Os acontecimentos provocaram indignação internacional, com o Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, a referir-se a um possível crime de guerra.
EUA voltam a bombardear várias zonas do Iémen causando pelo menos três mortos
Aviões de combate norte-americanos realizaram hoje novos bombardeamentos em pelo menos três províncias do Iémen, incluindo a capital, segundo os rebeldes Huthis, causando pelo menos três mortos.
Crescente Vermelho acusa Israel de falsidades sobre ataque a ambulâncias
O Crescente Vermelho da Palestina criticou hoje a narrativa "falsa e contraditória" da investigação militar israelita às mortes de 15 socorristas em 23 de março, num ataque a uma caravana de ambulâncias no sul da Faixa de Gaza.
O diretor do Crescente Vermelho palestiniano, Yunis al-Khatib, observou que os militares israelitas comunicaram com a equipa de ambulância antes do ataque, considerando que são falsas as alegações de que não sabiam que se tratava de elementos de socorro, como se afirma no relatório hoje divulgado.
De acordo com a agência de notícias palestiniana Sanad, al-Khatib declarou que, embora a investigação reconheça que as forças israelitas dispararam contra equipas de emergência palestinianas, "os militares não serão julgados nem responsabilizados", exceto o oficial que foi expulso do Exército.
O diretor do Crescente Vermelho da Palestina, com sede na Cisjordânia ocupada, criticou também a alegação de Israel de que os militares tinham pouca visibilidade e referiu que existem imagens vídeo do ataque, ocorrido em al-Hashayin, na região de Rafah, em que as ambulâncias estão claramente assinaladas e com as luzes de emergência ligadas.
Além disso, lamentou que os militares israelitas tenham enterrado os profissionais de saúde numa vala comum, uma ação que classificou como criminosa.
Al-Khatib exigiu uma investigação independente e imparcial por parte de um organismo da ONU, argumentando que as medidas tomadas por Israel são puramente administrativas e "não se espera nada mais do que isso".
Os corpos foram encontrados uma semana após o ataque, enterrados numa vala comum, e os veículos foram completamente destruídos por máquinas pesadas militares israelitas.
No relatório israelita considera-se que "a retirada dos corpos foi uma decisão razoável dadas as circunstâncias", mas que "esmagar os veículos depois foi um erro".
O Crescente Vermelho Palestiniano refere ainda que um dos seus funcionários, o técnico de ambulâncias Assad al-Nasasra, continua desaparecido desde o ataque de 23 de março e acusa as autoridades israelitas de o manterem como refém.
Uma investigação militar interna israelita, hoje revelada, admitiu "má conduta profissional", desobediência e mal-entendidos no ataque.
Embora a investigação tenha concluído que os soldados israelitas não abriram fogo indiscriminadamente, o Exército anunciou a demissão de um oficial e lamentou as mortes que considera colaterais.
"Dizemos que foi um erro, mas não pensamos que seja um erro que acontece todos os dias", disse o general Yoav Har-Even, responsável pela investigação, em conferência de imprensa.
Em 23 de março, poucos dias após retomarem a ofensiva na Faixa de Gaza, as tropas israelitas dispararam contra equipas da Defesa Civil e do Crescente Vermelho no sul do território palestiniano.
O ataque, que fez 15 mortos, gerou indignação internacional, com o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, a considerá-lo um possível "crime de guerra".
Os corpos foram encontrados vários dias após o tiroteio, enterrados na areia, no que o Gabinete de Coordenação das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA) descreveu como uma "vala comum".
"As tropas não abriram fogo indiscriminadamente, mas mantiveram-se em alerta para responder às ameaças reais que identificaram", segundo o Exército.
A investigação "não descobriu qualquer prova que apoie as alegações de execução ou que indique que algumas das vítimas foram amarradas", acrescentou.