GUERRA AO MINUTO | Zelensky anuncia conversações com países europeus para produção conjunta de armamento
O que está a acontecer
- Moscovo insiste que Kiev tem de aceitar soberania sobre povoações ucranianas por si controladas
- Ativista russa que ajudou ucranianos condenada a 22 anos de prisão
- Putin está "preocupado" com uma eventual Terceira Guerra Mundial mas avisa: "Toda a Ucrânia é nossa"
- "As declarações cínicas de Putin demonstram total desdém pelos esforços de paz dos EUA"
- Rússia preocupada com segurança dos seus cientistas na central nuclear Bushehr. "Não vamos retirar", diz Putin
Pelo menos 14 feridos em ataque a zona residencial de Mykolaiv

Além dos três mortos, o ataque a Mykolaiv fez pelo menos 14 feridos, de acordo com as autoridades ucranianas.
O ataque russo teve como como alvo uma zona residencial da cidade.
As vítimas mortais foram menino de 12 anos, uma mulher idosa e um homem, informou a Procuradoria-Geral da República. Quatro crianças estão entre os feridos.
Siga ao minuto:
Zelensky acusa Rússia de entregar corpos de soldados russos em vez de ucranianos
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou este sábado a Rússia de entregar os corpos de 20 soldados russos a Kiev, em vez dos restos mortais de soldados ucranianos, conforme o acordo recente para a troca de soldados mortos.
Entre esses 20 corpos "há, por exemplo, um mercenário israelita que lutava ao lado deles. Um cidadão israelita, com documentos israelitas", disse o Presidente ucraniano durante uma conferência de imprensa.
Zelensky acusou tratar-se não de um equivoco, mas sim de uma ação deliberada, sustentando que "às vezes, esses corpos até têm passaportes russos [com eles]", e acusando Moscovo de "mentir" ao afirmar que entrega apenas corpos de ucranianos.
Durante as negociações entre a Ucrânia e a Rússia em Istambul, em 02 de junho, Moscovo e Kiev concordaram com uma troca de restos mortais de soldados de ambos os lados.
Na segunda-feira, o Centro Ucraniano de Coordenação para Prisioneiros de Guerra declarou que a Ucrânia havia recebido 6.057 corpos nesse contexto, embora tenha expressado cautela quanto à veracidade da sua nacionalidade e de tratar-se afetivamente de militares, aguardando a sua identificação.
Na sexta-feira, o Presidente ucraniano levantou a possibilidade de a Rússia estar a enviar deliberadamente os corpos de soldados russos para dar a impressão de que matou mais ucranianos e minimizar as suas próprias perdas, mas também porque há muitos mais mortos nesta guerra do que Moscovo quer deixar perceber.
"Eles [os russos] têm medo de reconhecer esse facto, o grande número de mortes. Porque quando chegar a hora em que [Vladimir} Putin quiser mobilizar, a sociedade russa terá medo", continuou.
Moscovo quer "destruir a realidade em que vivemos, onde muito mais pessoas estão a morrer”, afirmou.
Há mais de três anos, a Ucrânia enfrenta uma invasão russa que deixou dezenas de milhares de mortos em ambos os lados, tanto civis quanto militares, mas as autoridades de ambos os países não publicaram um registo oficial recente de soldados feridos ou mortos nas linhas de frente.
O repatriamento de corpos, especialmente de soldados, e a troca de prisioneiros de guerra são as poucas áreas em que Kiev e Moscovo cooperam.
Na sexta-feira, Zelensky também afirmou que 695.000 soldados russos estavam atualmente em território ucraniano, aproximadamente 20% do qual está ocupado pelo exército do Kremlin.
Moscovo insiste que Kiev tem de aceitar soberania sobre povoações ucranianas por si controladas
Zelensky anuncia conversações com países europeus para produção conjunta de armamento
O presidente ucraniano anunciou este sábado que está em negociações com a Dinamarca, Noruega, Alemanha, Reino Unido e Lituânia para iniciar a produção conjunta de armamento. Também o Canadá faz parte deste grupo de negociadores. Volodymyr Zelensky disse ainda que planeia assinar acordos já este verão para começar a exportar tecnologias de produção e armamento, segundo a Reuters.
Rússia captura aldeia em Donetsk
O Ministério da Defesa da Rússia acaba de anunciar a captura de Zaporozhye, na região de Donetsk, noticia a TASS.
Defesa aérea da Ucrânia destrói 140 drones russos e cinco mísseis durante a noite
As forças de defesa aérea da Ucrânia destruíram 140 drones russos e cinco mísseis durante a noite, com outros 115 alvos aéreos perdidos ou suprimidos pela guerra eletrónica, anunciou a Força Aérea Ucraniana no Telegram.
Rússia ataca infraestrutura energética na região de Poltava
Volodymyr Kohut, chefe da Administração Militar Regional de Poltava, revela que as russas lançaram um ataque combinado em larga escala na região, atingindo a infraestrutura de energia no distrito de Kremenchuk.
Zelensky adverte “ayatollah Putin” para situação do regime iraniano
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, condenou esta sexta-feira a intenção da Rússia de continuar a guerra apesar das negociações de cessar-fogo e advertiu o homólogo russo, Vladimir Putin, para a situação do regime do Irão, alvo de ataques israelitas.
"Hoje, os russos declararam mais uma vez, de forma aberta e absolutamente cínica, que 'não estão com disposição' para um cessar-fogo. A Rússia quer estar em guerra, inclusive brandindo algumas ameaças”, destacou Zelensky, durante o seu discurso noturno diário.
O governante ucraniano referiu-se ainda ao homólogo russo como o “ayatollah Putin”, numa referência aos lideres da República Islâmica, sublinhando que o líder do Kremlin (presidência russa) pode “contar com os seus amigos no Irão para ver onde estes regimes vão parar e até que ponto estão a levar os seus países ao declínio".
Também o chefe da diplomacia ucraniana acusou hoje Vladimir Putin de demonstrar desprezo pelo processo de paz, ao sugerir que Moscovo poderá tomar novos territórios na Ucrânia, nomeadamente a cidade de Sumy, no nordeste do país.
“As declarações cínicas de Putin demonstram um total desprezo pelos esforços de paz norte-americanos (…). A única forma de obrigar a Rússia a fazer a paz é privá-la do seu sentimento de impunidade”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andriy Sybiga, numa mensagem publicada na rede social X.
O chefe da diplomacia ucraniana reagiu assim às declarações hoje emitidas por Putin, que se disse “muito preocupado” com a possibilidade de uma terceira guerra mundial, devido aos conflitos no Irão e na Ucrânia, reivindicando, ao mesmo tempo, a posse do país vizinho.
“Estou preocupado. Digo isto sem ironia ou brincadeira. Há um grande potencial de conflito que está a crescer (…). O conflito que estamos a viver na Ucrânia, o que está a acontecer no Médio Oriente e, claro, estamos muito preocupados com o que está a acontecer em torno das instalações nucleares do Irão”, declarou o líder russo no Fórum Económico Internacional de São Petersburgo.
Numa intervenção transmitida em direto pela televisão russa, Vladimir Putin comentou que todos estes conflitos exigem não só a atenção do Kremlin, “mas também a procura de soluções, de decisões, de preferência por meios pacíficos”.
Número de vítimas civis entre janeiro e maio aumenta 47% face a 2024
O número de vítimas civis registadas nos primeiros cinco meses deste ano na Ucrânia chegou a 5.144, incluindo 859 mortos e 4.285 feridos, um total 47% superior ao do mesmo período de 2024, indicou esta sexta-feira a ONU.
Os dados foram apresentados numa reunião do Conselho de Segurança da ONU pedida pela Ucrânia após os ataques aéreos russos em larga escala em 17 de junho.
De acordo com o secretário-geral adjunto da ONU para a Europa, Ásia Central e Américas, Miroslav Jenca, pelo menos 13.438 civis, incluindo 713 crianças, foram mortos desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022.
O número confirmado de civis feridos é de 33.279, incluindo 2.092 crianças.
O aumento drástico de vítimas civis registadas entre janeiro de maio deste ano é resultado do uso intensificado de armas de longo alcance contra cidades de toda a Ucrânia, explicou Jenca.
De acordo com as autoridades ucranianas, entre 01 e 17 de junho, as Forças Armadas russas lançaram pelo menos 3.340 drones de longo alcance, incluindo munições de espera e drones chamariz, e 135 mísseis na Ucrânia.
Em comparação, foram lançadas 544 munições de longo alcance durante todo o mês de junho de 2024.
"Estes níveis de morte e destruição correm o risco de fazer diminuir a esperança de um cessar-fogo imediato e ameaçam minar as perspetivas de uma paz duradoura", constatou o secretário-geral adjunto.
Ativista russa que ajudou ucranianos condenada a 22 anos de prisão
Uma ativista russa que ajudou ucranianos a escapar à invasão russa da Ucrânia foi condenada a 22 anos de prisão por traição e financiamento de terrorismo, revelaram hoje o seu advogado e meios de comunicação social russos.
Nadezhda Rossinskaya, também conhecida por Nadin Geisler, liderava um grupo de voluntários chamado “Army of Beauties” ["Exército de Belezas", em português], que afirma ter ajudado a retirar milhares de pessoas de territórios ucranianos ocupados pela Rússia, números que não puderam ser verificados de forma independente.
Alguns conseguiram chegar à Ucrânia livre através da região de Belgorod, no sudoeste da Rússia, onde se encontrava o último posto de controlo aberto entre os dois países, realçou o grupo, citado pela agência Associated Press (AP).
Por temer pela sua segurança, Rossinskaya deixou a Rússia e foi para a Geórgia em 2023, mas decidiu regressar a Belgorod meses depois para coordenar uma evacuação complexa, segundo os meios de comunicação russos independentes.
Foi detida em fevereiro de 2024 por uma publicação no Instagram a pedir donativos às forças ucranianas e, posteriormente, foi acusada de traição e financiamento de terrorismo, de acordo com documentos judiciais russos e o seu advogado, Alexey Pryanishnikov.
Rossinskaya negou qualquer irregularidade, e o seu advogado afirmou que não escreveu nem fez a publicação, de acordo com uma transcrição do julgamento compilada pelo veículo de comunicação independente russo Mediazona.
Os procuradores solicitaram uma pena de prisão particularmente severa de 27 anos para Rossinskaya, que foi julgada num tribunal militar em Belgorod.
De acordo com o Mediazona, Rossinskaya respondeu pedindo ao tribunal que a condenasse a 27 anos e um dia de prisão caso fosse considerada culpada, para que a sua pena de prisão pudesse ser a mais longa alguma vez imposta a uma mulher na Rússia moderna.
Darya Trepova, detida por entregar uma bomba em 2023 que matou um blogger pró-guerra em São Petersburgo, está atualmente a cumprir uma pena de 27 anos.
"As declarações cínicas de Putin demonstram total desdém pelos esforços de paz dos EUA"
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sybiha, afirmou que as declarações do líder do Kremlin, Vladimir Putin, de que toda a Ucrânia era essencialmente russa e que a Rússia poderia ainda apoderar-se da cidade de Sumy
demonstram o desdém pelos esforços dos EUA para pôr fim à guerra.
"As declarações cínicas de Putin demonstram total desdém pelos esforços de paz dos EUA", escreveu Sybiha em inglês na plataforma da rede social X.
Putin's cynical statements demonstrate complete disdain for US peace efforts. While the United States and the rest of the world have called for an immediate end to the killing, Russia's top war criminal discusses plans to seize more Ukrainian territory and kill more Ukrainians.…
— Andrii Sybiha 🇺🇦 (@andrii_sybiha) June 20, 2025
"Enquanto os Estados Unidos e o resto do mundo apelaram ao fim imediato da matança, o principal criminoso de guerra da Rússia discute planos para se apoderar de mais território ucraniano e matar mais ucranianos."
Putin diz que os rumores sobre a morte da economia russa foram claramente exagerados
O presidente russo, Vladimir Putin, evocou as palavras de Mark Twain quando questionado sobre a saúde da economia russa, dizendo que os rumores da sua morte tinham sido muito exagerados.
Putin referiu-se ao crescimento do PIB de 4,1% no ano passado.
Putin afirmou que a economia russa não deve, em circunstância alguma, entrar em recessão, emitindo uma instrução clara aos ministros do governo e aos banqueiros centrais reunidos.
Putin está preocupado com a possibilidade de uma terceira guerra mundial: "Estou a falar sem qualquer ironia"
O presidente russo diz que está preocupado que estejamos a caminho da terceira guerra mundial.
Putin, que falava num fórum económico em São Petersburgo, disse que havia um grande potencial de conflito no mundo e que este estava a aumentar. Mencionou a guerra da Rússia na Ucrânia, o conflito entre Israel e o Irão e disse estar preocupado com o que se passa em torno das instalações nucleares no Irão, onde especialistas russos estão a construir dois novos reactores nucleares para Teerão.
"É preocupante. Estou a falar sem qualquer ironia, sem qualquer piada. É claro que existe um grande potencial de conflito, que está a crescer e está mesmo debaixo dos nossos narizes e que nos afeta diretamente", disse Putin. "E isto requer, claro, não só a nossa cuidadosa atenção aos acontecimentos que estão a ocorrer, mas também a procura de soluções, de preferência por meios pacíficos, em todas as direcções."
Putin está "preocupado" com uma eventual Terceira Guerra Mundial mas avisa: "Toda a Ucrânia é nossa"
Putin: se Kiev usar uma "bomba suja", a resposta russa será "catastrófica"
Vladimir Putin fez um alerta sobre a ideia de utilizar uma "bomba suja" contra a Rússia, algo que, segundo ele, teria consequências catastróficas para Kiev, mas disse não ter visto quaisquer provas de que a Ucrânia estivesse a planear fazê-lo.
"Se Kiev alguma vez utilizasse uma bomba deste tipo, a resposta russa seria
provavelmente catastrófica para a liderança política da Ucrânia e para a Ucrânia no seu conjunto", afirmou Putin, citado pela Reuters.
Putin: russos e ucranianos são um só povo: "Nesse sentido toda a Ucrânia é nossa"
O presidente russo, Vladimir Putin, afirma russos e ucranianos são um só povo, "e nesse sentido toda a Ucrânia é nossa", disse ainda que não excluía a possibilidade de a Rússia assumir o controlo da cidade ucraniana de Sumy.
Falando num fórum económico internacional em São Petersburgo, Putin disse que a Rússia nunca duvidou do direito da Ucrânia à soberania, mas observou que quando a Ucrânia declarou a sua independência em 1991 foi como um "Estado neutro". Putin, que afirma que a Rússia está a lutar na Ucrânia para proteger a sua própria segurança.
"Temos um ditado, ou uma parábola", disse Putin, citado pela Reuters. "Onde o pé de um soldado russo pisa, isso é nosso".
Putin afirma que as forças russas estão a criar uma zona tampão na região ucraniana de Sumy para proteger o território russo e não exclui a possibilidade de essas mesmas tropas assumirem o controlo da capital regional de Sumy.
Rússia preocupada com segurança dos seus cientistas na central nuclear Bushehr. "Não vamos retirar", diz Putin
Na quinta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que tinha chegado a acordo com Israel para garantir a segurança dos “mais de 200” especialistas que trabalham na central nuclear de Bushehr, no Irão.
No mesmo dia, o chefe da Rosatom - Companhia Estatal de Energia Nuclear russa, Aleksei Likhachov, disse numa conferência em São Petersburgo que a agência tinha retirados “dezenas” dos seus empregados de Bushehr e que estava a ponderar uma evacuação total, informou a agência noticiosa russa Interfax.
No entanto, hoje Putin garantiu: "Continuamo a trabalhar na Central Nunclear de Bushehe. Não vão retirar pessoal de lá".
A Rosanton ajudou o Irão a terminar a construção da central nuclear de Bushehr. Na altural, Moscovo e Teerão assinaram um contrato para a construção de mais duas unidades. "O trabalho está em curso e os nossos especialistas estão no local, mais de 200 pessoas. E agora acordámos com os dirigentes israelitas que a sua segurança será garantida", disse Putin.
Vírus russo está a roubar dados e criptomoedas a jogadores do videojogo mais vendido de sempre
Putin: "Não estamos à procura da capitulação da Ucrânia"
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Rússia não está a tentar a capitulação da Ucrânia, mas quer que Kiev reconheça a realidade da situação no campo de batalha.
Falando num fórum económico internacional em São Petersburgo, Putin disse: "Não estamos à procura da capitulação da Ucrânia. Estamos a insistir no reconhecimento da realidade que se desenvolve no terreno".
Forças armadas alemãs consideram a Rússia um "risco existencial" para o país e para a Europa
As forças armadas alemãs consideram a Rússia um "risco existencial" para a Alemanha e para a Europa, segundo uma reportagem da revista alemã Spiegel que cita um novo documento estratégico da Bundeswehr. Segundo a Reuters, o documento confidencial alerta que o Kremlin está a reorganizar tanto a sua estrutura industrial como a sua liderança "especificamente para responder aos requisitos de um conflito em larga escala contra a NATO até ao final desta década".
Rússia e Ucrânia trocam mais prisioneiros de guerra
A Rússia e a Ucrânia realizaram uma nova troca de prisioneiros de guerra, anunciou esta sexta-feira o ministério da Defesa russo, sem especificar o número de envolvidos. Segundo Moscovo, os soldados russos encontram-se atualmente na Bielorrússia, país que faz fronteira com ambos os países em guerra.