AO MINUTO | Ucrânia confirma retirada de Sudzha, na região de Kursk
O que está a acontecer
- Rússia nega ter levantado sanções a Marco Rubio
- Rússia lançou 1.020 ‘drones’ e 1.360 bombas na última semana
- Ataque com drones em Chernihiv provoca cortes de energia
- Ucrânia confirma retirada de Sudzha, na região de Kursk
- Zelensky acusa Putin de mentir sobre a dificuldade de um cessar-fogo
- Forças militares internacionais vão reunir-se no Reino Unido na quinta-feira para discutir como podem apoiar a "segurança futura" da Ucrânia
Putin impões as condições para um cessar-fogo na Ucrânia
Putin garantiu que a Rússia está pronta para começar as negociações "amanhã" se as tropas ucranianas retirarem de Zaporizhzhia, Kherson, as regiões de Donetsk e Luhansk e se a Ucrânia desistisse dos seus planos de aderir à NATO.
Se a Ucrânia concordasse com essas condições, Putin disse que a Rússia cessaria os ataques e iniciaria negociações.
“Hoje estamos a fazer outra proposta de paz concreta e real [a Kiev]”, disse, citado pela Tass. "A essência da nossa proposta não é uma espécie de trégua temporária ou suspensão de fogo, como pretende o Ocidente, a fim de restaurar as perdas, rearmar o regime de Kiev, prepará-lo para uma nova ofensiva. Repito, não estamos a falar de congelar o conflito, mas de seu fim definitivo”, disse Putin. "Repito, a nossa posição de princípio é a seguinte: o estatuto neutro, não alinhado e livre de armas nucleares da Ucrânia, a sua desmilitarização e desnazificação."
Siga ao minuto:
"Todos alertaram que a Rússia aproveitaria" para "ganhar vantagem militar no terreno"
João Annes, do observatório de Segurança e Defesa da SEDES, esteve na CNN Portugal para analisar os avanços russos no terreno e a situação atual na Ucrânia
" A Ucrânia ter os olhos tapados durante 4 ou 5 dias foi o que a Rússia precisava para retomar Kursk"
A comentadora da CNN Portugal, Diana Soller, considerou que o facto da Casa Branca ter bloqueado qualquer ajuda militar à Ucrânia pode ter tido influência na ação russa em Kursk
Ucranianos não sabiam o que se passava, só através dos seus "drones de reconhecimentos" e "essa informação é vital para quem defende"
O Major-general Isidro de Morais Pereira esteve este domingo na CNN Portugal onde falou do que se passou nos últimos tempo na região de Kursk, recuperada pela Rússia
Trump e Putin deverão falar esta semana
O enviado de Donald Trump, Steve Witkoff, disse que espera que o presidente dos EUA fale com Vladimir Putin esta semana, sublinhando que o presidente russo “aceita a filosofia” do cessar-fogo e dos termos de paz de Trump.
Witkoff disse à CNN que as discussões com Putin durante várias horas na semana passada foram “positivas” e “baseadas em soluções”. Recusou confirmar se as exigências de Putin incluíam a rendição das forças ucranianas em Kursk; o reconhecimento internacional do território ucraniano tomado pela Rússia como russo; os limites à capacidade de mobilização da Ucrânia; uma suspensão da ajuda militar ocidental; e uma proibição de forças de manutenção da paz estrangeiras.
Rússia nega ter levantado sanções a Marco Rubio
A Rússia negou hoje ter levantado as sanções impostas em 2022 ao atual secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio.
"À data de hoje, as sanções não foram levantadas", declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, citada pela agência TASS.
Zakharova assegurou que as informações em sentido contrário, que começaram a circular após a mais recente conversa entre Rubio e o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, são "falsas".
Rubio foi incluído, juntamente com outros altos funcionários norte-americanos, na “lista negra” de pessoas proibidas de entrar na Rússia, em maio de 2022.
Anteriormente, o Kremlin tinha afirmado que Moscovo não pode retirar Rubio dessa lista enquanto permanecerem em vigor as sanções dos Estados Unidos contra o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.
Alemanha apela a que não se cometam os erros de 2014 com os Acordos de Minsk
A ministra alemã dos Negócios Estrangeiros afirmou hoje que a Europa aprendeu a lição de como se comportou a Rússia depois dos Acordos de Minsk e defendeu não ser possível uma paz que só sirva para Moscovo se fortalecer.
Numa entrevista à radio Deutschlandfunk, a ministra cessante Annalena Baerbock afirmou que se a Rússia aceitar a proposta norte-americana de um cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, não se trata de “negociações de paz propriamente ditas”: “Apenas significa que podemos falar”.
Na recente reunião de ministros do G7, Baerbock transmitiu ao seu homologo dos Estados Unidos, Marco Rubio, que a Europa aprendeu a lição dos Acordos de Minsk, celebrados em 2014.
“Não deve acontecer o mesmo, em que todos esperavam que as coisas não corressem mal. As negociações de então só serviram para que Putin preparasse durante oito anos esta grande e brutal guerra”, assegurou.
Quanto à proposta de cessar-fogo, que foi aceite por Kiev, a ministra salientou que a bola está agora no campo de Moscovo.
No entanto, considerou que agora é difícil ao Presidente russo “vender à sua população” que os três anos de guerra fizeram sentido, uma vez que não conseguiu alcançar o objetivo de instalar um Governo em Kiev nem dividir a NATO.
Questionada sobre as divergências políticas com a administração de Donald Trump nos Estados Unidos e sobre as suas declarações sobre querer anexar o Canadá e a Gronelândia, a ministra relativizou a situação, dizendo não ser possível estar sempre de acordo em tudo e salientou a importância do diálogo.
“Cada vez mais atores desafiam a ordem internacional baseada em regras. Também nas nossas democracias, cada vez mais atores o fazem. A nova administração dos Estados Unidos ainda não decidiu de que lado está”, acrescentou.
Rússia lançou 1.020 ‘drones’ e 1.360 bombas na última semana
O Presidente ucraniano afirmou hoje que, na última semana, a Rússia lançou mais de 1.020 ‘drones’ e cerca de 1.360 bombas teleguiadas na Ucrânia, sublinhando que, se Moscovo quisesse realmente pôr fim à guerra, não se comportaria assim.
"Os russos lançaram mais de 1.020 ‘drones’ de ataque, cerca de 1.360 bombas aéreas guiadas e mais de 10 mísseis de vários tipos", frisou Volodymyr Zelensky nas redes sociais.
As regiões e cidades atingidas incluem Chernihiv, Kherson, Donetsk, Kharkiv, Odessa, Poltava, Mykolaiv, Zaporíjia e Sumy, situadas no norte, leste, centro e sul do país, indicou o chefe de Estado ucraniano.
“Aqueles que querem que a guerra acabe o mais rapidamente possível não agem desta forma. É por isso que temos de continuar a exercer, em conjunto, pressão sobre a Rússia para a obrigar a pôr fim à sua agressão", enfatizou Zelensky.
Nesse sentido, considerou necessárias "medidas decisivas", como sanções, que não só devem ser mantidas, mas também endurecidas de forma contínua.
O presidente ucraniano concluiu a sua mensagem apelando à Europa, aos Estados Unidos e a "todos os que desejam a paz" no mundo para contribuírem para garantir "um acordo justo e duradouro" e sem guerra.
"Zelensky pode estar nos últimos dias do seu mandato. Vemos que é um homem agastado. Foi à Arábia Saudita e esteve lá sozinho"
Este domingo, o Major-General Agostinho Costa, comentou na CNN Portugal a cimeira realizada sábado pelo Reino Unido, onde participaram vários líderes europeus, relativamente à situação na Ucrânia e ao futuro após um acordo de paz
Ataque com drones em Chernihiv provoca cortes de energia
As forças russas lançaram este domingo ataques com mísseis e drones na região de Chernihiv, atingindo o edifício da Câmara Municipal de Semenivka, de acordo com o chefe da Administração Militar Regional de Chernihiv, Viacheslav Chaus, no Telegram, citado pelo Ukrinform.
"Hoje, durante um alerta de ataque aéreo, um míssil balístico inimigo, presumivelmente um 'Iskander', caiu fora da comunidade de Semenivka. Atualmente, está em curso um ataque de drone FPV em Semenivka. Há apenas alguns minutos, houve um ataque ao edifício do conselho municipal", escreveu Chaus.
Segundo ele, o ataque provocou cortes parciais de energia em Semenivka. “Os trabalhadores da energia já estão no local", disse.
Um morto e três feridos em explosão na refinaria de Ryazan, na Rússia
Um trabalhador morreu e três ficaram feridos numa explosão numa refinaria de petróleo na cidade russa de Ryazan, informaram as agências de notícias TASS e RIA.
“Durante as obras técnicas programadas na central, realizadas por colaboradores da empresa contratada ocorreu uma despressurização", informa a TASS.
A refinaria, propriedade da maior produtora de petróleo russa, a Rosneft, foi várias vezes alvo de drones ucranianos. Em fevereiro, suspendeu as operações após um ataque com um drone.
Ucrânia confirma retirada de Sudzha, na região de Kursk
O Estado-Maior da Ucrânia confirmou a retirada das tropas ucranianas do centro logístico de Sudzha, na região de Kursk, dias depois de Moscovo ter reivindicado a sua captura.
Sem confirmar a retirada com uma declaração, o Estado-Maior publicou nas redes sociais os mapas mais recentes do campo de batalha, que mostravam uma retirada completa de Sudzha, informa o Kiev Independent.
A confirmação surge numa altura em que as tropas russas intensificam a sua ofensiva na região fronteiriça russa, onde a Ucrânia lançou uma incursão transfronteiriça surpresa em Agosto de 2024, na esperança de utilizar os territórios capturados como moeda de troca para potenciais negociações de paz.
Kiev manteve a sua posição cada vez menor na região de Kursk, apesar da deterioração da situação logística causada pelo intenso uso de artilharia, drones e bombas planadoras pela Rússia.
"A Europa precisa dos seus próprios arsenais e da capacidade de produzir as armas mais avançadas"
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu aos líderes europeus e aos aliados mais clareza sobre as garantias de segurança em relação a um futuro acordo de paz
“A Europa vai transformar-se numa potência militar a um ritmo mais acelerado do que era de esperar”
O major-general Isidro Morais Pereira, comentador da CNN Portugal, analisa a reunião entre aliados da Ucrânia.
Aliados de Kiev consideram que resposta de Putin sobre cessar-fogo não chega
Os aliados de Kiev estiveram reunidos este sábado, de forma virtual, e querem decisões de Moscovo em relação a um cessar-fogo na Ucrânia.
Ataque russo faz um morto e provoca cortes de energia em Kherson
Os combates continuam na Ucrânia. Moscovo e Kiev acusam-se mutuamente de ataques com centenas de drones só esta madrugada. As tropas russas fazem pequenos avanços no Donbass, a leste. E a Rússia diz que é uma questão de tempo até Kursk cair.
Cessar-fogo na Ucrânia? “A bola está do lado da Rússia, mas a Europa já está mais envolvida”
Manuel Serrano, especialista em assuntos europeus e política internacional, analisa os últimos acontecimentos na guerra da Ucrânia.
Rendição ucraniana em Kursk? Trump voltou a cair na narrativa de Putin: "Os ucranianos têm a frente estabilizada"
O tenente-general Marco Serronha analisa os últimos acontecimentos na guerra da Ucrânia.
Rússia lança mais de doze ataques a Nikopol. Há civis mortos e feridos
A Rússia avançou com mais de doze ataques à cidade de Nikopol, no Oblast de Dnipropetrovsk, provocando a morte de uma mulher e ferindo três pessoas, incluindo duas crianças, de acordo com informações avançadas pelo governador Serhii Lysak.
Duas meninas, de 11 e 3 anos, ficaram feridas nos ataques, segundo Lysak. As crianças estão a receber tratamento numa instalação médica em Dnipro. Uma mulher de 70 anos foi morta.
A Rússia atacou Nikopol e as comunidades circundantes com artilharia e drones, tendo danificado uma instituição religiosa e cinco casas.
Zelensky alerta para reunião de soldados russos perto da fronteira de Sumy
Soldados russos estão a acumular-se na fronteira para se prepararem para lançar um ataque na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia, disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Numa publicação no Telegram, o presidente ucraniano referiu que as suas forças têm observado áreas ao longo da sua fronteira oriental onde o exército russo está a reunir forças. "Isto indica um desejo de desferir um golpe na nossa Oblast de Sumy," escreveu Zelensky. "Entendemos isso e tomaremos medidas de contra-ataque."
O presidente ucraniano também escreveu que espera que os líderes estrangeiros notem "que em Moscovo estão a preparar-se para ignorar a diplomacia."
Diplomatas dos EUA estiveram em Moscovo esta semana para negociar um acordo de cessar-fogo com o presidente russo Vladimir Putin. Após conversações na Arábia Saudita entre os EUA e a Ucrânia, Kiev disse que estava pronta a avançar com um cessar-fogo.
Zelensky acusa Putin de mentir sobre a dificuldade de um cessar-fogo
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou hoje o seu homólogo russo, Vladimir Putin, de estar a mentir quando diz que o estabelecimento de uma trégua de 30 dias proposta por Kiev e Washington seria "complicado".
"Putin também está a mentir sobre o cessar-fogo ser alegadamente muito complicado. Na realidade, tudo pode ser controlado, e nós discutimos isso com os americanos", disse Zelensky numa mensagem na rede social X.
Putin is lying to everyone about the situation on the ground, especially about what’s happening in the Kursk region, where our Ukrainian forces continue their operations. Our troops have also stabilized the situation on the front in Donetsk region — specifically Pokrovsk.
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) March 15, 2025
"Querem uma posição mais forte antes do cessar-fogo", explicou Zelensky numa conferência de imprensa em Kiev.
Washington quer uma trégua o mais rapidamente possível na Ucrânia.
Após negociações conjuntas na terça-feira em Jeddah, Arábia Saudita, Estados Unidos e Ucrânia propuseram um fim das hostilidades por 30 dias, desde que a Rússia também cumpra.
Contudo, Putin manifestou reservas sobre esta proposta, particularmente sobre o modo de controlo da trégua, ao mesmo tempo que manifestou receios de que a Ucrânia possa utilizar esta pausa para recrutar soldados e receber novas armas ocidentais.
Zelensky insistiu ainda que a questão "complexa" do controlo de territórios deve ser "resolvida mais tarde na mesa das negociações".