GUERRA AO MINUTO | EUA transferiram em segredo mísseis ATACMS para a Ucrânia durante o mês de março - e já foram utilizados
O que está a acontecer
- Biden promulga ajuda de 61 mil milhões de dólares à Ucrânia
- EUA transferiram em segredo mísseis ATACMS para a Ucrânia durante o mês de março - e já foram utilizados
- Rússia quer "perturbar" a Cimeira Global da Paz, afirma Zelensky
- Ucrânia e Rússia chegam a acordo para trocar 48 crianças deslocadas
- Rússia admite expandir "zona-tampão" se a Ucrânia receber ATACMS
Líder do Grupo Wagner escreve ao ministro da Defesa da Rússia a alertar para ataque ucraniano
Yevgeny Prigozhin, o líder do grupo de mercenários Wagner, escreveu ao ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, alertando-o que o exército ucraniano está a planear uma ofensiva para isolar as forças do seu grupo paramilitar do corpo principal do exército russo no leste da Ucrânia.
Numa carta publicada esta segunda-feira, citada pela Reuters, Prigozhin pediu a Shoigu que tome "todas as medidas necessárias" para impedir o ataque, que terá "consequências negativas" para a "operação militar especial".
É a primeira vez que Prigozhin publica correspondência com o ministro da Defesa da Rússia, que tem criticado em várias ocasiões, nomeadamente por falhas no fornecimento de munições.
Siga ao minuto:
Líder ortodoxo ucraniano acusado de revelar à Rússia posições de forças de Kiev
Os serviços de segurança ucranianos acusaram hoje o líder ortodoxo do principal mosteiro do Leste da Ucrânia de ter revelado à Rússia posições das forças de Kiev.
Os serviços de segurança afirmaram que o metropolita (arcebispo) do principal mosteiro de Sviatogirsk era suspeito de “informar” os russos sobre “as posições dos postos de controlo das forças armadas ucranianas” no distrito de Kramatorsk, na região de Donetsk.
O dirigente é acusado de ter mencionado publicamente os locais à sua congregação “durante uma liturgia”, segundo os serviços, sem especificar a data dos acontecimentos ou nomear explicitamente o metropolita Arseniy.
O líder ortodoxo arrisca até oito anos de prisão caso seja condenado por “transmitir informações sobre os movimentos ou a localização das forças armadas”.
Em causa está um mosteiro gerido pelo ramo da Igreja Ortodoxa Ucraniana, historicamente ligado a Moscovo, mas que em maio de 2022, proclamou a sua independência em resposta ao apoio do Patriarca russo Kirill à invasão russa.
Segundo os serviços ucranianos, o mosteiro vem propagando sentimentos separatistas há anos e transmitindo “mensagens favoráveis ao Kremlin”.
Mísseis, veículos, munições e muito mais. Eis como os EUA vão ajudar a Ucrânia
EUA transferiram em segredo mísseis ATACMS para a Ucrânia durante o mês de março - e já foram utilizados
Os EUA transferiram em segredo mísseis ATACMS para a Ucrânia durante o mês de março, avança a agência Reuters, que cita uma fonte anónima do lado americano.
A mesma fonte revelou, sem detalhar quantos foram enviados, que estes ATACMS foram incluídos num pacote de 300 milhões de dólares que Joe Biden aprovou no dia 12 de março.
Estes mísseis foram utilizados pela primeira vez cerca de um mês depois, a 17 de abril, quando as forças ucranianas atacaram um aeródromo na Crimeia a 165 quilómetros da linha da frente.
De acordo com o oficial americano, a utilização, da parte da Rússia, dos mísseis balísticos de longo alcance fornecidos pela Coreia do Norte, bem como os contínuos ataques russos às infraestruturas energéticas ucranianas, pesaram na decisão de Washington D.C.
Ucrânia atacou metalúrgica russa com drone, revela fonte ucraniana à Reuters
As forças ucranianas atacaram na noite de terça para quarta-feira uma fábrica metalúrgica em Lipetsk, a cerca de 400 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, com recurso a um drone.
A informação foi revelada por uma fonte dos serviços de informação da Ucrânia à agência Reuters.
De acordo com a fonte, o ataque destruiu parcialmente uma "estação de oxigénio" da fábrica metalúrgica de Novolipetsk, referindo que este facto terá implicações a longo prazo no funcionamento da mesma.
O que contém o novo pacote que os Estados Unidos vão enviar para a Ucrânia?
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos revelou, num comunicado publicado no seu site, os equipamentos que vão ser fornecidos à Ucrânia no próximo pacote de ajuda militar, no valor de mil milhões de dólares.
Entre o equipamento militar estão munições de artilharia de 155 milímetros, mísseis anti-aéreos Stinger, mísseis antitanque Javelin, veículos de combate Bradley e ainda munições para os sistemas HIMARS.
Os Estados Unidos vão também fornecer armamento ligeiro, minas, veículos de apoio logístico e equipamentos sobressalentes.
Rússia quer "perturbar" a Cimeira Global da Paz, afirma Zelensky
O presidente ucraniano afirmou esta quarta-feira que a Rússia quer "perturbar" o normal funcionamento da Cimeira Global da Paz, que decorrerá na Suíça em junho deste ano.
As palavras de Volodymyr Zelensky foram proferidas durante uma reunião com representantes de países e organizações internacionais na Ucrânia.
"Temos informações precisas dos serviços secretos - dados específicos - de que a Rússia não só pretende perturbar a Cimeira da Paz, como também tem um plano específico para o fazer: como reduzir a participação dos países, como agir para garantir que a paz não dure ainda mais tempo. E temos de contrariar isto em conjunto - temos de trabalhar em unidade para uma paz justa", disse o presidente ucraniano num discurso publicado nas suas redes sociais.
Ucrânia "não está a fazer preparativos especiais" para um eventual segundo mandato de Donald Trump
Em entrevista ao The Guardian, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia revelou que o país não está a fazer quaisquer "preparativos especiais" para o caso de Donald Trump ser eleito para um segundo mandato enquanto presidente dos Estados Unidos.
"Não sei o que vai acontecer amanhã, nem como as elites políticas dos EUA se vão comportar. O que aprendemos com o primeiro mandato de Donald Trump como presidente é que há sempre uma forma de sair de qualquer crise", disse Dmytro Kuleba ao jornal britânico.
"Já passámos por tantas coisas desde 2014 que, sem exagero, estamos prontos para tudo", acrescentou.
Biden promulga ajuda de 61 mil milhões de dólares à Ucrânia
O presidente dos Estados Unidos promulgou esta quarta-feira o documento que estabelece o envio de 61 mil milhões de dólares para a Ucrânia em apoio militar, após longos meses de negociações no Congresso.
O anúncio foi feito pelo próprio Joe Biden durante um discurso na Casa Branca.
Biden adiantou que o equipamento começará a ser enviado "nas próximas horas", e afirmou que este pacote vai tornar o mundo "um lugar mais seguro".
O presidente americano criticou os mais acérrimos republicanos por terem atrasado a aprovação da medida enquanto a Rússia aumentava os seus ataques contra as cidades ucranianas.
"A reação dos ucranianos tem sido espantosa. São uma força de combate com a vontade e a capacidade de vencer. A América vai enviar-lhes a ajuda de que necessitam para os manter na luta", disse Biden durante o discurso.
"Se Putin triunfar na Ucrânia, o próximo passo das forças russas poderá muito bem ser um ataque direto a um aliado da NATO", acrescentou, citado pela Sky News.
"Sem segurança, nada serve": Alemanha e Reino Unido querem mais investimento europeu na defesa
Os chefes de governo alemão, Olaf Scholz, e britânico, Rishi Sunak, defenderam esta quarta-feira a importância de aumentar as despesas militares na Europa face à insegurança global.
É necessário “reforçar o pilar europeu da NATO para ter uma capacidade de dissuasão suficiente” contra eventuais agressores, disse Scholz numa comparência conjunta em Berlim, citado pela agência espanhola EFE.
Scholz e Sunak reiteraram no final de uma reunião em Berlim a importância de apoiar a Ucrânia na guerra contra a Rússia “durante o tempo que for necessário”.
O chanceler disse que a Alemanha é o país europeu que forneceu o maior volume de armas à Ucrânia desde o início da guerra, no valor de cerca de 28 mil milhões de euros.
Segundo Scholz, o orçamento alemão deste ano para ajudar a Ucrânia ascende a sete mil milhões de euros.
“Sem segurança, nada serve”, afirmou Scholz.
Referiu que a invasão da Ucrânia pela Rússia há mais de dois anos pôs em causa a arquitetura de segurança da Europa e o consenso internacional de que as fronteiras não devem ser alteradas pela força.
Scholz apelou, por isso, a todos os países europeus para tomarem as “decisões necessárias”, tendo em conta a situação económica de cada país.
“Não temos escolha, temos de investir mais na defesa, quer queiramos quer não. O mundo tornou-se mais perigoso”, concordou Sunak.
Moscovo e Kiev chegam a acordo para trocar 48 crianças deslocadas
As autoridades da Rússia e Ucrânia chegaram esta quarta-feira a acordo para troca de 48 crianças deslocadas pela guerra, anunciou a comissária russa para a Infância, Maria Lvova-Belova, após a primeira reunião bilateral sobre o assunto, no Catar.
“Vinte e nove crianças regressarão à Ucrânia e 19 à Rússia, em consequência” do acordo, declarou Lvova-Belova à imprensa.
Tal como o presidente russo, Vladimir Putin, pende sob a comissária um mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) desde a primavera de 2023.
O TPI considerou, tal como a Ucrânia, que milhares de crianças não foram deslocadas pelos combates, mas sim deportadas conscientemente pela Rússia, afirmações que Moscovo rejeita.
No sábado, a Procuradoria-Geral da Ucrânia informou que desde o início da invasão morreram 545 crianças, enquanto 1.289 ficaram feridas em graus variados de gravidade.
Blinken está na China e prepara-se para lançar um forte aviso sobre a Rússia
Tropas ucranianas repelem ataques russos em Orihiv e Krynky
As forças ucranianas dizem ter repelido cinco ataques russos em Orihiv. A informação é avançada pelas forças de defesa do sul.
"O inimigo não desiste da sua intenção de expulsar as nossas unidades das suas posições. No setor de Orikhiv, os ocupantes lançaram cinco ataques. Dois perto de Staromaiorske e três perto de Robotyne. Não foram bem-sucedidos", reportaram no Telegram.
Foram também repelidos três ataques em Krynky.
Rússia é "ameaça existencial" para a Europa e uma vitória "mudaria o curso da história europeia"
Ursula von der Leyen avisou que a Rússia é "ameaça existencial não só para a Ucrânia mas também para a Europa".
"É meu dever transmitir uma mensagem muito clara sobre o futuro da nossa União, porque o que acontece na Ucrânia irá moldar o futuro da nossa União para sempre. Não podemos ignorar e não podemos exagerar o facto de a Rússia representar uma ameaça existencial não só para a Ucrânia, mas também para a Europa", disse.
Em Estrasburgo, a presidente da Comissão Europeia garantiu ainda que uma vitória da Rússia pode moldar a história da União Europeia. "Uma vitória de Putin não só mudaria o mapa, não só mascararia o rosto da nação ucraniana, como mudaria o curso da história europeia”, alertou, garantindo que Kiev “está a carregar o pesado fardo nos seus ombros” e “a pagar o preço mais alto todos os dias”.
Von der Leyen deixou ainda avisos ao presidente ucraniano: "Putin acreditava que nós não defenderíamos a democracia e a independência da Ucrânia. Ele estava errado. Putin acreditava que o apoio militar dos EUA não seria aprovado pelo Congresso dos EUA. Enganou-se novamente”.
Tropas russas bombardeiam Kupiansk e provocam incêndio
As tropas russas bombardearam o centro da cidade ucraniana de Kupiansk com artilharia, tendo provocado um incêndio.
"Na manhã de 24 de abril, as tropas do país terrorista lançaram um ataque de artilharia no centro de Kupiansk. Um dos projéteis atingiu um edifício abandonado de dois andares, provocando um incêndio numa área de 300 metros quadrados", escreveu o Serviço de Emergência ucraniano no Facebook.
As equipas de socorro conseguiram dominar o fogo. Não há registo de vítimas.
Rússia ataca instalação ucraniana de produção de drones e depósito de combustível
As forças russas atingiram uma instalação ucraniana de produção de drones e um depósito de combustível do exército. A informação é avançada pelo ministério da Defesa russo, citado pela RIA, sem avançar onde decorreu o ataque.
Ajuda dos EUA não liberta Europa da obrigação de apoiar Kiev, alerta Scholz
O pacote de apoio dos EUA à Ucrânia não liberta a Europa da obrigação de continuar a ajudar. Quem o diz é o chanceler alemão, que diz querer trabalhar com o Reino Unido nesse sentido, depois de Rishi Sunak ter anunciado o maior pacote de ajuda de sempre a Kiev.
Olaf Scholz, que recebeu esta quarta-feira o primeiro-ministro britânico, deixou ainda a garantia de que não vai alterar a posição sobre o envio de mísseis Taurus para a Ucrânia, após a decisão norte-americana.
"Há muitas interpretações diferentes": Peskov reage a detenção de Timur Ivanov
Dmitry Peskov rejeita a especulação mediática em torno das razões que levaram à detenção do vice-ministro da Defesa russo, Timur Ivanov.
"Há muitas interpretações diferentes sobre tudo isto agora", garantiu o porta-voz do Kremlin, afirmando que é importante que o foco esteja na “informação oficial”.
“É necessário concentrarmo-nos nas informações das autoridades de investigação e, em última análise, na decisão do tribunal”, acrescenta.
Rússia vai expandir "zona-tampão" se a Ucrânia receber ATACMS, diz Kremlin
A Rússia vai ser obrigada a expandir a sua “zona-tampão” dentro da Ucrânia, se Kiev receber os mísseis de longo alcance ATACMS dos EUA. A confirmação é do porta-voz do Kremlin, que afirma que a estratégia de Moscovo se mantém.
Os mísseis ATACM permitiria às tropas ucranianas atacar zonas do interior da Rússia.
Forças russas dão conta de avanços significativos no leste ucraniano
As forças russas reivindicam ganhos significativos no leste ucraniano, numa ofensiva que tem como objetivo conquistar o máximo de território possível antes da chegada de ajuda à Ucrânia.
A Rússia tem avançado na região de Avdiivka nas últimas semanas, utilizando bombas aéreas para pulverizar os abrigos ucranianos. O ministério da defesa de Moscovo afirmou também que as tropas ucranianas fugiram de Ocheretyne em pequenos grupos e sob fogo pesado.
As forças russas dizem estar a cerca de 30 km de Pokrovsk, a principal cidade de guarnição da região, utilizada para a troca de soldados e de equipamento.
As tropas admitem que a situação é “difícil” e que os russos estão a utilizar "todo um arsenal de armas contra as nossas unidades", incluindo o que descreveu como armas químicas.
Blinken aterrou na China com avisos sobre relação com a Rússia
Antony Blinken aterrou esta quarta-feira na China numa visita de três, cujo objetivo é melhorar as relações entre os dois países.
O secretário de Estado norte-americano chegou com um aviso para Pequim sobre o apoio a Moscovo: os EUA e a Europa já não estão dispostos a tolerar a venda de componentes de armas produtos de dupla utilização à Rússia pela China.
"Estamos empenhados em tomar as medidas necessárias para defender os nossos interesses nacionais", disse um funcionário da administração ao Guardian. A fonte explicou que as medidas planeadas seriam destinadas a "empresas que estão a tomar medidas em contravenção aos interesses e de formas que prejudicam gravemente a segurança tanto na Ucrânia como na Europa"
"A minha expetativa é que os amigos na Europa tenham a oportunidade de expressar as suas preocupações, tanto em público como em privado, às autoridades chinesas", acrescentou, garantindo que o objetivo é “explicar claramente quais são as implicações deste apoio e por que razão não é do interesse da China no futuro".