Terminou o debate: Costa admite chamar o PAN ou negociar à Guterres se vencer com minoria , Rio revolta-se com a TAP ("inaceitável, revoltante, gravíssimo")
RESUMO
GOVERNABILIDADE
Rio diz que será "um perigo para o país" um cenário em que Costa sai por não ter maioria absoluta e entra Pedro Nuno Santos para primeiro-ministro. Na resposta, Costa diz que "não vira as costas ao país" e que fica mesmo que só tenha maioria relativa. Nesse caso fará como Guterres - negociação "diploma a diploma". Não será é possível, diz, repetir a geringonça. E abre a porta ao PAN, que "não contribuiu para esta crise política"
VENCIMENTOS
Aumento do salário mínimo e do salário médiO marcou uma parte importante dos primeiros 40 minutos do debate. António Costa afirmou que, "com o aumento de 40% do salário mínimo e o aumento de 20% do salário médio, a verdade é que as empresas aumentaram o crescimento". Sobre este tema do salário mínimo, ao qual o PSD dedica pouco espaço no seu programa eleitoral, Rui Rio defendeu que não se pode nivelar os salários por baixo que não determina o salário mínimo "por decreto"
SAÚDE
Rui Rio defende um "médico assistente" para quem não tem médico de família. E sobre o debate sobre se o PSD quer que a classe média acabe por pagar serviços públicos de saúde, Costa diz assim: "O que está a dizer é que quem tem condições, a classe média, deixa de beneficiar de um serviço tendencialmente gratuito e passa a pagar"
JUSTIÇA
Rio diz que "a capacidade da Justiça é fraquíssima", Costa considera "perigoso" o programa do PSD para a Justiça
TAP
Costa diz que há interessados em 50% da TAP, Rio considera "inaceitável, revoltante, gravíssimo" o dinheiro que a empresa recebe
Medina sobre Rio: "Parecia que estava a ouvir o debate de Durão Barroso há quase 20 anos"
A análise do comentador da TVI/CNN Fernando Medina ao debate entre António Costa e Rui Rio, considerando que o primeiro-ministro teve um desempenho "muito sólido".
Ferreira Leite: "Rui Rio é muito convincente na forma como fala"
A reação da comentadora da TVI/CNN Manuela Ferreira Leite à participação de Rui Rio no debate com António Costa.
Os dois candidatos já deixaram o Capitólio
Rui Rio explica porque disse que Pedro Nuno Santos é sinónimo de geringonça
Questionado sobre o ministro Pedro Nuno Santos, apontando como sucessor provável de António Costa à frente do Partido Socialista, Rui Rio defende que num cenário em que o PS perde as eleições e António Costa sai, poderá ser aberto o caminho para a reedição da geringonça.
"É alguém que é bastante à esquerda e a minha intuição é a de que a probabilidade de Haver uma geringonça e governar quem não ganhou as eleições volta a colocar-se e, coima da mesa porque o entendimento de Pedro Nuno Santos com o Bloco de Esquerda é mais fácil que o de António Costa. A minha obrigação é colocar este cenário em cima da mesa, mesmo ganhando o PSD."
Rio: "Estou disponível para a governabilidade do país"
Sobre a abertura do PSD para negociar com o PS qualquer que seja o desfecho das eleições, Rui Rio defende que a sua posição é clara ao contrário da de António Costa.
"Eu digo que se ganhar as eleições preferencialmente procurarei um entendimento com o CDS e com a IL, mas para isso é preciso que os três juntos tenhamos 116 deputados. Se não tivermos, eu entendo que o PS, como derrotado, deve estar disponível para contribuir para a governabilidade negociando com o PSD. E assumo o contrário: se não ganhar as eleições, estou disponível para negociar a governabilidade do país, para não termos eleições de seis em seis meses. António Costa não diz isto desta forma clara, atira-se para uma instabilidade enorme, no caso de ganhar as eleições, porque não vejo como ele ou eu possamos ganhar com maioria absoluta."
Rui Rio à saída do debate: "António Costa veio agitar dois papões"
À saída do debate, Rui Rio disse que António Costa, mais do que apresentar propostas "veio agitar dois papões".
"Um papão é que vou por a classe média a pagar o Serviço Nacional de Saúde. Não está escrito em lado nenhum, nunca o disse, o PSD é por natureza um grande defensor da classe média, é isso que caracteriza o PSD. O outro papão, que é também uma coisa surrealista, é dizer que o PSD que por os políticos a controlar a Justiça. É aproveitar algum desconhecimento que as pessoas possam ter. Não tem cabimento nenhum."
"Marcelo uma pessoa de quem os portugueses gostam, respeitam"
António Costa voltou a nomear, mais uma vez, o Presidente da República para exemplificar a relação estável entre o Governo socialista e Marcelo Rebelo de Sousa sendo, por isso, uma garantia em caso de maioria absoluta.
António Costa fala em retomar a governação "depois deste intervalo"
António Costa sobre uma eventual parceria com o PAN
"Com a mesma franqueza com que há dois anos disse 'votem em mim', eu acredito na geringonça, hoje com a mesma franqueza digo que não há condições".
António Costa diz que esta "absurda crise política" só tem solução se o PS tiver uma maioria
"António Costa governará com ou sem maioria", garante o próprio, dialogando com todos os partidos, como fez na câmara de Lisboa e depois do Governo.
António Costa à saída do debate
"Espero que tenha sido um debate esclarecedor". Há 3 pontos que António Costa ressalta:
- O PS tem um programa e um orçamento pronto, com aumento das pensões em janeiro e reduções de impostos previstas no Orçamento de Estado.
- Destaca o programa na área da Saúde no PSD, que aponta que a classe média deixa de ter o acesso ao SNS tendencialmente gratuito.
- O crescimento económico, cujas previsões económicas de crescimento são de 5,8% este ano, acima da média da União Europeia.
Termina o debate
António Costa: "Não nacionalizamos a TAP, comprámos para que aquele privado que lá estava não desse cabo dela"
António Costa critica a gestão ruinosa de David Gary Neeleman e saúda a posição de Humberto Pedrosa do grupo Barraqueiro no caso da TAP.
Rui Rio diz que "TAP não devia ter sido nacionalizada", Costa corrige: "Comprada"
Para o final do debate ficou a TAP e a injeção do Estado na transportadora portuguesa. "A TAP não devia ter sido nacionalizada", começou por dizer Rui Rio, com António Costa a corrigir: "Comprada."
E para Rui Rio o cenário futuro para a TAP com o PSD no poder não podia ser mais claro, ou seja, a venda da companhia: "A meta é fácil, o mais depressa possível, mas não é amanhã, porque assim vou vender mal."
António Costa garante que não haverá mais dinheiro para a TAP além do que os 3.200 milhões
António Costa diz que o plano foi aprovado pela Comissão Europeia e que não existem motivos para a nova reestruturação da TAP não funcionar. E depois ser vendida em parte, conforme o plano, havendo já vários compradores interessados, garante.
"É entendimento em todas as instâncias internacionais que é fundamental garantir a independência do Conselho Superior da Magistratura", considera António Costa. Os candidatos têm propostas muito diferentes para a Justiça
Rio explica porque quer políticos "a controlar" a Justiça
"O Conselho Superior da Magistratura não deve ter maioria de juízes para não serem juízes em causa própria", defendeu Rui Rio, recusando que isso signifique que queira controlar a Justiça, significa sim "maior transparência", referindo-se ainda ao Conselho Superior do Ministério Público.
António Costa: "Há uma necessidade nacional para reforçar a confiança dos cidadãos na Justiça"
António Costa reconhece que há processos que demoram muito tempo, mas aponta o programa do PSD para a área da Justiça como sendo "muito perigoso".
"O PSD tem duas propostas no seu programa que são muito perigosas". E exemplifica que o PSD quer políticos no Conselho Superior de Magistratura, o que implica acabar a separação entre a justiça e a política. E outra que implica subordinar o Ministério Público aos políticos.
Rui Rio: "A capacidade que a Justiça tem de responder às necessidade do país é fraquíssima"
Sobre a Justiça, Rui Rio diz que o retrato "é mau", mas não acredita que os mais ricos sejam beneficiados, apenas "podem contratar melhores advogados".
"A capacidade que a Justiça tem de responder às necessidade do país é fraquíssima."