Guterres assume "falha" da ONU, Zelensky quer Rússia no TPI

28 abr 2022, 19:14

O secretário-geral da ONU reconheceu, esta quinta-feira, perante o presidente ucraniano, que o Conselho de Segurança "falhou em fazer tudo o que estava ao seu alcance para prevenir e acabar com esta guerra". Ao mesmo tempo que eram transmitidas as declarações dos dois líderes, registaram-se pelo menos duas explosões no centro de Kiev

António Guterres e Volodymyr Zelensky reuniram-se esta quinta-feira em Kiev, com a violação dos direitos humanos e a crise em Mariupol em cima da mesa. Aliás, segundo o presidente da Ucrânia, os crimes de guerra cometidos pela Rússia foram sempre um dos principais temas de conversação entre os dois.

"Penso que é importante facilitar desde já e estabelecer um Tribunal Internacional contra a Rússia e é preciso garantir que haja registo de todos os crimes a serem cometidos contra a humanidade nesta invasão", pediu Zelensky.

Guterres considerou que "é essencial que o Tribunal Penal Internacional faça o seu trabalho no sentido de haver uma real responsabilização". O responsável português, que antes do encontro visitou algumas das zonas mais afetadas pelo conflito, como Bucha, Irpin e Borodyanka, assumiu também que a ONU "vai procurar responsabilização" pelo que aconteceu nos arredores de Kiev. "Presenciei violação de direitos humanos", lamentou.

Na conferência de imprensa que se seguiu ao encontro o secretário-geral reiterou que a invasão da Rússia é uma "violação" tanto do território ucraniano, como da carta das Nações Unidas e reconheceu, perante Zelenksy, que o Conselho de Segurança falhou.

"Deixe-me ser bem claro: o Conselho de Segurança falhou em fazer tudo o que estava ao seu alcance para prevenir e acabar com esta guerra. Esta é uma fonte de grande deceção, frustração e raiva", disse Guterres a Zelensky.

"Mas os homens e mulheres das Nações Unidas estão a trabalhar todos os dias para o povo da Ucrânia, lado a lado com tantas corajosas organizações ucranianas", acrescentou.

Mariupol "é uma crise dentro de uma crise"

António Guterres assegurou que as Nações Unidas estão a fazer todos os possíveis para permitir a evacuação da siderúrgica Azovstal, onde combatentes e civis permanecem escondidos na cidade sitiada de Mariupol.
 
"De momento, só posso dizer que estamos a fazer  tudo o que podemos para que isso aconteça", garantiu.

Declarações que confortaram Zelensky, que assumiu: "Eu confio e acredito - assim como muitos familiares das pessoas que estão bloqueadas em Azovstal - que o secretário-geral e nós poderemos ter um bom resultado."

Ao mesmo tempo que eram transmitidas estas declarações dos dois líderes, registaram-se duas explosões no centro de Kiev. Segundo testemunhou a CNN Portugal no local, as explosões aconteceram num bairro histórico.

Um dos conselheiros do presidente ucraniano já confirmou que se tratou de um ataque com mísseis cometido pelas forças russas. Também o autarca de Kiev confirmou que vários meios foram destacados para o local.

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