"Isto tem de parar". ONU vai tentar cessar-fogo humanitário entre Moscovo e Kiev, anuncia Guterres

Agência Lusa , BCE
28 mar 2022, 18:13
António Guterres

Na passada quinta-feira, a Assembleia-Geral da ONU aprovou, por esmagadora maioria de 140 votos, uma nova resolução "histórica" mas não vinculativa que "exige" que a Rússia pare "imediatamente" a sua "agressão" contra a Ucrânia

A ONU vai procurar estabelecer um "cessar-fogo humanitário" entre a Rússia e a Ucrânia, anunciou esta segunda-feira o secretário-geral da organização, António Guterres, preparando-se para enviar a Kiev e a Moscovo o seu adjunto para Assuntos Humanitários.

Numa declaração à imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque, Guterres anunciou que pediu “a Martin Griffiths que explorasse imediatamente com as partes envolvidas no conflito a possibilidade de acordos para um cessar-fogo humanitário na Ucrânia".

Questionado pelos jornalistas sobre detalhes da tarefa confiada ao subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, Guterres disse que o seu adjunto regressa de Cabul, onde está atualmente, e "espera poder ir a Moscovo e a Kiev o mais rápido possível".

"Sejamos claros: a solução para esta tragédia humanitária não é humanitária, mas política. Estou, por isso, a apelar a um cessar-imediato imediato que permita um verdadeiro progresso nas negociações políticas e um acordo entre as duas partes", disse Guterres, em conferência de imprensa

"Desde o início da invasão russa, há um mês, a guerra levou à perda sem sentido de milhares de vidas, ao deslocamento de 10 milhões de pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, e à destruição sistemática de infraestruturas essenciais" na Ucrânia, denunciou Guterres.

"Isto tem de parar", afirmou o secretário-geral das Nações Unidas.

Na passada quinta-feira, a Assembleia-Geral da ONU aprovou, por esmagadora maioria de 140 votos, uma nova resolução "histórica" mas não vinculativa que "exige" que a Rússia pare "imediatamente" a sua "agressão" contra a Ucrânia.

As autoridades ucranianas insistiram hoje na preocupação especial com o agravamento da situação na cidade portuária sitiada de Mariupol, onde pelo menos 5.000 pessoas terão já morrido segundo Kiev, na véspera de novas conversações entre negociadores russos e ucranianos, em Istambul.

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