opinião

Costa vs. Rio. A irresistível força do soundbyte

13 jan 2022, 23:58

Costa e Rio fogem da  imagem do facilitismo  populista como o diabo da cruz, mas nenhum resistiu, aqui e ali, à eficácia do soundbyte que fica, para lá da substância do debate, no ouvido dos portugueses que os ouviram mais de uma hora. E por isso António Costa abriu as hostilidades com o chavão de que para Rui Rio "o que conta são os números, não as pessoas", a propósito da política fiscal; frase que o líder do PSD lhe devolveu mais à frente sobre a questão da saúde. 

Depois ainda, no campo da perceção e da imagem que fica, o secretário-geral do PS tinha o punch final guardado para o tema da justiça - sugerindo que a ideia de Rio em ter uma maioria de não magistrados, nomeados, nos conselhos superiores dos mesmos é uma forma de colocar "os políticos a controlar" juízes e Ministério Público. Rio atirou-se ao que chamou "populismo" do opositor e lá se defendeu como pôde, explicando que a medida visa apenas evitar corporativismos, valendo-lhe toda a calma com que se apresentou durante o debate. 

Em suma, o que ficou foi uma noite de equilíbrios, sem um claro vencedor, embora esclarecedora em algumas áreas nas quais se esgrimiram argumentos substantivos entre dois políticos hábeis e experientes. E ficou ainda  a perceção, quase uma certeza, de que no final de contas será mais o que os une do que aquilo que os separa.

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