Costa considera “profunda” a relação com o Brasil mas defende que há ainda um "enorme potencial" por explorar

Agência Lusa , FMC
7 set 2022, 18:11
António Costa discursa na cerimónia que atribui ao Aeroporto de Faro da denominação oficial de Aeroporto Gago Coutinho (Ricardo Nascimento/ Lusa)

O primeiro-ministro, António Costa, considerou esta quarta-feira que apesar de a cooperação luso-brasileira ser “profunda” há ainda um “enorme potencial” por explorar, continuando a ser necessário “atualizar” o relacionamento entre os dois países.

“Continua a ser necessário atualizar o nosso relacionamento político, económico, cultural e científico com este espírito inovador e de forte pendor tecnológico”, afirmou António Costa na cerimónia de atribuição ao Aeroporto de Faro da denominação oficial Aeroporto Gago Coutinho, no quadro das comemorações do bicentenário da independência do Brasil.

O novo nome foi escolhido em homenagem ao almirante Gago Coutinho, nascido em São Brás de Alportel, no Algarve, que realizou a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, numa viagem entre Lisboa e o Rio de Janeiro, em 1922.

A cerimónia oficial de redenominação do aeroporto foi presidida por António Costa, numa celebração que contou com as presenças do ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, dos chefes de Estado Maior da Armada, Força Aérea e Exército, autarcas e titulares de cargos políticos da região e entidades nacionais da aviação civil e comercial.

Na cerimónia também estava presente, na placa do aeroporto, o novo avião militar C390 Millenium da empresa brasileira Embraer que em outubro iniciará operações em Portugal, para as Forças Armadas.

“A presença nesta cerimónia de uma aeronave C390 igual às cinco que a partir de outubro começarão a chegar anualmente […] é um exemplo de como podemos e devemos potenciar a amizade” entre os dois países, disse o chefe do executivo português.

António Costa explicou que a construção daquela aeronave resultava de uma “parceria única entre Portugal e o Brasil”, com “partes importantes” do avião a serem produzidas no país europeu para depois serem montadas no país sul americano.

“É um exemplo de como juntos podemos voar para todo o mundo”, realçou o primeiro-ministro, acrescentando que a “renovação da frota de transporte aéreo estratégico” é um dos “projetos estruturantes em que Portugal e o Governo apostam para modernizar as Forças Armadas”.

A travessia de hidroavião que se completou há 100 anos teve início no Rio Tejo, em Lisboa, a 30 de março de 1922 e completou-se, na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, em 17 de junho.

O Almirante Gago Coutinho foi o navegador dessa viagem de 4500 milhas náuticas (8300 quilómetros) e a pilotar o hidroavião estava o comandante Sacadura Cabral.

António Costa referiu que a cerimónia em Faro tinha um “elevado valor simbólico” e classificou Gago Coutinho como sento um “militar e cientista ilustre, grande algarvio e herói nacional.

O primeiro-ministro comparou essa viagem com a que é feita por “muitos” que atravessam o Atlântico nos dois sentidos “há procura do sonho da realização pessoal […] de poderem ter uma vida mais próspera”.

Uma palavra ainda para os que fugiam de um para o outro país para escapar às ditaduras que Portugal ou o Brasil tiveram ao longo da sua história.

António Costa também quis “registar” que a mudança de nome do aeroporto “coincide com um ano fortemente marcado pela recuperação sustentada do turismo em Portugal e muito especialmente no Algarve”.

O agora Aeroporto Gago Coutinho registou em 2019, o ano anterior ao do início da pandemia de covid-19, o recorde no número de passageiros, com um total de 9.1 milhões, segundo dados da empresa francesa Vinci Airports, a principal operadora de aeroportos do mundo, que gere o desenvolvimento e as operações de mais de 50 aeroportos, entre os quais os portugueses.

Inaugurado em 1965 este aeroporto é o principal aeroporto turístico em Portugal e desempenha um papel importante no desenvolvimento económico do país.

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