Costa afirma que "é natural que no que toca ao Brasil, Portugal não pestaneje. E que, nos momentos importantes, compareça"

Agência Lusa , FMC
7 set 2022, 21:50
O primeiro-ministro, António Costa, fala aos jornalistas pouco depois da declaração de Pedro Nuno Santos (António Cotrim/Lusa)

O primeiro-ministro afirma que a relação "umbilical" entre os países deve ser atualizada em permanência e que o bicentenário permite a ambos "falar do passado e alicerçar as bases futuras de forma descomplexada"

O primeiro-ministro português, António Costa, defende que a relação bilateral com o Brasil, que "é umbilical", deve ser "constantemente atualizada" para que faça sentido e sirva os "interesses mútuos".

Num artigo de opinião que será publicado na edição do jornal Folha de S. Paulo na quinta-feira, o chefe do executivo português afirma ter aceitado associar-se às comemorações do bicentenário da independência do Brasil porque tanto a "componente sentimental" como a "vertente racional" não permitiriam outra decisão.

Ao mesmo tempo, o Governo português comprou uma página inteira nos jornais brasileiros Globo e Estado de São Paulo onde se pode ler "Parabéns Brasil", sob um fundo verde, e o logótipo do executivo português no pé da página.

"É natural que, no que toca ao Brasil, Portugal não pestaneje. E que, nos momentos importantes, compareça. A presença no Brasil de sua excelência o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no culminar das celebrações, no 7 de Setembro, é reflexo disso mesmo", assinala no artigo, que já foi publicado na edição 'online' da Folha de São Paulo.

Em primeiro lugar, António Costa afirma que "fazia todo o sentido aproveitar a oportunidade para, juntamente com as entidades brasileiras, criar momentos de união e franqueza em torno do significado da Independência e de confrontar ideias e visões sobre a presença portuguesa no Brasil, num diálogo saudável e atual".

"Depois, porque se justificava complementar, de forma mais estruturada, o conhecimento acerca de Portugal no Brasil. Isto é, era importante dar a conhecer mais e melhor o país atual, nas suas vertentes cultural, económica e social, desmitificando algumas perceções sobre a nossa nação, por puro desconhecimento", escreveu.

O primeiro-ministro afirma que esta "relação umbilical" deve ser atualizada em permanência e o bicentenário permite aos dois países "falar do passado e alicerçar as bases futuras de forma descomplexada".

"A experiência, até aqui, tem-nos permitido constatar que estávamos certos e que fizemos bem em ouvir o coração e a razão, pois a colaboração entre as autoridades brasileiras e as portuguesas tem sido exemplar e tem dado bons frutos", refere António Costa, acrescentando: "De resto, não seria de esperar outra coisa, se se atentar ao profissionalismo, dedicação e visão dos coordenadores nacionais designados para as comemorações: o embaixador Francisco Ribeiro Telles, por Portugal, e o embaixador George Prata, pelo Brasil".

Costa destaca, a este propósito a realização da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em que Portugal foi o país convidado.

"Fala-se hoje mais de Portugal no Brasil do que noutros tempos. Assim como se fala do Brasil em Portugal. Tal se deve, em muito, às celebrações do bicentenário, que nos ajudaram a reinventar esta relação bilateral, que vai sempre para além da conjuntura. Da nossa parte, faremos o necessário para manter esta boa dinâmica, desde logo na perspetiva da próxima Cimeira bilateral, que queremos realizar em 2023, em Portugal", concluiu o primeiro-ministro português.

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