A declaração foi feita sete dias antes de Pedro Nuno Santos demitir-se. O primeiro-ministro garantiu, porém, que Bruxelas não está na sua mira
Uma semana antes de perder mais dois secretários de Estado e um ministro, totalizando dez baixas num governo com pouco mais de nove meses, António Costa não descartava a possibilidade de se candidatar a um novo mandato.
Em entrevista a Francisco Pinto Balsemão, para o podcast Deixar o Mundo Melhor do semanário Expresso, o primeiro-ministro não descartou a possibilidade de se manter à frente do Partido Socialista e de concorrer às eleições legislativas que decorrem daqui a quatro anos. “Em outubro de 2026 verei o que irei fazer a seguir”, disse. Entretanto, e já depois da saída do Ministro das Infraestruturas e da Habitação, António Costa não voltou a falar sobre o seu futuro.
“O PS tem um congresso em [20]23, tem outro em [20]25, temos muito tempo pela frente”, disse, frisando que “essas coisas pensam-se com antecedência”, lê-se na notícia partilhada pelo jornal.
“Nunca seria Presidente da República, nem pensar” (e Bruxelas não está nos planos)
Quando questionado sobre a possibilidade de concorrer a Presidente da República, Costa é categórico: “Nunca seria Presidente da República, nem pensar”.
“Presidente da República já expliquei a toda a gente que nunca serei, em circunstância alguma, candidato. Acho que quem gosta de ser primeiro-ministro, quem tem uma vocação executiva, se for para a Presidência da República só arranjará complicações e dificuldades a quem está a exercer as funções”, disse.
Bruxelas tem sido apontado como o cenário mais desejado para o futuro próximo, mas o primeiro-ministro disse que esse não é o seu plano. “Portugal, se quer ter peso efetivo na Europa, não pode aparecer em Bruxelas só para tratar dos seus próprios problemas”-
“Na Europa já tenho um cargo europeu, porque, por inerência, o primeiro-ministro é membro do Conselho Europeu, onde participo ativamente, e, desde que António Guterres foi primeiro-ministro, e depois também com Durão Barroso, houve algo que eles perceberam é que, se Portugal quer ter um peso efetivo na Europa, não se pode limitar à dimensão geográfica e populacional que tem e portanto tem de integrar-se no conjunto dos debates europeus e não aparecer em Bruxelas só para tratar dos seus próprios problemas”.