Primeiro-ministro salientou a importância da visita a Portugal do presidente do Brasil para recuperar as relações bilaterais entre os dois países, que "infelizmente têm sido pouco intensas"
O primeiro-ministro português, António Costa, recusou esta quarta-feira, no Algarve, comentar a decisão de outros órgãos de soberania, ao ser questionado sobre o modelo escolhido pela Assembleia da República para a receção ao presidente do Brasil.
“Como é evidente, o Governo não faz comentários sobre como agem e decidem os outros órgãos de soberania”, afirmou António Costa à margem da inauguração da nova esquadra da PSP em Vila Real de Santo António, no âmbito da iniciativa “Governo + Próximo”.
António Costa salientou a importância da visita a Portugal do presidente do Brasil, Lula da Silva, recuperar as relações bilaterais entre os dois países e assegurou que os dois Estados têm “uma relação à prova de bala”.
“Aquilo que é importante, creio, e todos os portugueses têm consciência disso, é que as relações ente Portugal e o Brasil são, desde há 200 anos, uma prioridade constante da política externa portuguesa”, afirmou o governante.
O primeiro-ministro observou que, “infelizmente, nos últimos anos, têm sido pouco intensas” as relações entre Portugal e o Brasil e a visita de Lula da Silva, prevista para entre 22 e 25 de abril, “é uma oportunidade extraordinária que o país tem” de “relançar tão rapidamente quanto possível essas relações”.
“O presidente Lula teve a gentileza de, ainda antes de tomar posse, ter visitado Portugal, ter estado comigo, ter estado com o senhor Presidente da República e, na altura, ter proposto retomarmos as cimeiras bilaterais que há muitos anos não se realizavam, no dia 22 de abril, que é a data da chegada das primeiras caravelas a Porto Seguro”, disse António Costa.
O chefe de Governo português enalteceu o caráter “muito simbólico do reencontro entre Portugal e o Brasil” durante a visita do Presidente do Brasil a Portugal e classificou como “boa iniciativa” o convite que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez a Lula da Silva “para estender e a complementar a cimeira bilateral, numa visita de estado, que deve decorrer com as mais altas honras devidas a um chefe de Estado de um país irmão, como é o Brasil”.
António Costa realçou que, “ao longo destes 200 anos”, Portugal e Brasil mantiveram “uma intensa relação diplomática e de grande fraternidade, que felizmente sobreviveu sempre a todas as vicissitudes, as que aconteceram em Portugal e as que aconteceram no Brasil”, considerou.
“E independentemente disso, esse nível de relação é essencial manter. E o Presidente Lula é um grande amigo de Portugal, já deu provas no passado e mais uma vez deu provas no presente, quando fez questão de vir cá ainda antes da tomada de posse, em fazer questão de marcar logo para o dia 22 de abril a cimeira bilateral e ao aceitar o convite do senhor presidente da República para participar na visita de Estado e estendê-la até ao dia 25 de abril”, afirmou.
Questionado sobre eventuais problemas entre os dois países, António Costa garantiu que “a amizade entre Portugal e o Brasil" é "à prova de bala”.
O presidente do parlamento, Augusto Santos Silva, anunciou esta quarta-feira que a Assembleia da República vai organizar uma sessão solene de boas-vindas ao Presidente brasileiro, Lula da Silva, depois de ter chegado a ser divulgado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros que o chefe de Estado brasileiro interviria na sessão solene do 25 de Abril.
Santos Silva indicou ainda que os pormenores, como a data da sessão de boas-vindas, em que Lula da Silva discursará, ainda vão ser estabecidos.